Índice Russell 2000 (RUT): o que é e como investir?

Neste artigo, veremos em detalhe o que é o Russell 2000 (indexrussell: rut), como é calculado, os seus componentes por setores, como investir nele, e por que pode representar uma opção atraente para os investidores.

O que é o índice Russell 2000?

O índice Russell 2000 é um índice de ações que mede o desempenho de 2000 empresas de capitalização de mercado relativamente pequena (ou “Small Caps” em inglês) que são cotadas nas bolsas dos Estados Unidos.

Faz parte do mais amplo Russell 3000, que representa mais de 95% dos valores do mercado de ações americano. O Russell 2000 é amplamente reconhecido como o índice mais preciso para avaliar o desempenho das pequenas empresas nos EUA, tornando-se um barómetro essencial para este segmento de mercado.

O Russell 2000 é considerado uma referência essencial para os investidores que procuram diversificação e oportunidades no mercado de ações, e mais concretamente no segmento das pequenas e médias empresas americanas, indo além das grandes empresas já conhecidas e consolidadas em busca de maiores valorizações.

Comportamento histórico

O comportamento histórico do Russell 2000 desde o seu nascimento em 1984 tem sido de uma fantástica tendência ascendente, similar em termos de valorização e de resistência em momentos de crise em comparação ao S&P 500; é verdade que o Nasdaq apresenta valorizações muito maiores em ambos os índices no mesmo período, mas as quedas em momentos de crise neste último também foram muito mais severas.

Como é calculado o índice Russell 2000? | Características

O Russell 2000 é calculado com base na capitalização de mercado ajustada pela flutuação dos seus componentes, o que significa que considera apenas as ações disponíveis para o público investidor e exclui aquelas em mãos de insiders, governos ou promotores. Isto proporciona uma medida mais precisa da avaliação de mercado e do interesse dos investidores nestas empresas.

A seleção das empresas é atualizada anualmente, baseando-se na capitalização de mercado das mesmas e outras novas que ocupem o lugar das que saem (seja por aumento ou perda de capitalização de mercado). Este processo garante que o índice continue a ser um reflexo fiel do segmento de pequenas empresas, permitindo ao mesmo tempo que o índice se adapte dinamicamente às mudanças no mercado.

Critérios para fazer parte do índice Russell 2000

Os critérios para fazer parte do Russell 2000 incluem:

1. Localização: A empresa deve estar nos Estados Unidos, principalmente a sede central.
2. Capitalização de mercado: A empresa deve cair dentro do intervalo de capitalização de mercado estabelecido para as 2000 empresas menores do Russell 3000. Em qualquer caso, não poderá ser inferior a 30M de dólares.
3. Liquidez: As ações da empresa devem ser suficientemente líquidas. Ainda assim, o valor médio diário negociado (ADDTV) deve exceder a mediana global, que é determinada por um ranking diário de todos os valores investidos em ADDTV. Na reconstituição de 2020, a mediana global de ADDTV foi de 130.000 $
4. Elegibilidade da ação: A empresa deve ter ações ordinárias que estejam disponíveis para o público em geral, com um mínimo superior a 5% de capital flutuante.

No entanto, estes requisitos visam a que o Russell 2000 seja reconstituído anualmente para refletir as mudanças no mercado e garantir que o índice continue a ser um representante preciso do segmento de pequenas empresas do mercado americano. Durante este processo, as empresas podem ser adicionadas ou removidas do índice.

E, a propósito, no caso de IPOs, ou seja, se alguma empresa for cotada, deverá cumprir os requisitos anteriores.

Componentes do índice Russell 2000

A composição do Russell 2000, tanto em termos de empresas como de setores, é dinâmica; muda todos os anos com base nas atualizações do índice.

No entanto, é muito fácil de verificar: basta procurar qualquer ETF do Russell 2000 em sites confiáveis como iShares, Blackrock ou Morningstar, e observar as suas posições em carteira e/ou a sua composição setorial.

Como pode ver, a composição é bastante ponderada nos diferentes setores, destacando principalmente os seguintes:

• Industrial:
• Saúde:
• Financeiro:
• Tecnológico:
• Consumo discricionário:

Contudo, com um equilíbrio muito aceitável.

Como investir no Índice Russell 2000 (RUT)? | 4 formas diferentes.

Vamos ver as 4 formas mais intuitivas de investir no Russell 2000, um dos principais índices bolsistas do mundo.

Melhores empresas do Russell 2000

Uma das opções que podemos considerar não é simplesmente comprar o índice Russell 2000, mas tentar localizar as melhores empresas do índice e formar uma carteira com elas.

Para isso, teríamos a opção de analisar aquelas empresas do índice que acreditamos ser mais promissoras (embora isso implicasse possuir conhecimentos avançados da análise fundamental de ações, e também um trabalho árduo, dado que são 2000 empresas e cada ano aparecem e desaparecem algumas delas), ou simplesmente ficar com as que têm mais peso no índice, devido à sua maior capitalização de mercado em relação ao restante das empresas (embora talvez não por serem as líderes do índice significa que sejam também as melhores oportunidades de investimento).

Esta segunda opção é mais simples, dado que podemos consultar as ações que compõem o índice de forma rápida e gratuita em vários portais web confiáveis e comprovados. A seguir, deixo-te com as 7 empresas de maior peso no índice Russell 2000

Um fato muito notável deste índice, é que as ações pesam de forma relativamente equitativa, mesmo as de maior capitalização dentro do mesmo.

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ETFs

Como não poderia deixar de ser, quando falamos de um dos ativos mais negociados no mundo, é normal que tenhamos várias opções de ETFs que replicam o preço deste; é o que acontece com o Russell 2000.

Alguns dos ETFs do Russell 2000 mais populares são os seguintes:

Freedom24

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XTB

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Fundos de investimento

Quanto à opção dos fundos de investimento, e apesar das desvantagens que possuem em relação aos ETFs como mencionámos na secção anterior, também é interessante para os investidores devido às vantagens fiscais destes (podemos transferir capital de um fundo de investimento para outro sem ter que pagar impostos sobre os lucros obtidos por lei, o que não é possível com ETFs, ações ou outros ativos).

Em relação a fundos indexados, a opção mais popular é o Vanguard Russell 2000 Index. No entanto, é interessante destacar também a opção de optar por fundos de investimento de gestão ativa (não indexados) focados em Small Caps americanas que superam o Russell 2000.

Vamos ver alguns dos fundos de investimento mais interessantes:

• Vanguard Russell 2000 Index (Indexado)
• CT (Lux) – American Smaller Companies
• FTGF Royce US Small Cap Opportunity Fund
• Neuberger Berman US Small Cap Fund
• BNP Paribas Funds US Small Cap

Futuros e opções

Por último, temos também as opções dos derivados financeiros, como os contratos de futuros ou as opções.

Os contratos de futuros são acordos para comprar e vender (ou para primeiro vender e depois comprar) um ativo dentro de um período e até uma data limite específica no futuro (normalmente o período é de 365 dias, mas não é estritamente necessário que assim seja), a um preço acordado previamente.

Desta forma, em algumas plataformas poderás investir em instrumentos muito mais pequenos adaptados ao público de retalho, como são os mini Micro futuros.

Outra opção são as opções, contratos que concedem o direito de comprar (call) ou vender (put) um ativo a um preço acordado antes de uma data limite, mas sem a obrigação de o fazer. Deixo mais informações neste artigo: O que são opções?

Dada a alta liquidez que existe no Russell 2000, bem como a sua relativa baixa volatilidade em comparação com ações individuais e índices ou ETFs menos diversificados, o Russell 2000 torna-se num dos ativos financeiros mais atrativos do mundo para aqueles traders ou investidores que gostam de operar com futuros e/ou opções.

Por que investir no Russell 2000 em 2024?

Deixo-te com os três motivos de maior peso, pelos quais a investimento no índice Russell 2000 poderia ser interessante no presente ano:

Expectativa de descida das taxas de juro

Em contextos de expectativas de descida das taxas de juro próximas no tempo, as small caps costumam beneficiar-se mais a longo prazo do que as grandes capitalizações devido à sua maior sensibilidade aos custos de financiamento.

Ao contrário do que muitos investidores novatos acreditam, é habitual experimentar quedas nos mercados em momentos de descida das taxas, mas estas costumam converter-se depois em grandes oportunidades de investimento a nível histórico.

Na imagem verificamos como, durante as últimas décadas, as descidas das taxas de juro coincidiram com os “bear markets” da bolsa (oferecendo grandes oportunidades de investimento posteriormente).

As small caps têm maior capacidade de valorização

Hipotetizando perante uma mesma entrada de capital numa big cap vs. numa small cap, a small cap valorizará mais em preço devido a que a percentagem de crescimento da sua capitalização de mercado será maior em relação a uma big cap.

Vamos dar um exemplo com números para que se entenda:

• Se uma empresa tem uma capitalização de mercado de 1.000.000$, e alguém investe 1.000.000$ mais, a sua capitalização e o preço da sua ação valorizarão 100%, passando a ser o dobro
• Se uma empresa tem uma capitalização de mercado de 10.000.000$, e alguém investe 1.000.000$ mais, a sua capitalização e o preço da sua ação só valorizarão 10%

Vemos claramente que, perante o mesmo investimento, uma Small Cap valorizará mais do que uma Big Cap. E esta é a principal razão pela qual os investidores são atraídos pelas Small Caps e/ou por índices como o Russell 2000.

Unicórnios ocultos

O Russell 2000 oferece a oportunidade de investir em possíveis “unicórnios”, ou seja, pequenas empresas com o potencial de se tornarem líderes de mercado no futuro e, portanto, de oferecerem ao longo do caminho maiores valorizações de preço por ação do que as grandes empresas já consolidadas.

O Russell 2000 vs outros índices dos EUA

Vamos ver algumas das comparações do Russell e a sua rentabilidade histórica, em comparação com outros índices dos EUA, também muito fortes:

Russell 2000 vs SP5000

O Russell 2000 e o S&P 500 representam segmentos diferentes do mercado: o primeiro está focado em pequenas empresas e o segundo nas maiores. Isto oferece aos investidores a possibilidade de diversificar os seus investimentos com base nas suas visões de futuro dos diferentes setores da economia, e também de acordo com os seus perfis de risco e objetivos de rentabilidade.

👉 Para mais informações do primeiro: Como investir no SP500?

Russell 2000 vs Nasdaq

Embora ambos os índices incluam empresas tecnológicas, o Nasdaq é conhecido pela sua concentração em tecnologia, enquanto o Russell 2000 baseia a sua concentração em empresas de capitalização de mercado menores do que as líderes do Nasdaq sem levar em conta os seus setores, oferecendo assim uma diversificação setorial muito mais ampla.

👉 Para mais informações do índice tecnológico: Como investir no Nasdaq?

Russell 2000 vs Russell 3000

O Russell 2000 é uma subseção do Russell 3000, que se concentra exclusivamente nas 2000 empresas menores do Russell 3000, enquanto que o Russell 3000 inclui uma gama mais ampla que abrange tanto grandes como pequenas empresas (as 3000 maiores mais concretamente), sem se concentrar nas pequenas como o Russell 2000 faz.

Na seguinte imagem podemos apreciar a diferença na composição do Russell 3000, versus a composição do Russell 2000 que vimos acima no artigo, observando as principais empresas que ponderam cada um deles:

Em suma, a ideia de investir no Índice Russell 2000 (RUT) oferece aos investidores uma janela única para o dinâmico (e talvez altamente rentável) mundo das pequenas empresas americanas, proporcionando grandes oportunidades de investimento e ao mesmo tempo uma grande diversificação, seja através de ETFs, fundos de investimento, futuros, opções, ou diretamente nas empresas que compõem o índice.

FAQS sobre o Índice Russell 2000

Importante: Lembra-te que as empresas podem criar quantos índices quiserem, mas são depois as gestoras de ETFs ou fundos, ou as bolsas de futuros, que decidem sobre quais produtos veem interesse e pedem a licença para replicá-los.