Riscos de investir na Bolsa
Quais são os tipos de riscos de investir na bolsa? Uma das primeiras perguntas que todo investidor deve se fazer antes de investir em qualquer tipo de produto, seja na bolsa ou em qualquer outro mercado, é: quais riscos corro ao investir o meu dinheiro na bolsa e como posso evitar eles?
Neste post vamos responder a essas perguntas, e você poderá saber quais riscos tem ao investir e como evitá-los.
Risco o que é?
Quando falamos sobre os riscos de investir, nos referimos à possibilidade de o investidor não recuperar o dinheiro investido ou não ter acesso ao retorno desejado. É importante entender que todo investimento está sujeito a risco, pois faz parte da dinâmica económica.
Portanto, independente de onde gaste o seu dinheiro, existe a possibilidade de não recuperá-lo ou não ter o retorno esperado.
No entanto, o tipo e o nível de risco variam muito para diferentes tipos de investimentos. Assim, existem atribuições que apresentam baixo risco, enquanto outras são mais arriscadas.
O que significa assumir riscos no mercado de ações?
Antes de saber quais são os riscos do mercado de ações, precisa entender o que significa dizer que esse mercado está cheio de riscos.
No mercado de ações, risco significa incerteza. No mundo dos investimentos, os riscos são classificados como sistemáticos ou específicos.
Os riscos sistemáticos afetam o mercado na totalidade, amplamente, ao contrário dos riscos específicos, que prejudicam apenas parte do mercado, como um emissor ou um comprador, por exemplo.
É importante notar que os riscos não podem ser simplesmente eliminados. Podem ser gerenciados ou minimizados. Todo investidor precisa conviver com os riscos e aprender a gerenciá-los adequadamente.
Tipos de riscos ao investir na bolsa
Os riscos de investimento são classificados em dois grandes grupos: riscos sistemáticos e não sistemáticos.
Se como investidor tem conhecimento destes dois conceitos, pode construir uma carteira de investimentos protegida contra qualquer situação de mercado.
Saiba como o risco diversificável (não sistemático) e o risco não diversificável (sistemático) afetam a rentabilidade e a segurança dos seus investimentos.
Riscos de investir nos mercados financeiros |
Risco sistemático |
Risco de Mercado |
Risco de liquidez |
Risco não sistemático |
Risco operacional |
Risco da contrapartida |
Risco cambial |
Risco legislativo |
Risco de preço |
Risco de inflação |
Risco da taxa de juros |
Risco sistemático
O risco sistemático é aquele que afeta a economia em geral. Ou seja, é o risco ao qual está sujeito não apenas um ou outro ativo, mas todo o sistema e as empresas que estão inseridas. Obviamente, algumas empresas ou setores sofrerão mais ou menos que outros, mas de uma forma ou de outra, todos os componentes desse sistema serão afetados.
O risco sistemático também é conhecido como risco não diversificável, pois não pode ser cancelado a menos que o investidor tenha recursos para investir fora desse sistema.
Ressalta-se que alguns países apresentam um risco sistemático maior do que outros.
Risco não sistemático
O risco não sistemático está localizado. Ou seja, diferentemente do primeiro, não afeta todo o sistema, mas sim um segmento específico do mercado. Nesse caso, a diversificação da carteira de investimentos já conseguiria minimizar os riscos de investimento.
Existem diferentes riscos não sistemáticos que variam de acordo com o fator desencadeante. Os principais são:
Risco de mercado
O risco de mercado refere-se à possibilidade de um investidor perder dinheiro devido a flutuações no mercado financeiro, seja nas taxas de juros, nas taxas de câmbio ou no mercado de ações. Esse tipo de risco é medido pela diferença entre o desempenho de um investimento e algum benchmark.
Os investimentos em ações são os mais impactados, no entanto, todos os investimentos apresentam alguma volatilidade.
Como mitigar o risco de mercado?
A melhor maneira de reduzir o risco de mercado é diversificar os seus investimentos em diferentes classes de ativos. Assim, além de reduzir as chances de perda, é possível maximizar a rentabilidade, uma vez que os investimentos não correlacionados reagem de diferentes maneiras.
Risco de liquidez
Liquidez é a facilidade de converter um ativo em dinheiro sem perda de valor. Quanto mais rápida essa conversão, maior a liquidez do investimento. Portanto, o risco de liquidez é o perigo de não receber o dinheiro do investimento quando você precisa.
Os investimentos podem ter diferentes tipos de liquidez, que podem ser diários ou podem ter um período de resgate e levar alguns dias para serem negociados. Outros exigem que o dinheiro permaneça investido sem poder ser movimentado por longos períodos. Além disso, existem opções onde a retirada antecipada envolve despesas. Em geral, costuma haver uma relação entre liquidez e o retorno da renda fixa.
Como mitigar o risco de liquidez?
Para reduzir o risco de liquidez, é necessário conhecer bem os detalhes do produto antes de investir.
O ideal é definir investimentos para objetivos de curto, médio e longo prazo e ter uma reserva de emergência para se proteger contra imprevistos. Uma boa alocação de ativos destina parte dos investimentos ao longo prazo, de forma a se beneficiar da maior rentabilidade de produtos menos líquidos. E defina quanto precisa investir em produtos líquidos para formar a sua reserva e também em dinheiro para aproveitar as oportunidades.
Risco de crédito
O risco de crédito é o risco relacionado à possibilidade de o emissor do título não cumprir o pagamento aos investidores. É o famoso risco de default.
Esse risco está diretamente relacionado ao perfil das instituições que oferecem o investimento.
Como mitigar o risco de crédito?
Para mitigar o risco de crédito, o mais importante é ficar atento à qualidade do emissor e buscar informações sobre a instituição em que investe.
Empresas especializadas em avaliação de risco podem ajudar com essas informações. Essas agências atribuem “ratings” que variam de AAA a C ou D. Quanto mais próximo o rating estiver de AAA, mais a empresa ou país em questão poderá cumprir os seus compromissos e menor será o risco do investimento.
Risco operacional
Toda transação está sujeita a falhas ou mesmo fraudes no processo de transação, o que geralmente prejudica diretamente o investidor.
O risco operacional reflete precisamente as falhas que podem ocorrer durante o investimento, como problemas nos equipamentos, erros humanos, má gestão, estratégia inadequada, entre outros.
Como mitigar o risco operacional?
O primeiro passo para reduzir o risco operacional é identificar quais riscos existem, pois cada tipo de operação tem um risco diferente. No caso das empresas, uma análise qualitativa é fundamental para conhecer a sua capacidade administrativa.
Como a maioria dos investimentos são feitos online, é necessário ter um bom servidor de Internet e uma boa corretora.
Para mitigar os erros humanos, o principal é investir em treino e qualificação.
Risco legal
O risco legal é a possibilidade de que algum fator relacionado à legislação afete as atividades de uma entidade. Está associado tanto ao descumprimento das cláusulas contratuais quanto ao descumprimento da própria legislação.
Aqueles que lidam com agentes não autorizados ou instituições operando em mercado liberalizado são mais suscetíveis a esse tipo de risco.
Como minimizar o risco legal?
Para evitar riscos legais, procure instituições renomeadas no mercado e investimentos acompanhados por órgãos regulamentados e fiscalizados por órgãos.
Risco Operacional
É aquele que cobre todas aquelas perdas financeiras sofridas por uma empresa listada, causadas por falhas ou deficiências que processos, pessoas, tecnologia, sistemas internos, etc. possam sofrer.
Esse tipo de risco não considera as perdas causadas por mudanças no ambiente político, económico e social, pois são fatores externos à própria empresa. Um exemplo de risco operacional pode ser, por exemplo, um FlashCrash devido a erro humano ou um algoritmo de computador (HFT).
Como minimizar o risco operacional?
Para evitar isso, podemos olhar para as medidas que as empresas tomam para controlar e evitar problemas operacionais que possam afetar o bom funcionamento da sua atividade.
Risco Contrapartida
Este risco surge quando uma das partes cumpre a sua obrigação na venda e a outra parte não o faz simultaneamente. É eliminado das operações realizadas por meio de mercado organizado. No caso de derivados, evita-se a existência de uma Câmara de Compensação (Clearing House): esta solução não é tão fácil de realizar dada a complexidade das operações de liquidação das bolsas de valores, principalmente nos mercados de balcão (não organizados).
Risco cambial
Este risco aparece quando investe numa moeda diferente da sua: ao alterar o tipo de moeda pode sofrer uma variação ou desvalorização da moeda emissora e perder parte do valor do seu investimento. Este é o caso de investir em ações dos EUA: se investir em dólares, será benéfico para você se o euro subir em relação ao dólar e o contrário se o que lhe interessa for vender as suas ações.
Este risco é particularmente alto quando se investe em mercados que não sejam os principais mercados do mundo. Por exemplo, se fizer um investimento numa empresa na Argentina ou em qualquer outro país com uma moeda fraca, é provável que quando houver uma desvalorização da moeda, o nosso investimento reduza o seu valor em euros, já que está cotado no moeda do país e a primeira vale menos quando cruza o euro.
Risco legislativo
Esse tipo de risco não depende diretamente do mercado, mas depende da autoridade que o Congresso tem para alterar ou criar leis que possam afetar determinados setores ou o mercado em geral. As leis pendentes que, quando promulgadas, podem afetar negativamente o valor previamente selecionado devem sempre ser consideradas antes de investir.
Esse risco também é maior nos países em desenvolvimento, onde a estabilidade jurídica não é tal e, em geral, são promulgadas de um momento para outro leis que mudam as regras do jogo no mercado e produzem uma queda abrupta no valor ou na liquidez do investimento.
Risco de preço
É um dos riscos que o investidor costuma considerar, pois uma queda no preço pode fazer com que o seu investimento perca valor. Principalmente, o preço de um investimento é refletido através dos diferentes fatores que afetam a oferta e a procura.
Este é o risco mais conhecido de todos. A oscilação das ações de empresas ou outros instrumentos financeiros é vista diariamente nos mercados do mundo. Esse risco de preço está sujeito aos demais riscos, pois a variável de preço é afetada por uma série de variantes que a fazem subir ou descer.
Risco de inflação
É um dos riscos mais proeminentes entre os investidores, pois se a taxa de inflação for superior ao retorno gerado pelo nosso investimento, o dinheiro investido terá menor poder aquisitivo, portanto, teremos um retorno real negativo. Ou seja, a inflação reduz o retorno que um investimento gera, embora as ações tenham historicamente ficado à frente da inflação.
Para calcular esse risco é importante calcular a taxa real de retorno do investimento. A taxa de retorno real mede o rendimento real de um investimento, considerando o que um ativo rende nominalmente e descontando a perda de poder de compra causada pela inflação. Este retorno do investimento pode, desta forma, ser negativo ou positivo, implicando um ganho ou perda sobre o mesmo.
A fórmula para calcular a taxa de retorno real é a seguinte:
Onde:
- r = taxa de retorno real
- i = retorno nominal
- g = taxa de inflação
Risco de juros
Isso afeta a sensibilidade que os seus investimentos podem ter a possíveis mudanças nas taxas de juros. Esse risco afeta principalmente investimentos que oferecem renda fixa, como títulos e ações preferenciais, mas também empresas endividadas, pois uma variação na taxa de juros fará variar o valor a ser pago.
Por que conhecer os riscos dos investimentos?
Identificar os riscos de investimento permite que tome melhores decisões de investimento e, portanto, aumente as suas chances de ganho financeiro.
Conhecendo os riscos dos investimentos pode:
- Decida onde investir.
- Fornecer uma melhor compreensão dos tipos de investimentos.
- Escolha os melhores ativos na mesma faixa de risco.
- Aumente as chances de alcançar os seus objetivos.
Lembre-se que qualquer investimento envolve riscos. Mesmo não investir também envolve risco. Nem sempre é possível fugir deles, mas é preciso conhecê-los para mitigá-los.
Como minimizar os riscos
Abaixo, mostraremos como minimizar cada um dos riscos descritos:
Riscos | Como minimizar |
Risco de mercado | Com um portfólio diversificado |
Risco de liquidez | Veja a capitalização da empresa |
Risco não sistemático | Estude a empresa antes de investir |
Risco cambial | Estude o câmbio antes de fazer a compra-venda |
Risco legislativo | Esteja atento às notícias legislativas do país |
Risco de preço | Estude a oferta e a procura desse valor |
Risco de inflação | Acompanhe seu portfólio e perspectivas de curto e longo prazo |
Risco da taxa de juros | Fique atento a possíveis mudanças nas taxas de juros |
Risco operacional | Veja as medidas de prevenção aplicadas pela empresa |
Risco contrapartida | Nos derivados, eles são evitados com uma Câmara |
A todos estes riscos, devemos adicionar outros tipos de riscos menos comuns como: ataques terroristas, catástrofes, guerras, … e outros tipos de eventos incontroláveis que podem afetar o preço das ações. Riscos inesperados que podem levar a um verdadeiro cisne negro, como a pandemia de covid que sofremos em 2022.
- Ajudamos a encontrar s corretora certa para si
- Investigação independente, gratuita e não vinculativa
- Preencher este questionário em menos de 1 minuto