Peter Garnry, diretor de estratégia de ações do Saxo Bank
- O golpe para a estabilidade económica Espanhola está a forçar a que os mercados reajam
- As autoridades regionais preparan-se para declarar a independência
- Os títulos e ações espanholas caem em alto volume
Parece que não existe uma saída fácil da crise catalã para o governo central nem para o governo catalão. Para o primeiro, não há volta, já que a Espanha é constitucionalmente indivisível. Para o último, é sobre o direito humano / democrático à autodeterminação.
Num sentido mais amplo, a Europa e o mundo apoiaram os dois ideais em diferentes ocasiões, e é essa diversidade (ver casos de Crimeia ou Kosovo) em que se apoiam as ideias de ambos. Mas este não é um processo indolor.
Na verdade, vemos como a incerteza política está a afetar o Ibex 35, que agora está em colapso. Antes do fecho, ele troca menos de 10.000 pontos, em comparação com os máximos da sessão de terça-feira acima de 10.400 pontos.
O Ibex 35 retorna aos níveis observados em meados de março e está longe dos Máximos de maio, em 11.250 pontos.
Com os líderes catalães a sinalizarem a sua intenção de declarar independência ” dentro dos próximos dias “; e Madrid mantendo que o referendo deste domingo carece de toda a legitimidade, Espanha está hoje num beco sem saída.
A provavel sobrevivência do governo espanhol em Madrid e a da autoridade regional da Catalunha está no ar. Dado o tumulto e a aparente impossibilidade de se chegar a um acordo, o golpe à estabilidade económica de Espanha está a forçar a que os mercados reajam.
Hoje, os rendimentos das obrigações a 10 anos da Espanha atingiram o seu nível mais alto desde março, refletindo precisamente a queda do Ibex 35.
Os títulos espanhóis de 10 anos foram o segundo ativo mais negociado nos mercados europeus de renda fixa na manhã de quarta-feira.
Tendo em conta a trajetória atual desse conflito, o Ibex 35 poderia facilmente chegar ao nível de 9.500 pontos em breve, com partes financeiras sendo os valores mais vulneráveis.
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