O que são obrigações?
O que são obrigações? Nossos leitores já devem ter percebido que nós falamos com alguma frequência sobre ações aqui em nosso sítio, dado que são os títulos mais amplamente negociados no mercado, mas já ouviu falar em obrigações?
Um pouco menos populares do que as ações, as obrigações têm ganhado seu espaço no cenário econômico atual, principalmente em decorrência da pandemia que estamos vivendo, e por isso, decidimos dar seu merecido espaço aqui também.
Deve estar se perguntando “mas afinal, o que são as obrigações? Quais as diferenças das obrigações para as ações?”. Essas e outras perguntas vão ser respondidas logo abaixo.
O que são as obrigações?
A definição técnica de “obrigações” é: “São valores mobiliários representativos da dívida de uma empresa, instituição ou Estado”. Na prática, o que isso significa? Significa que quando compra uma obrigação, está na realidade adquirindo a DÍVIDA daquela instituição/governo, ou seja, ao comprar uma obrigação e se tornar um “obrigacionista”, na prática está concedendo um empréstimo aquela instituição.
Assim como um empréstimo bancário, onde a instituição financeira lhe concede dinheiro com uma taxa de juros e um prazo para pagamento pré-determinados, também são as obrigações. Ao adquirir uma obrigação, já saberá de antemão sua maturidade (prazo) e valor total ao qual terá direito, já inclusos taxas de juros ou prémios acordados na data de emissão deste título.
Características das obrigações
As obrigações, assim como empréstimos, têm taxas de juros, podendo estas serem fixas ou variáveis, sendo que cada uma delas terá uma forma de cálculo e pagamento que serão previamente explicadas ao obrigacionista.
As obrigações quando são adquiridas, possuem um “valor nominal”, valor este que fica expresso no título, mas não necessariamente representa seu valor efetivo, podendo variar para mais ou para menos ao longo de sua existência.
O valor nominal tradicionalmente é igual ao seu valor de mercado apenas no momento da emissão do título, e daí em diante o mercado se encarregará de sua valorização ou não. Ou seja, o preço negociado por aquela obrigação não é aquele representado por seu valor nominal. Mas afinal onde está a vantagem?
Do pagamento das obrigações
Como dito anteriormente, as obrigações terão seu valor nominal pago ao fim de sua maturidade, porém antes deste prazo, tradicionalmente pagam-se juros ao obrigacionista, podendo estes serem pagos a prazos determinados pela instituição emitente daquele título.
Quando avaliamos então se devemos ou não adquirir uma obrigação, deveremos analisar principalmente os seguintes fatores:
- Valor nominal x Valor de mercado (valor que está sendo negociado).
- % de taxa de juros e se esta é fixa ou variável.
- O risco daquela obrigação.
- O prazo total e o prazo atual para a maturação daquela obrigação.
Trazendo novamente a analogia dos empréstimos bancários, caso seja uma pessoa financeiramente estável, com bons scores nas agências de rating, muito provavelmente seu banco irá lhe oferecer empréstimos a juros baixos, com valores maiores, e prazos negociados, correto? Ao passo que muitas vezes, pessoas com scores baixos podem ter seus empréstimos negados. Com as obrigações não é diferente, o único detalhe aqui, é de que você é o credor e você pode negociar (comprar ou vender) um título de dívida já emitido, ou seja, você pode optar por repassar aquele título para outro portador.
Os riscos destes títulos
Assim como os bancos incorrem em riscos ao emprestar dinheiro para as pessoas e instituições, o investidor também assume riscos ao adquirir obrigações, e como já sabemos, quanto maior o risco, maior o retorno esperado.
Afinal, o que determinam os riscos das obrigações? A resposta simples é: A confiança que o mercado possui no emissor daquela obrigação. Como isso funciona na prática?
Tal como nos mercados de ações, as instituições que emitem obrigações têm necessidade de fornecer sua parte contábil e seu histórico de pagamentos bem transparentes, pois apenas assim o mercado poderá embasar suas decisões e definir se aquele emitente é confiável ou não.
Para facilitar a vida dos investidores e guiar suas decisões, existem empresas no mercado que se ocupam exclusivamente de classificar e atribuir “ratings” para as instituições/governos emitentes de obrigações, de forma que todas as informações, tanto qualitativas quanto qualitativas, estejam expressas em uma classificação de fácil entendimento.
Emitentes com ratings (ou scores) altos são aqueles mais confiáveis, enquanto aqueles mais baixos, não são tão confiáveis assim. Na prática isso significa que quanto maior o rating, maior a chance de receber seus juros e (ao final) o valor nominal de volta, enquanto aqueles com ratings mais baixos, têm maiores chances de não honrarem suas obrigações.
As taxas de juros
Nos mercados financeiros, o risco sempre irá determinar os juros, ou seja, riscos mais elevados devem apresentar taxas de juros mais atrativas, enquanto riscos mais baixos imprimem taxas de juros menores. Essa regra continua sendo verdade para os titulos de obrigações, ou seja, se busca taxas de juros maiores, terá que optar por instituições ou governos que não possuam um rating tão bom. A certeza de que estas instituições/governos irão arcar com suas obrigações (trocadilho intencional), garante que seus pagamentos de juros e premiações sejam menores.
Vale lembrar que as taxas de juros não são necessariamente fixas, ou seja, elas podem estar atreladas a índices que irão determinar qual será o valor pago, tendo assim taxas de juros variáveis conforme fatores externos à obrigação.
Além disso, as obrigações podem não pagar juros periódicos, pagando apenas ao fim de sua maturação juntamente com seu valor nominal. Isso muitas vezes é definido pelo tipo de obrigação que está sendo emitida. Estamos falando de Obrigações do Tesouro? Bilhetes do Tesouro? Obrigações emitidas por corporações privadas? Tudo isso, além de influenciar nos riscos, irá influenciar diretamente no tempo de maturação e na taxa de juros oferecida.
Vale a pena investir em obrigações?
O mercado de obrigações é extenso e cheio de nuances que valem a pena ser exploradas, e aqueles que gostariam de adentrar neste mercado e aprender como rentabilizar seus investimentos nele, podem conferir este outro artigo que disponibilizamos, com um conteúdo mais técnico e aprofundado nas obrigações, tais como os tipos de obrigações e seus custos, as formas de rentabilização de obrigações e muito mais!
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