Mineração de Bitcoins: O que é e como funciona?

A mineração de Bitcoins é um processo fascinante: falamos nada mais nada menos do que do “génesis” da Bitcoin e das criptomoedas, com um processo que assegura tanto a criação de novas bitcoins como a integridade e segurança das transações na rede. Neste artigo, aprofundaremos os diferentes aspetos relevantes da mineração de Bitcoin, para compreender o seu funcionamento e relevância dentro do ecossistema das criptomoedas.

O que é a mineração de Bitcoin?

A mineração de Bitcoin é o processo pelo qual se criam novas Bitcoins e se mantêm e asseguram as transações na rede de Bitcoin. Este processo é fundamental para o funcionamento da blockchain de Bitcoin, a tecnologia de contabilidade distribuída que regista todas as transações desta criptomoeda.

Como funciona a mineração de Bitcoin?

Agora que já sabemos o que é a mineração, é momento de saber como funciona caso estejamos interessados em começar a praticá-la:

1. Validação de transações: Os mineiros recolhem transações pendentes de serem confirmadas e agrupam-nas num bloco.
   
2. Resolução de problemas cripto: Para adicionar um bloco à blockchain, os mineiros devem resolver um problema criptográfico complexo, conhecido como prova de trabalho (Proof of Work, PoW). Este problema requer que os mineiros realizem inúmeros cálculos com os seus equipamentos, o que consome uma quantidade significativa de energia elétrica e capacidade computacional.
   
3. Formação de um novo bloco: Uma vez que um mineiro tenha resolvido o problema, o novo bloco é adicionado à blockchain. Isto é feito verificando que todas as transações no bloco são válidas e que nenhuma bitcoin foi gasta duas vezes no mesmo bloco.
   
4. Recompensa: Como incentivo para este trabalho, o mineiro que resolve o problema recebe uma recompensa em bitcoins. Esta recompensa é composta por novas bitcoins geradas com cada bloco e as taxas de transação de todas as transações incluídas no bloco.

A dificuldade do problema criptográfico ajusta-se automaticamente pela rede aproximadamente a cada duas semanas para assegurar que o tempo médio de adicionar um novo bloco seja de cerca de 10 minutos. Este ajuste depende do poder computacional total da rede de mineiros ativos.

Ou seja, a mineração de Bitcoin é crítica não só para a criação de novas bitcoins, como também para a segurança e integridade de toda a rede, assegurando que as transações são processadas de maneira confiável e resistente a alterações e fraudes.

É seguro minerar Bitcoins?

A segurança da rede de Bitcoin depende dos mineiros, que atuam como nós na rede, validando e mantendo o consenso sobre o estado da blockchain. A premissa é muito simples:

Quantos mais nós ativos e mineiros houver, mais descentralizada estará a rede, e será mais segura e mais resistente a ataques.

É por esta razão que os adeptos da Bitcoin veem a descentralização desta como algo tão positivo, valorizando-a como um dos grandes argumentos a favor da mesma.

Quantos BTC se podem minerar?

O limite máximo de bitcoins que podem existir (e portanto serem mineradas) é de 21 milhões. À medida que nos aproximamos deste limite, a quantidade de bitcoins geradas por bloco continua a diminuir devido ao halving, o que eventualmente levará a uma nova era em que as taxas de transação serão a única recompensa para os mineiros, prevista aproximadamente para o ano 2140.

Por que é necessária a mineração dentro da blockchain?

A mineração é fundamental para manter a descentralização e segurança da blockchain da Bitcoin. Através deste processo, os mineiros validam novas transações e registam-nas em blocos, que depois são adicionados à cadeia de blocos existente.

Este mecanismo não só previne o “gasto duplo” (ou seja, que um utilizador tente realizar duas ou mais transações utilizando a mesma Bitcoin – ou os mesmos Satoshis, subunidades de Bitcoin -, ou seja, falsificá-los), mas também assegura que todos os participantes da rede tenham uma cópia consistente e atualizada do livro de contabilidade digital de Bitcoin (onde todas as transações ficam registadas na blockchain), garantindo a sua transparência e fiabilidade.

Este facto é um dos mais importantes para os detentores ou investidores da Bitcoin, e um dos argumentos principais a favor da criptomoeda rainha e contra o dinheiro fiduciário ou outros ativos.

Que recompensas se recebem por bloco minado?

Cada vez que um mineiro resolve o problema criptográfico necessário para adicionar um novo bloco à blockchain, é-lhe atribuída uma quantidade predeterminada de bitcoins – esta recompensa é basicamente a forma como se criam ou “mineram” novas bitcoins.

Mas além da recompensa por bloco, os mineiros também recebem recompensas das taxas de transação associadas a todas as transações incluídas em cada bloco que adicionaram.

Neste ponto, é relevante destacar o efeito do famoso Halving de bitcoin:

• Quando a Bitcoin foi lançada em 2009, a recompensa inicial por bloco minerado era de 50 bitcoins.
  
• O evento de halving foi desenhado para diminuir a recompensa por bloco para metade, a cada 210.000 novos blocos (aproximadamente a cada quatro anos).
  
• Os halvings são um mecanismo crucial para controlar a oferta de novas bitcoins, assegurando que a totalidade dos 21 milhões de bitcoins seja minerada gradualmente até ao ano 2140. Ao reduzir as recompensas, o halving ajuda a prevenir a inflação da Bitcoin.
  
• Cada halving reduz significativamente a rentabilidade da mineração. Em consequência, apenas os mineiros mais eficientes (com base no seu custo de eletricidade e na sua capacidade de hardware) podem continuar a ser rentáveis a longo prazo.
  

Tudo isso significa que após o iminente halving de 2024, a recompensa passará a ser de 6,25 bitcoins por bloco minerado, para 3,125. É certo que pode parecer que cada vez é menor, mas isso, em parte, se nutre da ideia de que cada vez seja mais aceito, e por conseguinte, o valor de uma unidade monetária de bitcoin seja maior.

Que requisitos são necessários para ser mineiro?

O mineiro de bitcoin na realidade pode ser qualquer pessoa ou empresa com o hardware e o software adequados pode se juntar a uma pool de mineração.

No entanto, a mineração de Bitcoin tornou-se altamente competitiva, por isso atualmente requer um investimento significativo em equipamentos especializados de elevada potência, conhecidos como ASICs (Circuitos Integrados para Aplicações Específicas), e um acesso económico à eletricidade para ser rentável.

É por isso que, apesar de a porta da mineração nunca deixar de estar aberta para todo aquele que deseje cruzá-la, cada vez está ao alcance de menos pessoas ou empresas, devido unicamente às suas barreiras de entrada puramente económicas e de recursos.

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Sobre as pools de mineração

Uma Pool de mineração é uma rede de mineiros que combinam os seus recursos computacionais para aumentar as suas possibilidades de minerar blocos e receber recompensas.

Ao trabalhar em conjunto, estas pools podem resolver os complexos problemas matemáticos da mineração mais rapidamente, o que resulta numa distribuição mais regular das recompensas entre os seus participantes, baseada na contribuição de cada um para o poder de processamento da pool.

Fazer staking é mineração de Bitcoin?

A resposta a esta pergunta é “Não”. O staking com criptomoedas é um processo associado a criptomoedas que utilizam o mecanismo de consenso de Prova de Participação (PoS – Proof of Stake), diferente da Bitcoin, que utiliza a Prova de Trabalho (PoW – Proof of Work) e que requer o processo de mineração.

O staking envolve manter fundos (criptomoedas) numa carteira digital de criptomoedas para suportar as operações de uma rede blockchain, oferecendo uma abordagem energeticamente mais eficiente em comparação com a mineração e com menor investimento em hardware: com as criptomoedas PoS pode-se realizar staking necessitando apenas de um computador portátil ou até mesmo de um telemóvel com ligação à internet.

Onde posso fazer staking de criptomoedas?

Na verdade, não precisa de nenhuma plataforma complexa de entender, basta qualquer exchange centralizada, e adaptada para uma usabilidade simples.

Por exemplo, em exchanges como a Bit2Me, podemos realizar staking de aproximadamente 40 criptomoedas, desde as mais famosas como a própria Bitcoin, até outras muito mais exóticas como a PolkaDot ou Cosmos.

Além disso, a Bit2Me é muito mais do que uma exchange onde se faz staking e se geram recompensas pelas suas criptomoedas sem fazer nada. Entre os seus múltiplos serviços ou valor acrescentado encontramos:

• Segurança: no contexto das estritas normativas financeiras de Espanha, e com fundos protegidos por um banco inscrito no Banco de Espanha e respaldados por um seguro de 150 milhões de euros, a Bit2Me posiciona-se como uma das exchanges de criptomoedas que oferece um dos melhores níveis de segurança aos seus utilizadores a nível global

• Oferta de criptomoedas / staking: na Bit2Me poderá encontrar mais de 290 criptomoedas, 40 das quais incluem recompensas através do Bit2Me Earn, o programa de staking da plataforma, que lhe oferecerão uma recompensa média de 7% ou 8%, pelo menos as maiores como Ethereum ou Polkadot. No entanto, outras criptos menores (e com maiores riscos de volatilidade), poderiam chegar a oferecer APYs próximas ou superiores a 30%.

• Formação e atendimento ao cliente: além disso, a Bit2Me não só procura que compre ou venda na sua exchange, como também ajuda a compreender como funciona o sistema cripto, através da Bit2Me academy, que inclui mais de 450 artigos sobre criptomoedas de forma totalmente gratuita, além de cursos, guias e programas de formação

Por outro lado, a Bit2Me dispõe de um dos melhores serviços de atendimento ao utilizador, tal como reconheceu a ASUFIN no seu último relatório em que comparava os diferentes serviços de suporte das exchanges. Podem atender através de várias vias como WhatsApp, telefone e e-mail, e em nove idiomas, incluindo o português.

👉 Para mais informações sobre a cripto exchange, aqui está a nossa review: Análise da Bit2Me

É possível investir em mineradoras de Bitcoin?

E por último, deixamos-lhe com outra alternativa ao staking e à mineração em si. Se decidir explorar o mundo da blockchain e das criptomoedas, mas considera que podem representar um risco excessivo, outra opção é a tradicional bolsa.

Neste caso, investir em empresas cotadas que se dedicam de forma massiva, e com equipa e pessoal especializado na mineração de Bitcoin. Em outras palavras, investir em mineradoras de Bitcoin. Deixamos-lhe um par de alternativas:

Canaan Creative e Zhejiang Ebang Communication

A Canaan Creative, fundada em Pequim (2013), vende computadores e processadores de mineração “Avalon” com chips ASIC super rápidos e personalizados. Em 2017, obteve receitas de 1,3 mil milhões de yuans ($203.8 milhões). Segundo o vice-presidente da empresa, Jianping Kong, estima-se que a Canaan forneça um quarto da capacidade de processamento de bitcoin do mundo. Além disso, espera-se que o impulso da China para promover a sua indústria doméstica de chips ajude a impulsionar o crescimento da empresa.

Credit Suisse, CMB International, Deutsche Bank e Morgan Stanley atuam como colocadores na saída para a Bolsa. A avaliação da OPV da Canaan ainda não foi fixada, devido à falta de empresas comparáveis e às flutuações das criptomoedas. Em meados de 2017, a empresa foi avaliada em cerca de 500 milhões de dólares, segundo uma fonte citada pela IFR.

Zhejiang Ebang Communication é uma empresa de alta tecnologia que integra I&D, produção, vendas e serviço dedicada à comunicação de dados e sistema de transmissão de fibra ótica, focando-se em “Blockchain” e “Cloud computing”.

A Ebang estreou-se em 2015 na National Equities Exchange and Quotations da China, mas retirou-se do mercado este ano após anunciar em janeiro a sua intenção de entrar na Bolsa de Hong Kong.

👉 Mais informações: Melhores exchanges para investir em criptomoedas

Mineração de bitcoin: vale a pena ou é preferível o staking?

A mineração de Bitcoin é um pilar essencial para o funcionamento e segurança da sua blockchain. Este processo não só permite verificar e registar novas transações em blocos para prevenir fraudes como o duplo gasto, mas também assegura a descentralização e transparência do sistema. Dado que cada participante tem acesso a uma cópia do livro contabilístico da blockchain, mantém-se a confiabilidade e fortalece-se a independência em relação ao sistema financeiro tradicional. Como tal, a sua importância é crucial, pois aporta capacidade para sustentar a integridade e a autonomia da rede, fazendo do Bitcoin uma opção robusta face às moedas fiduciárias.

Por outro lado, o processo de mineração evoluiu até se tornar uma atividade altamente competitiva que requer investimentos significativos em hardware especializado e consumo energético.

Em consequência, embora no passado tenha sido uma atividade altamente rentável devido às recompensas que se ofereciam por bloco minerado (há anos superiores a 50 bitcoins) e à menor concorrência que havia, hoje em dia pode não ser a melhor opção a nível de utilizador retail, já que só será rentável na medida em que seja capaz de escalar o seu processo de mineração a centenas de computadores ao mesmo tempo, como se efetua nas quintas de mineração.

É certo que hoje em dia, ainda existem as pools de mineração, onde graças ao escalonamento de recursos, a rentabilidade da mineração de Bitcoin ainda pode ser considerável, onde os participantes combinam recursos para resolver blocos mais eficientemente e partilhar as recompensas.

No entanto, cada halving reduz a metade as recompensas por bloco, aumentando a dificuldade para obter ganhos.

Em contraste, o staking representa uma alternativa menos exigente em termos de recursos. Através deste método, os utilizadores podem ganhar recompensas por participar na validação de transações em redes que utilizam o mecanismo de Prova de Participação (PoS). O staking não requer o mesmo nível de investimento em hardware e é energeticamente mais eficiente, o que pode ser atrativo para aqueles que procuram uma forma mais acessível e sustentável de gerar rendimentos com criptomoedas.

Em suma, se procura obter uma remuneração pela sua participação e processo de melhoria da rede cripto, a título individual talvez o staking seja uma melhor opção do que a mineração, já que requer menos recursos económicos e de equipamento, ao mesmo tempo que as remunerações obtidas não são baixas.