A Bitcoin é um esquema de Ponzi?
Muitos me perguntam com muita frequência se a Bitcoin é um daqueles esquemas piramidais, conhecidos como esquema de Ponzi. Será? Acho melhor ver o que é um esquema de Ponzi.
O que é o um esquema de Ponzi?
Um esquema Ponzi é uma sofisticada operação fraudulenta de investimento, do tipo esquema em pirâmide, que envolve o pagamento de rendimentos anormalmente altos aos investidores, à custa do dinheiro pago pelos investidores que chegarem posteriormente, em vez da receita gerada por qualquer negócio real. O nome do esquema dá referência ao seu criador ítalo-americano Charles Ponzi
Para os mais curiosos, que querem saber mais sobre a sua origem, e também a comparação com a história de uma das maiores fraudes do tempo moderno (criada por Bernard Madoff) aconselho o a leitura do seguinte artigo do ‘Time’ publicado em finais de 2008:
Características de um esquema de Ponzi
Os esquemas Ponzi oferecem aos investidores grandes rendibilidades num curto período, e o sistema pode funcionar apenas a curto prazo, tudo dependendo da quantidade de novos investidores que integrem o negócio.
O sistema Ponzi vai dar sempre em bancarrota, já que a maioria esmagadora dos investidores perde todo o seu dinheiro. As características típicas de comunicação para recrutar novos investidores são:
- Promessa de altos rendimentos a curto prazo.
- Obtenção de rendimentos financeiros que não estão bem documentados.
- Dirigido a um público não financeiramente esclarecido.
- Um único promotor ou uma única empresa.
- Falta de Produto a ser consumido ou então um produto que é vendido a um preço muito maior que o preço de mercado. Porém a venda do produto é algo secundário, já que o mais importante é recrutar novas pessoas.
- Por vezes, movimentação apenas de dinheiro.
Torna-se evidente que o risco de investimento nas operações que fazem uso desta prática é Bastante elevado.
Comparação com a Bitcoin
Verificadas as características de um esquema de Ponzi, apenas posso concordar com uma: “Dirigido a um público não financeiramente esclarecido”. Mesmo assim, com a facilidade e rapidez de acesso a informação, um investidor em bitcoin pode ser (e por vezes) muito bem informado.
De facto, para os preconceituosos com este tipo de moeda chamada a Bitcoin, é bom esclarecer que não é a única criptomoedas. Tenho registo que são criadas 40 tipos de criptomoedas por dia. Logo por esta via, a característica de um “único promotor” não se aplica.
Cada criptomoedas criada tem a sua finalidade bem explícita. A Bitcoin, por ser a mais comunicada, na qual foi capa de jornais e notícias de entrada em telejornais, levou à tremenda procura deste conceito, o que leva ao desequilíbrio da lei procura-oferta, correspondendo à subida do seu valor, como qualquer outro ativo.
As criptomoedas, são “moedas normais”. Só que não são físicas e não são controladas por ninguém. São diferentes das moedas monetárias emitidas oficialmente por países através dos seus bancos centrais, como o Euro e o Dólar. O valor dessas moedas oficiais depende das taxas estabelecidas pelos bancos centrais, através da análise de indicadores económicos com a promessa de estabilidade e controlo, e esse valor é fixado.
Uma das minhas frases favoritas de Warren Buffett é “O valor de uma empresa será avaliada pelo preço que eu dou por ela”. Aplica-se bastante aqui neste caso, só que não estamos a falar de uma empresa, mas de outro ativo. As pessoas estão dispostas a dar um determinado valor para obter criptomoedas.
Não existe a criação de criptomoedas com a promessa de “altos rendimentos a curto prazo”, e quem adquire este tipo de moeda deve estar bem informado dos riscos envolventes ao ser portador delas.
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