Invista de forma inteligente
Muitas pessoas perdem grande parte do seu tempo a tentar prever o mercado. Um exercício que acaba por ser completamente inútil visto que ninguém consegue prever o futuro e prever o comportamento do mercado.
Quando se fala em investimentos, um dos grandes conselhos que os grandes e conceituados investidores costumam dar ao longo da vida é estudar bem o negócio antes de se investir nele. Este conselho é um conselho não só para a vida do investidor mas para tudo o que fazemos no nosso dia-a-dia.
No caso de investir em ações, não é aconselhado investir numa empresa, seja qual for a qualidade dos seus produtos ou a sua posição no mercado, sem estudar todos os balanços financeiros e sem calcular o verdadeiro valor de mercado.
Muitas vezes existem ações no mercado que acabam por estar muito sobrevalorizadas quando se calcula a razão Preço/Lucro, um exercício que faz uma comparação entre o preço da ação com o lucro por ação que a empresa obteve num certo período. Se essa relação for acima de 20 a ação está sobrevalorizada, se for abaixo de 10 a ação está subvalorizada o que é um sinal que a ação tem uma maior margem de progressão.
Exemplo:
1 – Ação Subvalorizada
Preço p/ ação=15$
Lucro p/ ação=1,5$
Razão preço/lucro = 15/1,5 =10
2. Ação Sobrevalorizada
Preço p/ ação=46$
Lucro p/ ação=1,9$
Razão preço/lucro= 46/1,9=24,2
Uma grande empresa não é um grande investimento se o investidor acaba por pagar demais pela ação. Esta é provavelmente das lições mais importantes na vida de um investidor. O investidor inteligente é aquele que consegue relacionar o que está a ser oferecido com aquilo que o investimento realmente vale e que é pago.
Às vezes o investidor tem que investir naquilo que Wall Street diz para não investir…
Um exemplo do uso dessa abordagem é de Warren Buffet. Ele procurava por empresas com marcas fortes, negócios compreensíveis e uma boa saúde financeira como a Gillette, Washington Post e Coca Cola.
Quando um escândalo, grande prejuízo ou mesmo rumores que afetavam essas empresas, os fundos de investimentos de Buffett adquiriam ações subvalorizadas dessas empresas. Alguns anos depois, quando os preços voltam a estar razoáveis, a valorização dos ativos é refletida na carteira de investimentos destes fundos.
Nesse contexto, todas as demonstrações financeiras assim como a qualidade da administração da empresa são importantes. Elas indicam os fundamentos da empresa, que são, entre outros, a sua estrutura de capital, endividamento, histórico e evolução dos lucros.
Ao examinar os dados passados, se as receitas e lucros líquidos crescerem de forma consistente e constante nos últimos 10 anos, o investidor tem motivos para analisá-la mais ao detalhe.
Deve-se encarar os investimentos como um negócio empresarial. Ao comprar uma ação, o investidor torna-se num dos donos da empresa. Gestores, toda a hierarquia, até ao presidente, acabam por trabalhar de uma forma indireta para o investidor.
Por pequena que seja a participação na empresa, o investidor possui o direito (e também o dever) de prestar atenção em como o negócio está a ser administrado e cobrar por isso.
Em termos práticos, o conselho é para que o investidor se foque em duas questões básicas:
- A administração é eficiente?
- Os interesses dos acionistas estão a ser reconhecidos (em forma de dividendos)?
Caso alguma dessas respostas seja “não”, então faça as malas e passe para outra.
Invista de forma inteligente.
Conteúdo produzido por José Maria Castro Monteiro, Senior Business Developer, da TeleTrade.
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