Depósito a prazo: o que é e como funciona em Portugal
Nos últimos anos, os depósitos a prazo voltaram a ganhar relevância na estratégia de poupança de muitas famílias portuguesas. A subida das taxas de juro na zona euro contribuiu para que estes produtos bancários recuperassem importância, sobretudo entre quem valoriza a previsibilidade e prefere soluções com risco reduzido.
Em Portugal, os depósitos a prazo distinguem-se pela sua simplicidade: o cliente aplica uma determinada quantia durante um prazo acordado e, no final, recebe os juros contratualmente definidos. Adicionalmente, beneficiam da proteção do Fundo de Garantia de Depósitos, até 100 000 € por depositante e por instituição, o que reforça a sua segurança jurídica.
Neste artigo, explicamos de forma objetiva as principais características deste instrumento de poupança, como funciona a sua remuneração, quais as modalidades existentes e que fatores devem ser considerados antes de constituir um depósito a prazo. O objetivo é fornecer informação clara e atualizada, para apoiar uma melhor compreensão desta opção de afetação de capital.
O que é um depósito a prazo?
Um depósito a prazo é um produto bancário de poupança em que o cliente coloca uma determinada quantia de dinheiro num banco ou instituição financeira durante um período previamente acordado. Em troca, essa entidade compromete-se a devolver o capital investido no final do prazo, acrescido dos juros correspondentes.
Este tipo de depósito é considerado uma das formas mais seguras de poupança, já que em Portugal está protegido pelo Fundo de Garantia de Depósitos, que assegura até 100 000 euros por depositante e por instituição, caso o banco declare falência. Por este motivo, os depósitos a prazo são populares entre pessoas que procuram preservar o capital, obter rendimento previsível e evitar grandes riscos.
Além disso, este tipo de depósito pode ter diferentes modalidades: prazos curtos, médios ou longos, taxas de juro fixas ou variáveis, e condições específicas sobre levantamentos antecipados.
Diferença entre depósito a prazo e conta à ordem
Embora ambos sejam produtos bancários, a diferença entre depósito a prazo e conta à ordem é significativa:
- Conta à ordem: trata-se de uma conta de movimentação diária. O dinheiro pode ser depositado, transferido ou levantado a qualquer momento, sem restrições. Normalmente, estas contas não oferecem remuneração, ou oferecem taxas de juro muito baixas.
 - Depósito a prazo: Neste caso, o dinheiro fica “bloqueado” por um período determinado. A liquidez é reduzida, ou seja, é mais difícil movimentar o capital em comparação com uma conta à ordem. Em contrapartida, o cliente recebe juros que dependem do montante investido, da taxa oferecida e da duração do depósito.
 
Assim, a conta à ordem serve sobretudo para a gestão do dia a dia, enquanto o depósito a prazo é uma ferramenta de poupança.
Como funciona o rendimento: juros e prazos
O rendimento de um depósito a prazo depende de três fatores principais:
- Montante investido: Quanto maior for o valor aplicado, maior será o montante de juros a receber.
 - Prazo: Os depósitos podem ter prazos curtos (30, 60 ou 90 dias), médios (6 meses a 1 ano) ou longos (2 anos ou mais). Normalmente, prazos mais longos oferecem taxas de juro mais elevadas.
 - Taxa de juro: Pode ser fixa (mantém-se durante todo o período) ou variável (associada a um índice de referência, como a Euribor).
 
Os juros podem ser pagos de diferentes formas: no final do prazo (juros simples), periodicamente (mensal, trimestral ou semestralmente) ou capitalizados (os juros somam-se ao capital, gerando novos juros).
É importante notar que sobre os rendimentos obtidos incide a retenção na fonte de IRS à taxa de 28% para residentes em Portugal (salvo opção pelo englobamento).
Tipos de depósitos a prazo
Existem várias modalidades de depósitos a prazo disponíveis no mercado português:
- Depósitos a prazo simples: O formato tradicional, com taxa fixa e prazo definido.
 - Depósitos a prazo com taxa progressiva: A taxa de juro aumenta à medida que o tempo passa, incentivando a manutenção do depósito até ao final.
 - Depósitos indexados: A remuneração depende da evolução de um índice financeiro, como a Euribor, ou de outro ativo de referência.
 - Depósitos em moeda estrangeira: Permitem aplicar divisas como dólares ou libras. Têm risco acrescido devido à flutuação cambial.
 - Depósitos estruturados: Combinam capital garantido com rendimento variável associado ao desempenho de um ativo (por exemplo, ações ou índices).
 
Cada tipo responde a diferentes perfis de investidor, desde os mais conservadores até aos que procuram um pouco mais de rentabilidade, ainda que com algum risco adicional.
Exemplo prático
Por exemplo, algumas plataformas digitais, como a Klarna, disponibilizam contas poupança a prazo fixo que, na prática, funcionam de forma semelhante aos depósitos a prazo tradicionais: apresentam uma taxa de juro fixa, um prazo definido e não permitem levantamentos antecipados.
Posso levantar o dinheiro antes do prazo?
A possibilidade de levantar o dinheiro antes do prazo depende sempre das condições do contrato do depósito. Em alguns casos, os depósitos são totalmente rígidos e não permitem a mobilização antecipada, obrigando o cliente a manter o capital até à data de vencimento.
Existem também depósitos que aceitam o levantamento do dinheiro antes do fim do prazo, mas com penalizações. Normalmente, isso significa perder parte ou mesmo a totalidade dos juros acumulados, o que reduz bastante a rentabilidade esperada.
Por outro lado, alguns bancos oferecem depósitos mais flexíveis, que permitem mobilizar parte ou a totalidade do capital sem penalização. No entanto, estes produtos costumam ter taxas de juro mais baixas para compensar a maior liquidez.
Por isso, antes de subscrever um depósito a prazo, é essencial ler atentamente a ficha de informação do banco e confirmar quais são as condições aplicáveis em caso de necessidade de levantamento antecipado.
Como escolher um depósito a prazo?
A escolha de um depósito a prazo deve começar pela definição do objetivo financeiro. É importante perceber se a aplicação serve para uma poupança de curto prazo ou para manter o dinheiro investido durante mais tempo.
Também convém considerar o montante disponível e o prazo oferecido pelo banco, garantindo que não compromete a liquidez em caso de necessidade. Comparar taxas de juro e formas de pagamento dos juros é essencial, já que cada instituição apresenta condições diferentes.
Outro ponto relevante são as regras de mobilização antecipada. Alguns depósitos permitem levantar o dinheiro antes do prazo, mas geralmente com penalizações. Por fim, é fundamental confirmar que o banco está coberto pelo Fundo de Garantia de Depósitos, assegurando a proteção do capital até 100 000 euros.
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Vantagens e desvantagens dos depósitos a prazo
Como qualquer produto financeiro, os depósitos a prazo apresentam benefícios e limitações.
Vantagens
- Segurança: O capital está protegido pelo Fundo de Garantia de Depósitos até 100 000 euros.
 - Previsibilidade: Sabe-se exatamente quanto será o rendimento no final do prazo.
 - Simplicidade: Não requer conhecimentos técnicos ou gestão ativa.
 - Baixo risco: Ideal para perfis conservadores e objetivos de curto ou médio prazo.
 
Desvantagens
- Rentabilidade limitada: As taxas de juro podem ser baixas, sobretudo em períodos de políticas monetárias restritivas.
 - Menor liquidez: O dinheiro pode ficar imobilizado até ao vencimento, salvo penalizações.
 - Efeito da inflação: Em contextos de inflação elevada, o rendimento real pode ser nulo ou até negativo.
 - Fiscalidade: A tributação reduz a rentabilidade líquida.
 
Perguntas frequentes sobre depósitos a prazo
Depende do banco. Algumas instituições permitem abrir com 100 euros, enquanto outras exigem valores mais elevados.
São considerados seguros, mas apenas até ao limite de 100 000 euros por titular e por instituição, coberto pelo Fundo de Garantia de Depósitos.
Sim, é possível diversificar entre vários depósitos, prazos e bancos.
O Fundo de Garantia de Depósitos reembolsará o cliente até ao limite legal estabelecido.
Depende do perfil de cada investidor. Para quem procura segurança e rendimento previsível, pode ser uma opção interessante. No entanto, quem deseja rentabilidades mais elevadas pode considerar outros produtos de investimento.
RANKIA PORTUGAL: Este artigo tem caráter exclusivamente informativo e educacional. As informações aqui contidas não constituem aconselhamento financeiro, nem recomendação de compra ou venda de quaisquer instrumentos financeiros. A rentabilidade passada não garante retornos futuros. Antes de tomar decisões de investimento, recomenda-se a consulta de um profissional devidamente habilitado.
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