O que são produtos financeiros complexos?
O que são produtos financeiros complexos? O mercado financeiro já é por si só bastante complicado, pejado de diferentes estratégias, produtos financeiros, ferramentas distintas, diversos tipos de ativos e uma série de jargão técnico. Por isso, quando surge no sector um novo produto de investimento conhecido como Produtos Financeiros Complexos, só nos resta fugir. Certo?
Errado! Apesar de serem mais complexos, este produto de investimento vale bem a pena, tendo em conta as suas potencialidades. São produtos com riscos associados, como qualquer outro do género – afinal de contas o sector financeiro não é uma ciência exata -, mas as suas possibilidades de retorno financeiro são extremamente apetecíveis. E isso tem atraído cada vez mais investidores e empresários.
Assim, para quem quer saber um pouco mais sobre os Produtos Financeiros Complexos, tanto os que são emitidos em Portugal como os que estão ao abrigo do passaporte europeu do prospeto, basta seguir as próximas linhas e ficar a saber tudo o que necessita para se iniciar neste sector. No entanto, lembre-se que deve sempre adotar uma postura séria, sensata e responsável, de forma a não investir acima das suas próprias possibilidades.
O que são produtos financeiros complexos?
Os Produtos Financeiros Complexos são assim produtos de investimento do sector financeiro mais sofisticados, que surgem na evolução natural do mercado, que está cada vez mais exigente a partir do momento que canaliza cada vez mais dinheiro e investidores. Por serem mais exigentes, estas aplicações são também mais vigiadas pelo regulador do mercado, que em Portugal é a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Os Produtos Financeiros Complexos são apetecíveis aos investidores porque oferecem uma rentabilidade muito elevada, se bem que é incerta. Esta está diretamente dependente da evolução do valor de outros ativos, que podem ser ações, matérias-primas ou taxas de juro, por exemplo. Essa dependência tornam o risco maior, que pode levar a perdas avultadas, mas em compensação pode traduzir-se igualmente numa maior liquidez.
Quais são as características dos produtos financeiros complexos?
Este tipo de aplicação financeira tem a designação de complexo porque são produtos que conjugam características diferentes. Significa isso que um simples produto destes pode ter características de dois ou três outros produtos diferentes, uma vez que aparecem associados e estão dependentes entre si.
É por isso que estão sujeitos a uma supervisão diferente e mais apertada por parte da CMVM. Muitas vezes, é praticamente impossível ao investidor ter conhecimento total do produto que adquire ou mesmo dos riscos que lhe estão associados. Isto levou a uma fiscalização apertada, especialmente após a crise financeira de 2008, em que muitos investidores, por desespero ou desconhecimento de causa, perderam as suas poupanças seguras em produtos duvidosos.
Assim, se bem que uma das suas principais características é o retorno elevado, por outro é preciso perceber que a sua rentabilidade não é garantida e pode mesmo ter um crescimento negativo. Ou seja, não só pode perder o que investiu, como pode entrar em despesa acrescida.
Exemplos práticos
São vários os tipos de Produtos Financeiros Complexos e, tendo em conta a evolução natural do mercado financeiro, é expectável que, num futuro próximo, novas aplicações sejam criadas pelas entidades financeiras. No entanto, podemos apontar alguns exemplos práticos, para que se facilite a perceção do que falamos.
Assim, um exemplo prático de um Produto Financeiro Complexo típico são as obrigações estruturadas, alguns Certificados, warrants autónomos, produtos híbridos como os C0ntracts for difference (CFD), soluções de proteção de taxas de juro, forex forward, Exchange Traded Funds (se bem que nem todos são avaliados como complexos) ou operações de capitalização de fundos de investimento. Ou seja, não existe uma definição específica deste tipo de aplicação financeira, estando a sua ideia mais ligada à sua natureza específica e riscos associados.
Riscos associados
Como qualquer outro produto financeiro, também estes têm riscos naturais associados. Afinal de contas, esta não é uma ciência exata e, como tal, é impossível ganhar sempre. Um bom investidor é, por isso, aquele que consegue mitigar os riscos e aumentar as chances de sucesso, conseguindo um equilíbrio positivo entre os ganhos e as perdas. Porque é fundamental mentalizar-se que vai ter algumas perdas. É impossível ganhar sempre e quem lhe garantir o oposto é porque estará certamente a mentir.
Assim, investir em Produtos Financeiros Complexos tem como principal risco a total perda (ou parcial) do dinheiro investido. Ou seja, é uma aplicação financeira de remuneração não garantida. Além disso, existe sempre o risco de reembolso antecipado pelo emitente, o que pode colocar em causa a sua liquidez.
Além disso, se bem que de forma mais incomum, existem ainda em causa alguns riscos não financeiros, nomeadamente dentro daquilo que se chama de conflito de interesses. Isso pode acontecer pela coincidência de ligações entre o emitente e o comercializado, por exemplo. Além disso, existem ainda riscos jurídicos, que podem surgir pela alteração do regime legal de tributação, por exemplo.
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