Swing Trade: o que é, como funciona e como começar a investir

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O Swing Trading ocupa o espaço intermédio entre o Day Trade e o Position Trade, focando-se assim em captar oscilações de que podem durar de dias a semanas e podem render uma percentagem interessante ao investidor. Esta abordagem exige apenas análises sucintas na sua abertura/fecho, como eu dou o exemplo mais a frente de quem tem um emprego que lhe ocupa a maioria do dia, conciliando-se assim com este estilo de vida que alguns investidores possuem.

No artigo falo sobre como funciona o Swing Trade, com um guia passo-a-passo para este estilo de trading e alguns exemplos de estratégias.

O que é o Swing Trading?

De forma simples, o Swing Trade é uma estratégia de negociação (que eu próprio utilizo) em que o investidor tenta capturar/apanhar movimentos de preço “intermédios”, isto é, nem tão curtos como o famoso Day Trade (em que se abre e fecha posições no mesmo dia), nem tão longos quanto o Position Trade (investimentos de mais longo prazo).

Na prática, o Swing Trade mantém a posição durante alguns dias até, no máximo, poucas semanas, procurando assim lucrar com oscilações técnicas ou notícias que provoquem variações de preço percetíveis, mas de alguma forma temporárias.

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Como funciona o Swing Trade?

No Swing Trade usa-se muito uma expressão que é “surfar a onda” ou pelo menos tentar “surfar” as oscilações que podem durar entre o período de alguns dias a algumas semanas. Para que isso resulte, o processo precisa de ser estruturado, isto é, não é só comprar e esperar, o método que utilizamos é muito importante. Vou de seguida deixar um exemplo de metodologia (passo-a-passo) para que possa servir de exemplo para vós.

  • Selecionar os ativos: escolher ativos/títulos com alguma liquidez, com um baixo spread e volatilidade suficiente para compensar os custos inerentes a respetiva operação, como por exemplo, ações dos principais índices mundiais e pares cambiais (Majors); para a seleção destes títulos/ativos podemos utilizar uma plataforma gratuita como o é a “TradingView”.
  • Preparar “cenário/terreno”: conforme os acontecimentos do calendário económico/macroeconómico, como por exemplo, o Non-Farm Payrolls nos Estados Unidos da América; os anúncios de subida/corte da taxa de juro diretora do Banco Central Europeu, do Federal Reserve, Bank of Japan, Bank of Englang, entre outros bancos centrais; os PMI’s; resultados trimestrais de uma respetiva empresa; ISM’s; entre muitos outros dados. Para este ponto bastante pertinente, podemos utilizar o calendário económico disponível na nossa conta de negociação ou também numa fonte externa, como o é o Forex Factory.
  • Definir o sinal de entrada: aqui podemos dividir este mesmo tópico em 2 vias, isto é, a componente técnica e fundamental, por exemplo, na componente técnica um sinal de entrada poderia ser, o cruzamento das médias móveis (9/21 EMA’s) ou indicador RSI (Índice de Força Relativa) a sair da zona de “Sobrevenda”; já do lado da componente fundamental, podes ter uma revisão em alta das estimativas de lucro de uma determinada empresa. Para apoiar a nossa decisão neste parâmetro podemos e devemos utilizar os gráficos de velas ou qualquer outro tipo de gráfico, e também indicadores como o que falei acima (RSI).
  • Plano de Trading: este para mim é o “equador” deste (passo-a-passo), pois, é aqui que vamos dar forma a operação. Neste ponto, definimos o preço de entrada, o stop-loss (muito importante), o target (alvo ou lucro que pretendemos realizar) e o tamanho da posição. O preço de entrada, é onde devemos saber onde entrar (comprar) e onde devemos sair (vender); Stop-Loss é aquele ponto que nos “garante” (está propositadamente colocado entre “”), que se estivermos errados na nossa análise saímos da nossa operação; o target (alvo ou lucro que pretendemos realizar) podemos ver de diversas formas, a quem veja pelo rácio de 1:3 ou até mais, ou num determinado nível de resistência; por último o tamanho da posição, podemos traduzir isto, para o montante do total do nosso capital que estamos dispostos a investir para aquela operação em específico. Aqui poderemos utilizar uma calculadora/folha de Excel para nos ajudar no cálculo da nossa posição.
  • Execução do plano: para entrar numa determinada operação devemos usar uma ordem limitada ou uma ordem stop para assim evitar o (slippage). Se o mercado abrir com (gap) fora do que é a tua avaliação, só tens uma coisa a fazer, é reavaliar a operação. A execução podes efetuar numa plataforma de negociação, tal como a Degiro, Trading212, TradeRepublic, Interactive Brookers, XTB, etc.
  • Monitorização: a monitorização é outro ponto bastante importante, pois, devemos ver sempre como se move a nossa posição e se está a ir de acordo com aquela que é a nossa previsão, por exemplo, mover o stop-loss para “breakeven” (ponto de equilíbrio, em que não ganhamos nem perdemos, com os custos da operação incluídos); fazer aquilo que se denomina de “Scaling Out” de forma parcial se por ventura metade do nosso target (alvo) que definimos acima for atingido, protegendo assim alguns lucros. Aqui poderemos utilizar a ferramenta do “Trailing Stop”.
  • Saída e Pós Trade: imaginemos um cenário que estamos quase no target ou quase a cumprir o rácio de 1:3 e estás prestes a sair uma determinada notícia que aumenta a incerteza no mercado e que por isso afeta de forma direta/indireta a posição que temos em aberto, podemos ou não ser nos próprios a fazer a “Close Position”, pois, podemos e devemos automatizar, mas assumir o controlo “manual” por vezes também é preciso. Para finalizar este (passo-a-passo), é essencial termos um diário (Journaling) em que explicamos detalhadamente as razões das nossas entradas em algumas operações, erros que fomos cometendo, lições que aprendemos com os mesmos, se saímos de forma manual, qual o porquê de isso ter acontecido, entre muitos outros fatores, o registo do que fazes certamente que será o teu maior fator de aprendizagem. Para este parte do diário a semelhança do que utilizámos para os cálculos que nos ajudam no “Plano de Trading” aqui pode ser também uma simples folha de Excel com algumas métricas/variáveis ou então uma folha de Word ou até num caderno, como vos der mais jeito.

Exemplo (de forma simplificada)

  1. Ativo: Ações Jerónimo Martins (JMT).
  2. Setup: O preço respeita o nível de 15,80€, o RSI encontra-se em níveis a rondar os 30 e a Média Móvel Exponencial de 20 períodos está ligeiramente ascendente.
  3. Plano: Entrada nos 15,90€; Stop-Loss nos 15,40€; Target nos 16,90€, aqui estou a utilizar um rácio “Risk/Reward” de 1:2; capital de 10000€, o risco é de 1% (isto é o que estou disposto a perder, não fazer confusão com o valor da posição que é de 3180€, aproximadamente 32% do capital total (não estou a recorrer a alavancagem), e estou a arriscar perder 1% do total do capital (100€) dos 10000€.
  4. Gestão do Trade: se fechar no dia a um valor > a 16,40€, mover Stop-Loss para 15,90€ (Breakeven Point).
  5. Saída: vender na meta ou antes de resultados trimestrais se os mesmos estiverem prestes a ocorrer.

Diferença entre Swing Trade, Day Trade e Position Trade

CritérioDay TradeSwing TradePosition Trading
Duração típica da posiçãoSegundos a horas (fechada sempre no mesmo dia)2–3 dias até ~3-4 semanasSemanas a vários meses
Objetivo principalCapturar oscilações intradiáriasAproveitar movimentos intermédios no preço“Surfar” tendências de médio/longo prazo
Ferramentas de análiseGráficos de 1 min, 5 min; 30 min; 1h; Ordem FlowGráficos diários/4 h; Médias Móveis; RSI/MACD; Japanese CandleSticksAnálise fundamental (lucros, sector, economia)
Frequência de operaçõesMuito altaModeradaBaixa
Tempo em frente ao ecrãPraticamente contínuo durante a sessãoRevisões periódicas (ex.: abertura/fecho)Pontual (semanal/mensal)
Exposição a risco “overnight”Nenhuma (posições fechadas)Presente (gaps de abertura)Elevada, mas diluída no horizonte
Tamanho/gestão de stopCurto: pips ou cêntimosMédio: dezenas de cêntimos / alguma %Largo: tendências de longo prazo
Custos relativos (comissões + slippage)Alto devido ao volume de ordensMédioBaixo
Necessidade de margem/alavancagemFrequente (futuros, CFD’s)OpcionalRaro
Perfil psicológicoTolerância a stress, decisões rápidasDisciplina diária e paciênciaPaciência elevada e foco em fundamentais


Mas quando/qual devo escolher?

A resposta mais certa é depende, mas apesar de não dar aqui uma resposta concreta, vou deixar alguns passos para te ajudar na altura da decisão.

  • Day Trade: é adequado a quem consegue dedicar várias horas seguidas, lida bem com a adrenalina e tem custos de corretagem competitivos; pequenas variações geram ganhos (ou perdas) rápidas; na minha opinião não só aqui, mas nesta modalidade o Stop-Loss é obrigatório.
  • Swing Trade: ideal para o investidor que quer participar em movimentos de curto prazo, mas não pode ou não quer acompanhar o mercado ao minuto; requer um controlo de risco para possíveis (Gap’s) noturnos e a capacidade de seguir planos predeterminados sem ceder às emoções.
  • Position Trade: é interessante para o investidor que prefere analisar negócios, macroeconomia e tendências setoriais, aceitando manter posições durante ciclos de mercado; os custos diluem-se e o ruído de curto prazo torna-se menos relevante, mas a convicção que o investidor possui, tem de aguentar possíveis “drawdowns” substâncias.

Neste ponto, o ideal a reter é o horizonte temporal, a gestão de risco (importantíssimo), custos, carga emocional e um tópico (pouco explorado) que diz respeito a fiscalidade. Em suma, o investidor deve escolher o estilo que melhor encaixa no seu tempo disponível, tolerância ao risco e objetivos financeiros.

Nada impede o investidor de combinar estilos em contas ou ativos diferentes (falo por experiência própria), desde que mantenha as regras do bem definidas e um diário para monitorizar o seu desempenho, disciplina, entre outras métricas/variáveis.

Saber mais ➡️Entenda as diferenças entre os tipos de trading

Estratégias de Swing Trading

Vou apresentar duas estratégias de negociação que podem ser utilizadas de forma simultânea no Swing Trade, sendo elas: o Breakout de Consolidação e o Gap-and-Go.

Estratégias de Swing Trading

No gráfico que coloquei acima temos uma empresa que está cotada no NASDAQ, empresa essa que é a Broadcom. No gráfico acima vemos as duas estratégias implícitas: em primeiro o “Breakout de Consolidação” em que podemos ver que o preço se move dentro do range/estrutura de consolidação que está marcado pelas linhas azuis, e as correspondentes duas velas já na parte final que saem fora desta estrutura de consolidação/range; e num segundo momento o “Gap-and-Go” que deriva dos resultados que saíram na noite da segunda vela, que sai fora do range/estrutura de consolidação e a posterior vela no ponto mais alto.

Vantagens do Swing Trade

Algumas das vantagens que irei falar agora, já abordei no tópico das diferenças entre os diversos estilos de negociação, mas agora irei focar-me somente no Swing Trade, que é o assunto central deste artigo.

  • Menos tempo de ecrã: basta rever o mercado 1-2 vezes por dia (por exemplo, na abertura e no fecho), para quem tem emprego a tempo inteiro, diria que é o ideal. A minha sugestão para quem se encontra nesta situação, é definir horários fixos para analisar e evitar decisões impulsivas intradiárias.
  • Menores custos “comparativamente” com o Day Trade: menos ordens levará consequentemente a menos comissões e menos slippage. Para evitar estes custos o mais possível devemos escolher plataformas de negociação em que se possa usar ordens limitadas.
  • Flexibilidade (Alavancagem): aquando da negociação devemos ter em conta a escolha da plataforma de negociação, e ver se a mesma nos permite operar com margem, isto é, obter uma maior exposição, em vez de usarmos só capitais próprios. Claro que a alavancagem (como ouvi dizer uma vez) “é uma pistola com balas, quem dá o tiro somos nós” e claro que pode exponenciar os ganhos como também o inverso, as perdas. Daí que, a minha sugestão é usar pouco ou nenhuma alavancagem, e só depois de um histórico consistente começar a introduzir a mesma, ou até a aumentar.
  • Stress: este é um tópico muito interessante, mas diria que ao mesmo tempo complexo. O Swing Trade não exige a monitorização a cada segundo, permite ao investidor o uso de alertas de preço/volume no telemóvel/computador/tablet para ser avisado quando o preço estiver em níveis que o investidor considera importantes.
  • Diversificação: dentro de uma conta de negociação o investidor pode ter vários estilos, isto é, dentro de uma conta de negociação é possível ter posições numa ótica de médio prazo, e também posições numa ótica de mais longo prazo.

Riscos do Swing Trade

A semelhança das vantagens que falei anteriormente, nos riscos do Swing Trade, também quando abordei o tópico das diferenças falei em alguns, mas uma vez, vou detalhar de seguida aqueles que considero mais importantes.

  • “Gap’s Overnight”: notícias fora de horas (earnings de empresas, razões geopolíticas, bancos centrais, etc.) podem fazer com que o preço de um determinado título/ativo abra muito fora daquilo que é o nosso planeamento. A minha sugestão é, que o investidor evite manter posições sem proteção, isto é, sem Stop-Loss antes de eventos importantes.
  • False Breakouts (Bull Trap ou Bear Trap): muitas vezes rompimentos falhados “minam” o capital e confiança que as pessoas têm na sua análise, e para isso, podemos confirmar com o volume, ou com indicadores como o RSI antes de realizarmos a nossa entrada.
  • Disciplina: ter a tentação de alterar o Stop-Loss para dar mais margem de manobra a operação acontece com muita frequência, o melhor é na maioria dos casos automatizar o mesmo, e não afastar o mesmo quando ele vem na nossa direção, isto é, não prolongar as perdas e ficar agarrado a esperança.
  • Ruído: em mercado laterais/consolidação, quando o investidor usa diversos indicadores técnicos os mesmos nesta situação de mercado oferecem muitas das vezes sinais contraditórios. É caso para dizer que quando não vemos uma “direção clara no mercado”, o melhor é mesmo não fazer nada, pois, não fazer nada também é ganhar dinheiro muitas das vezes.
  • Custos “ocultos”: eu chamo-lhe custos “ocultos”, mas que na verdade não são ocultos, mas como deixamos a posição rolar e muitas das vezes são só alguns cêntimos, acaba por ser impercetível, mas eles estão lá e acumulam-se, tais como, o Spread e os Swaps. A melhor forma é mesmo conhecer a grelha de custos da plataforma onde temos a nossa conta de negociação.

Algumas dicas finais sobre o Swing Trading

  1. Backtesting e contas demo: sinceramente não sou muito fã de contas demo, mas as mesmas são úteis, quanto mais não seja para conhecer a plataforma, do Backtesting já sou muito a favor, pois, permite-nos testas as nossas capacidades/estratégias, uma coisa não invalida a outra.
  2. Regra dos 1%-2%: arriscar no máximo este percentual do capital por operação/trade irá permitir sobreviver a séries de perdas (que inevitavelmente vão acontecer).

Educação contínua: ler relatórios, participar em webinars (muitas das vezes até fornecidos pelas próprias plataformas de negociação), analisar os nossos próprios erros através do “Journaling” (diria que das melhores aprendizagens que um trader pode ter) e não esquecer também de estudar o mercado, pois, o mesmo evolui todos os dias.

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Esta informação não constitui uma sugestão de investimento. Recomendamos que obtenha mais informações antes de tomar qualquer decisão

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Os seus investimentos podem aumentar ou diminuir de valor, e as perdas podem exceder o valor do seu investimento inicial.

Pepperstone: Os CFD são instrumentos complexos e apresentam um risco elevado de perda rápida de dinheiro devido à alavancagem. 75,8% das contas de pequenos investidores perdem dinheiro quando negoceiam CFDs com este fornecedor. Deve considerar se compreende o funcionamento dos CFD e se pode correr o risco elevado de perder o seu dinheiro.

RANKIA PORTUGAL: Este artigo tem caráter exclusivamente informativo e educacional. As informações aqui contidas não constituem aconselhamento financeiro, nem recomendação de compra ou venda de quaisquer instrumentos financeiros. A rentabilidade passada não garante retornos futuros. Antes de tomar decisões de investimento, recomenda-se a consulta de um profissional devidamente habilitado.

XTB:Os CFD são instrumentos complexos e apresentam um risco elevado de perda rápida de dinheiro devido à alavancagem. 69-83% das contas de pequenos investidores perdem dinheiro quando negoceiam CFDs com este fornecedor. Deve considerar se compreende o funcionamento dos CFD e se pode correr o risco elevado de perder o seu dinheiro.

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