Próxima reunião do BCE 2025


Existem vários intervenientes capazes de influenciar os mercados financeiros e o BCE, entre estes, desempenha certamente um papel de liderança. Por isso, é fundamental que, enquanto investidor, se mantenha informado sobre as reuniões, nas quais se definem as políticas financeiras do banco central.
A seguir, vemos o calendário de reuniões do BCE para 2025.
Quando se reúne o conselho do BCE
Existem dois tipos de reuniões do conselho do Banco Central Europeu (BCE):
- Reuniões para decisões de política monetária: Estas reuniões ocorrem a cada 6 semanas. Durante estas ocasiões, o Conselho do BCE avalia a situação económica e financeira e toma decisões sobre as taxas de juro e outras medidas de política monetária com o objetivo de manter a estabilidade dos preços na zona euro.
- Reuniões para outros tipos de decisões: Estas reuniões realizam-se a cada 2 semanas. Abrangem uma ampla gama de temas que não estão diretamente relacionados com as decisões de política monetária, como a supervisão bancária, a estabilidade financeira e outras questões administrativas e organizacionais do BCE.
Calendário de reuniões do BCE 2025
Após a última reunião de 2024, realizada a 12 de dezembro, apresentamos o calendário das próximas reuniões do BCE em 2025, dedicadas à política monetária:
- 30 de janeiro de 2025
- 6 de março de 2025
- 17 de abril de 2025
- 5 de junho de 2025
- 24 de julho de 2025
- 11 de setembro de 2025
- 30 de outubro de 2025
- 18 de dezembro de 2025
Se quiseres manter-te atualizado sobre os movimentos das políticas monetárias, descobre quando é a próxima reunião da FED.
Última reunião do BCE: novo corte das taxas em 25 pontos base e afastamento da FED
Mais uma reunião e, novamente, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu reduzir as taxas de juro em 25 pontos base, acumulando uma descida total de 125 pontos base em apenas seis meses. Assim, as taxas de juro passam a ser as seguintes:
- Taxa de Depósito: 2,75% (-25 pb)
- Taxa de Refinanciamento Principal: 2,90% (-25 pb)
- Facilidade Marginal de Crédito: 3,15% (-25 pb)

Fonte: Trading economics
Como consequência, o fosso em relação à Reserva Federal dos EUA continua a aumentar, uma vez que esta decidiu interromper as descidas, face à persistência da inflação, mantendo as suas taxas entre 4,25% e 4,50%.
Christine Lagarde, presidente do BCE, justificou esta nova decisão ao afirmar que a “política monetária continua restritiva” e necessária para reduzir ainda mais a inflação.
No entanto, este último corte também reflete as crescentes preocupações com a fraqueza económica da zona euro, em contraste com outras regiões que continuam a crescer. Mais ainda, o mercado não descarta novas reduções este ano: há analistas que já preveem mais 100 pontos base de flexibilização monetária antes de dezembro de 2025.
Durante a conferência de imprensa, Christine Lagarde adotou uma postura mais descontraída e deixou um título interessante:
“A taxa de inflação voltará a 2% ao longo deste ano.”
O processo de desinflação está bem encaminhado…
Apesar de a inflação da zona euro continuar acima da meta oficial, o BCE sublinha que “o processo de desinflação continua a avançar”. De facto, a inflação homóloga situou-se em 2,4% em dezembro, impulsionada pela energia – que, no entanto, pode registar aumentos pontuais – enquanto a inflação subjacente (excluindo alimentos e energia) mantém-se nos 2,7% há quatro meses.
O comunicado do BCE destaca que fatores como a moderação dos salários e a menor subida dos lucros estão a contribuir para esta tendência desinflacionária. Além disso, analistas de diversas instituições, como o CaixaBank Research, apontam para um desaparecimento progressivo dos excedentes de procura no setor dos serviços e um menor risco de efeitos de segunda ordem, o que poderia consolidar a trajetória descendente da inflação.
…E novas reduções podem ocorrer a curto prazo
Porém, a atividade económica da zona euro continua a enfrentar desafios significativos. O aumento dos preços da energia no último ano, a situação da principal economia europeia (Alemanha) e a desaceleração global criam um cenário ainda incerto. Tanto assim que vários analistas, incluindo especialistas do Danske Bank e da Oxford Economics, alertam que o verdadeiro teste para o BCE virá a partir de março, quando os efeitos dos cortes recentes e a evolução dos preços da energia se tornarem mais evidentes.
Neste contexto, o debate interno do BCE gira em torno da taxa de juro neutra – o ponto em que a política monetária deixa de ser restritiva e passa a ser expansionista –, estimada perto dos 2,5%.
Lagarde, no entanto, mantém que as futuras reduções das taxas dependerão da evolução dos indicadores macroeconómicos e das decisões do Conselho do BCE. Para a presidente do BCE, a recuperação da procura interna poderá ocorrer à medida que os efeitos da política monetária restritiva forem desaparecendo e os “obstáculos” que a economia enfrenta (tensões políticas, incerteza, menor crescimento global) começarem a dissipar-se.
Quem compõe o conselho do BCE?
O conselho de governação do BCE é composto pelos seis membros do Comité Executivo e pelos governadores dos bancos centrais nacionais dos países da zona euro.
- O Comité Executivo: Este comité inclui a Presidente do BCE-neste caso Christine Lagarde-, o Vice-Presidente e quatro outros membros. Todos eles são nomeados pelos chefes de Estado ou de governo dos países da zona do euro, com um mandato de oito anos não renovável.

- Os Governadores dos Bancos Centrais Nacionais: Estes são os governadores dos bancos centrais dos 19 países da zona do euro. Cada um destes governadores representa o seu respetivo banco central nacional no Conselho de Governo.
O Conselho de Governo é o principal órgão de tomada de decisões do BCE, responsável por formular a política monetária da zona do euro. Isto inclui decisões tais como estabelecer as taxas de juro e, em geral, a gestão da oferta monetária para manter a estabilidade de preços e apoiar as políticas económicas gerais na União Europeia.
Qual é o principal mandato do BCE?
O Banco Central Europeu (BCE) tem como objetivo principal manter a estabilidade de preços na zona do euro, o que significa manter a inflação baixa, estável e previsível, algo que não ocorreu nos últimos anos, e daí que tenhamos visto tanto movimento, e expectativas de subidas e descidas de taxas de juro.

Gráfico que mostra a taxa de inflação (2015 – decembro de 2024) | Fonte: BCE
Observe-se no gráfico como, após vários anos com uma inflação controlada, sempre abaixo dos 2% – por vezes até nos 0% ou mesmo negativa –, em 2022 chegou a disparar para 10%, acabando por recuar para o nível atual de 2,4%.
Este facto obrigou o BCE a aumentar as taxas de juro de forma agressiva ao longo de 2022 e 2023, uma vez que não estava a cumprir o seu único mandato, que, recordemos, era manter a estabilidade dos preços e, consequentemente, eliminar a inflação.
No entanto, em setembro de 2024, Christine Lagarde deu por terminado o período de taxas máximas, e já estamos imersos num ciclo de descida, após a quinta redução das taxas em 25 pontos base, realizada em janeiro de 2025. Ou seja, apenas no último semestre de 2024 e início de 2025, o BCE reduziu as taxas de juro em 125 pontos base.
As três taxas de juro controladas pelo BCE
Embora frequentemente mencionemos o controlo dos tipos de juro, a verdade é que o BCE controla 3 tipos:
- Facilidade de depósito marginal: É a taxa de juro que os bancos recebem ao depositar fundos no BCE de um dia para o outro. Esta taxa procura influenciar os bancos a depositarem ou retirarem os seus excessos de liquidez.
- Taxa de refinanciamento principal (MRO): É o juro principal que o BCE cobra, a uma semana, por emprestar dinheiro aos bancos através de operações de mercado aberto.
- Facilidade de crédito marginal (MLF): É a taxa a que os bancos podem obter empréstimos do BCE há um dia, como último recurso, utilizando ativos elegíveis como garantia.
Que papel desempenham os bancos centrais nos mercados?
O banco central exerce diversas funções. Primeiramente, define as taxas de juro aplicáveis aos empréstimos concedidos aos bancos comerciais da zona euro. As decisões de política monetária têm um impacto direto na oferta de moeda e na inflação, o que, por sua vez, influencia os mercados financeiros. O anúncio de políticas monetárias restritivas geralmente provoca uma postura de prudência ou venda por parte dos mercados financeiros, e o contrário ocorre em caso de políticas expansionistas.
Além disso, o BCE desempenha uma função de supervisão, colaborando com as autoridades nacionais para implementar controlos sobre instituições e mercados, garantindo a segurança e a solidez do sistema bancário. Pode ler aqui a entrevista com Nicola Para sobre o papel do BCE nos mercados.
O Banco Central Europeia (BCE) é fundamental na orientação da economia da zona euro. Sempre que se aproxima uma das suas reuniões, os investidores enfrentam a pergunta crucial: onde investir? As decisões do BCE podem ter impactos significativos no desempenho das ações nos mercados europeus.
Muitos recorrem às ações do Eurostoxx como um barómetro para avaliar a reação do mercado às notícias vindas da BCE. Em períodos de incerteza ou expectativa de mudanças na política monetária, as ações defensivas, conhecidas por serem menos sensíveis às flutuações económicas, tornam-se particularmente atrativas. Contudo, as decisões da BCE também podem abrir oportunidades para aqueles que sabem onde procurar, transformando a seleção das melhores ações num exercício desafiador, mas potencialmente recompensador.
FAQs
O Conselho de Governo do BCE reúne-se a cada 6 semanas para decisões de política monetária, e a cada 2 semanas para decisões de outro tipo.
O Comité Executivo, composto por 6 membros, ao qual se juntam os presidentes dos bancos centrais nacionais.
A próxima reunião do BCE realizar-se-á em 6 de março de 2025 e será a segunda reunião dos dirigentes do BCE no novo ano.
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