Quais são os melhores ETFs do S&P 500 para investir?

Investir no índice S&P 500 tornou-se uma das estratégias mais populares, tanto entre investidores iniciantes como entre gestores institucionais. A sua consistência, historial de rendibilidade, diversificação e liquidez fazem dele uma referência incontornável no mercado acionista dos Estados Unidos.

Neste artigo, será explorado em detalhe o que é o S&P 500, as razões pelas quais ganhou relevância ao longo do tempo e quais os ETFs mais representativos, incluindo uma análise individualizada de cinco produtos cotados.

Serão ainda abordadas as diferenças estruturais entre o índice atual e a sua versão histórica, os critérios a considerar na seleção dos principais ETFs europeus que replicam o S&P 500, bem como precauções a ter para evitar interpretações erradas baseadas em comparações históricas desajustadas.

Este artigo não deve ser considerado aconselhamento de investimento. É meramente informativo e educacional.

Melhores ETFs do S&P 500 para investir em 2025

Na Europa, a forma mais comum de obter exposição ao S&P 500 é através de ETFs UCITS domiciliados na Irlanda ou no Luxemburgo, que oferecem vantagens em termos fiscais, liquidez e custos reduzidos.

Segue-se um quadro comparativo dos principais ETFs:

ETFTickerISINTERRentabilidade
3 anos
Volatilidade
1 ano
Invesco S&P 500 EUR Hedged UCITS ETFP500IE00B3YCGJ380,05%58,50%19,91%
iShares Core S&P 500 UCITS ETFSXR8IE00B5BMR0870,07%38,18%15,63%
Vanguard S&P 500 UCITS ETFVUSAIE00B3XXRP090,07%54,55%21,74%
Amundi S&P 500 UCITS ETF DRSPY5IE00B6YX5C330,15%54,84%22,31%
Xtrackers S&P 500 Swap UCITS ETF 1CXSPULU04906185420,15%15,60%15,62 %

Agora vamos analisar detalhadamente cada um dos ETFs mencionados na tabela, verificaremos os seus pontos fortes e aspetos a ter em conta:

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Ações e ETFs

Invesco S&P 500 EUR Hedged UCITS ETF Acc (P500)

Este ETF visa replicar o índice S&P 500 USD com cobertura cambial para o euro. Utiliza réplica sintética através de swaps (não financiados), capitaliza os dividendos, está domiciliado na Irlanda e tem como moeda base o euro. Foi lançado em dezembro de 2014 e é gerido pela Invesco.

  • Nome do fundo: Invesco S&P 500 EUR Hedged UCITS ETF Acc
  • Rentabilidade a 5 anos: 86,21%
  • Distribuição (dividendo): Não, é de acumulação
  • TER: 0,05%
  • Volatilidade (1 ano): 19,91%

Este ETF apresenta uma alocação sectorial semelhante ao índice original: cerca de 32,9% em tecnologia, 13,9% em serviços financeiros, 10,8% em consumo discricionário, 9,6% em saúde e 9,6% em comunicações. Destaca-se por neutralizar o risco cambial face ao dólar norte-americano. Atualmente gere cerca de 2,47 mil milhões de euros em ativos.

Invesco S&P 500 EUR Hedged UCITS ETF Acc (P500)

O Invesco S&P 500 EUR Hedged UCITS ETF Acc pode ser adequado para investidores na zona euro que pretendam exposição ao índice S&P 500 com mitigação do risco cambial. O uso de swaps implica risco de contraparte, mas também tende a reduzir o tracking error. É compatível com perfis que valorizam estabilidade cambial e tolerância moderada à volatilidade.

iShares Core S&P 500 UCITS ETF (SXR8)

Este ETF replica fisicamente o índice S&P 500. Está domiciliado na Irlanda, acumula dividendos e tem como moeda base o dólar norte-americano (USD). É gerido pela BlackRock e é um dos maiores e mais líquidos ETFs disponíveis na Europa.

  • Nome do fundo: iShares Core S&P 500 UCITS ETF
  • Rentabilidade a 5 anos: 14,78%
  • Distribuição (dividendo): Não, é de acumulação
  • TER: 0,07%
  • Volatilidade (1 ano): 15,63%

A carteira tem forte exposição ao setor tecnológico (32%), seguida por saúde (13%), consumo discricionário (11%) e serviços financeiros (10%). As dez principais empresas — incluindo Apple, Microsoft, Nvidia, Amazon e Alphabet — representam mais de 30% do valor total do fundo, refletindo uma elevada concentração nas chamadas mega caps tecnológicas.

iShares Core S&P 500 UCITS ETF (SXR8)

Este ETF é frequentemente escolhido para estratégias de acumulação a longo prazo, sendo compatível com carteiras de perfil conservador, bogleheads ou alocação passiva. A sua elevada liquidez torna-o também adequado para estratégias de investimento periódicas (DCA – dollar-cost averaging). Em comparação com o ETF da Vanguard, apresenta maior liquidez intradiária.

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Vanguard S&P 500 UCITS ETF (VUSA)

ETF de réplica física completa que segue o índice S&P 500. Está domiciliado na Irlanda, tem como moeda base o dólar norte-americano (USD) e distribui dividendos. É gerido pela Vanguard, reconhecida pelo seu papel pioneiro na gestão passiva.

  • Nome do fundo: Vanguard S&P 500 UCITS ETF (VUSA)
  • Rentabilidade a 5 anos: 100,29%
  • Distribuição de dividendos: Sim, é de distribuição
  • TER: 0,07%
  • Volatilidade (1 ano): 21,74%

A composição sectorial mantém-se alinhada com o índice de referência: cerca de 31% em tecnologia, 13% em saúde, 10% em serviços financeiros e 11% em consumo discricionário. Apresenta elevada concentração nas principais empresas do índice, embora a Vanguard aplique uma otimização ligeira para reduzir o tracking error.

Vanguard S&P 500 UCITS ETF (VUSA)

Este ETF pode ser adequado para estratégias de investimento a longo prazo, nomeadamente carteiras de gestão passiva e perfis que valorizem simplicidade e consistência. Comparado com o iShares CSP1, apresenta menor liquidez intradiária, mas pode atrair investidores que privilegiam a filosofia de investimento da Vanguard.

Amundi S&P 500 UCITS ETF DR (SPY5)

ETF de réplica física completa domiciliado no Luxemburgo. Tem como moeda base o euro e capitaliza dividendos. É gerido pela Amundi.

  • Nome do fundo: Amundi S&P 500 UCITS ETF DR (500D)
  • Rentabilidade a 3 anos: 54,84% (sem dados a 5 anos)
  • Distribuição de dividendos: Sim, é de distribuição
  • TER: 0,15%
  • Volatilidade (1 ano): 22,31%

Este ETF segue de forma próxima a composição do índice S&P 500, com peso significativo nos sectores da tecnologia (~30%), saúde (~13%) e serviços financeiros (~10%). A principal vantagem é a denominação em euros, o que simplifica a gestão de câmbio para investidores na zona euro e pode reduzir custos associados à conversão de divisas.

Amundi S&P 500 UCITS ETF DR (SPY5)

O Amundi S&P 500 UCITS ETF DR pode ser indicado para investidores com perfil conservador que pretendam manter exposição ao índice em euros, nomeadamente aqueles que utilizam plataformas sem suporte multimoeda. Apesar de apresentar um TER mais elevado, pode compensar esse custo ao evitar comissões cambiais regulares, sendo adequado para estratégias de longo prazo com baixa rotação (buy & hold).

Xtrackers S&P 500 Swap UCITS ETF 1C (XSPU)

ETF de réplica sintética que visa replicar o desempenho do índice S&P 500 através de contratos swap. Está domiciliado na Irlanda, acumula dividendos, tem como moeda base o dólar norte-americano (USD) e é gerido pela DWS (Xtrackers).

  • Nome do fundo: Xtrackers S&P 500 Swap UCITS ETF 1C (XSPX)
  • Rentabilidade a 5 anos: 14,99%
  • Distribuição de dividendos: Não, é um ETF de acumulação
  • TER: 0,15%
  • Volatilidade (1 ano): 15,62%

Este ETF não detém diretamente as ações do índice, mas garante exposição através de instrumentos derivados. Esta estrutura pode permitir maior eficiência fiscal em certos cenários. Em termos sectoriais, a alocação mantém-se alinhada com o índice, com mais de 30% em tecnologia, seguido de saúde e financeiro.

Xtrackers S&P 500 Swap UCITS ETF 1C (XSPU)

O Xtrackers S&P 500 Swap UCITS ETF 1C pode ser adequado para investidores com maior experiência ou para entidades institucionais que pretendam minimizar o tracking error ou otimizar a eficiência fiscal. A sua estrutura sintética implica exposição a risco de contraparte e pode não ser apropriada para investidores que valorizem maior transparência ou evitem produtos estruturados.

Onde comprar ETFs do S&P500?

A XTB Portugal é uma das corretoras com maior presença na Europa para negociação de ETFs e ações, destacando-se pela sua política de comissões de 0 € até um volume mensal de 100.000 €. Está devidamente registada e regulada em Portugal, disponibiliza uma plataforma intuitiva, apoio ao cliente em português e funcionalidades inovadoras, como o pagamento de juros sobre saldos não investidos e planos de investimento automatizados com ETFs.

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Que tipos de ETFs existem sobre o S&P 500?

De forma geral, os ETFs que oferecem exposição ao S&P 500 podem ser agrupados em várias grandes categorias. Todos utilizam o índice como referência, mas diferenciam-se pela forma como ponderam os constituintes, pela estratégia de replicação ou pelo tipo de cobertura cambial utilizada. Abaixo apresentamos as três famílias mais relevantes:

ETFs clássicos ponderados por capitalização

Estes ETFs replicam diretamente o S&P 500 tradicional, ponderando cada ação de acordo com a sua capitalização bolsista. São os mais utilizados para acompanhar o desempenho geral do mercado norte-americano.

ETFTickerISINTERRentabilidade (3 anos)
iShares Core S&P 500 UCITS ETF USD (Acc)SXR8IE00B5BMR0870,07%54,58%
Vanguard S&P 500 UCITS ETF (EUR)VUSAIE00B3XXRP090,07%15,46%
SPDR S&P 500 UCITS ETF (Dist)SPY5IE00B6YX5C330,03%54,52%

ETFs de ponderação igual (equal weight)

Nesta categoria, cada empresa representa a mesma proporção do índice — ou seja, 1/500. Esta abordagem reduz a concentração nas grandes empresas (megacaps) e confere maior peso às empresas de média dimensão.

ETFTickerISINTERRentabilidade (3 anos)
Invesco S&P 500 Equal Weight UCITS ETF DistP500IE00B3YCGJ380,20%29,25%
Xtrackers S&P 500 Equal Weight UCITS ETF 2C EUR HedgedXDEEIE0002EI5AG00,30%31,61%
Xtrackers S&P 500 Equal Weight UCITS ETF 1CXDEWIE00BLNMYC900,20%29,16%

ETFs alavancados ou inversos

Estes ETFs são concebidos para movimentos táticos de muito curto prazo. Utilizam derivados (futuros, swaps, opções) e financiamento por crédito para amplificar ou inverter a variação diária do índice.

  • Alavancados: procuram multiplicar o desempenho diário do índice (+2x ou +3x).
  • Inversos: procuram replicar o movimento oposto do índice (−1x ou −2x).
ETFTickerISINTERRentabilidade (3 anos)
Xtrackers S&P 500 2x Leveraged Daily Swap UCITS ETF 1CDBPGLU04110785520,60%104,45%
WisdomTree S&P 500 3x Daily LeveragedQQQ3IE00BLRPRL420,75%137,45%
Xtrackers S&P 500 2x Inverse Daily Swap UCITS ETF 1CDXS3LU03222515200,70%−64,29%

ETFs com cobertura cambial em euros (currency-hedged)

Destinam-se a investidores não norte-americanos que pretendem evitar o risco cambial entre o euro e o dólar. Permitem acompanhar o S&P 500 a partir da zona euro, sem exposição direta às flutuações cambiais.

ETFTickerISINTERRentabilidade (3 anos)
iShares S&P 500 EUR Hedged UCITS ETF (Acc)IUSEIE00B3ZW0K180,20%58,49%
SPDR S&P 500 EUR Hedged UCITS ETFSPY5IE00B6YX5C330,05%58,69%
Xtrackers S&P 500 UCITS ETF 1C EUR HedgedXZSPIE00BM67HW990,20%57,50%

O que é o índice S&P 500 e por que é importante?

O S&P 500 é um índice bolsista que agrega as 500 maiores empresas dos Estados Unidos por capitalização bolsista. Criado em 1957 pela Standard & Poor’s, representa cerca de 80% da capitalização total do mercado norte-americano.

É um índice ponderado por capitalização, o que significa que empresas de grande dimensão como a Apple, Microsoft ou Nvidia têm maior influência no seu desempenho do que empresas de menor dimensão.

Critérios para inclusão no S&P 500:

  • Capitalização bolsista superior a 13 mil milhões de dólares;
  • Cotação numa bolsa norte-americana reconhecida (excluindo mercados OTC);
  • A maioria das ações deve estar em mãos de investidores públicos;
  • Estar cotada há, pelo menos, um ano;
  • Apresentar lucros positivos durante quatro trimestres consecutivos;
  • Ter, no mínimo, 50% dos ativos e receitas nos EUA;
  • O preço por ação deve ser superior a 1 dólar.

Rentabilidade histórica

Desde 1957, o índice registou uma rentabilidade anualizada média de 10,13% em termos nominais e cerca de 6,6% em termos reais (ajustado pela inflação).

Este desempenho torna o S&P 500 num dos índices mais resilientes e rentáveis a longo prazo.

Se alargarmos a perspetiva histórica até aos anos 20 do século XX, o índice demonstra uma notável resiliência face a crises económicas, guerras e recessões, consolidando o seu papel como uma referência essencial para o investimento a longo prazo.

Desempenho histórico S&P 500

Melhores e piores anos:

  • Mais rentáveis:
    • 1954 (+53%),
    • 1933 (+50%),
    • 1935 (+47%)
  • Piores:
    • 1931 (−44%),
    • 2008 (−37%)

Esta volatilidade é eficazmente atenuada através de uma estratégia de investimento a longo prazo e do reinvestimento de dividendos, uma vez que o índice não inclui os dividendos no seu cálculo.

A distribuição dos retornos anuais do índice revela que, na maioria dos anos, os rendimentos são moderados, embora eventos extremos, embora raros, possam ter um impacto significativo.

A chave para o investidor médio não reside em reagir a quedas pontuais, mas sim em manter a disciplina e uma visão orientada para o longo prazo.

Composição da carteira

O índice está atualmente repartido por 11 setores, sendo a tecnologia o mais representativo, com mais de 30% do peso. Seguem-se saúde, financeiro e consumo discricionário. Esta distribuição evoluiu: nos anos 70 dominava a energia, nos anos 90 as telecomunicações e hoje predominam os ativos intangíveis e digitais.

As 10 principais empresas do índice concentram mais de 30% do seu peso total. Em janeiro de 2025, as mais relevantes são:

  • Apple (Tecnologia)
  • Microsoft (Tecnologia)
  • Nvidia (Tecnologia)
  • Amazon (Consumo Discricionário)
  • Meta Platforms (Serviços de Comunicação)
  • Alphabet A e C (Serviços de Comunicação)
  • Tesla (Consumo Discricionário)
  • Broadcom (Tecnologia)
  • Berkshire Hathaway B (Financeiro)

Este nível de concentração significa que o S&P 500 apresenta uma exposição significativa às chamadas “mega caps”, pelo que o seu desempenho tende frequentemente a refletir o comportamento destas poucas empresas dominantes.

Aqui fica um gráfico com a repartição do peso por setor:

distrbuição sp 500

A paradoxa do S&P 500: o Navio de Teseu

Um aspeto que poucos consideram é a natureza evolutiva do S&P 500. Recorrendo à analogia do Navio de Teseu, o índice alterou ao longo do tempo todas as suas “tábuas”: os setores representados, as empresas incluídas e até a forma como os ativos são registados nas contas, bem como as normas contabilísticas seguidas pelas empresas que o integram. Atualmente, muitas destas empresas dependem em grande medida de ativos intangíveis — como software, patentes ou marcas — em vez de ativos físicos tradicionais. No entanto, as normas contabilísticas GAAP não acompanharam esta evolução ao mesmo ritmo, o que levanta questões relevantes sobre a comparabilidade histórica de rácios financeiros como o PER (price-to-earnings ratio).

Esta transformação estrutural significa que comparações com médias históricas podem conduzir a interpretações erradas. Muitos investidores aguardam uma eventual reversão à média dos rácios de valorização, mas tal reversão poderá nunca ocorrer — porque, em termos estruturais, o “navio” já não é o mesmo. Esta reflexão é essencial para qualquer investidor que pretenda compreender os múltiplos atuais do mercado sem cair em análises anacrónicas.

Adicionalmente, dado que o S&P 500 é um índice ponderado por capitalização bolsista, o seu PER é fortemente influenciado pelos múltiplos das maiores empresas, as chamadas “7 Magníficas”. Por conseguinte, a média do índice pode ocultar valorizações bem mais moderadas no restante universo de empresas que o compõem.

concentração s&P 500

Devemos preocupar-nos com a concentração do S&P 500?

Um dos fenómenos mais marcantes do S&P 500 nas últimas décadas é a sua crescente concentração num número reduzido de empresas. Embora o índice compreenda 500 companhias, atualmente as cinco maiores — Apple, Microsoft, Nvidia, Amazon e Alphabet — representam mais de 24% do peso total, o nível mais elevado em mais de 40 anos, de acordo com dados da MSCI e da Goldman Sachs. Esta concentração traz consigo tanto oportunidades como riscos para os investidores que acompanham o índice através de ETFs.

Historicamente, o peso agregado das cinco principais empresas manteve-se dentro de intervalos mais moderados. Nas décadas de 1980 e 1990, situava-se entre os 13% e os 17%, com nomes como IBM, Exxon e General Electric a liderar. Contudo, com a ascensão da economia digital, o domínio tecnológico e os efeitos de rede, emergiu uma nova geração de megaempresas com modelos de negócio altamente escaláveis e margens operacionais extraordinárias.

De acordo com o artigo “Stock Market Concentration” de Michael Mauboussin, este fenómeno de concentração não é exclusivo dos Estados Unidos, mas no caso do S&P 500 é mais evidente. Durante períodos históricos, como a bolha das empresas tecnológicas (dotcom), registaram-se picos semelhantes, mas com uma diferença importante: hoje, as empresas dominantes concentram não só expetativas de crescimento, como também lucros e fluxos de caixa significativos. Esta realidade fornece alguma base económica para a sua preponderância, embora o risco de correção permaneça presente.

Ao mesmo tempo que estas grandes empresas impulsionam o desempenho do índice, também o tornam mais vulnerável a choques idiossincráticos. Por exemplo, uma queda de 10% nas ações da Apple ou da Microsoft pode provocar um impacto mais expressivo no índice do que o de dezenas de empresas de menor dimensão combinadas. Esta concentração reduziu, assim, a eficácia da diversificação tradicional dentro do índice, o que levou alguns analistas a questionar se o S&P 500 ainda reflete com precisão a realidade global do mercado acionista norte-americano.

Para quem investe em ETFs indexados ao S&P 500, esta concentração representa uma exposição implícita a um grupo limitado de ações, maioritariamente do setor tecnológico. Apesar do desempenho excecional destas empresas nos últimos anos, o seu peso acrescido pode aumentar a volatilidade e comprometer os benefícios de diversificação esperados.

Dessa forma, estratégias complementares, como o investimento em índices de ponderação igual (S&P 500 Equal Weight) ou em índices globais mais abrangentes, como o MSCI World, podem revelar-se úteis para atenuar este viés estrutural crescente.

FAQs

Qual é o ETF mais utilizado do S&P 500?

Não existe um único “melhor ETF”. Entre os mais utilizados por investidores em Portugal destacam-se o iShares Core S&P 500 UCITS ETF, o Vanguard S&P 500 UCITS ETF e o SPDR S&P 500 UCITS ETF, que conjugam custos reduzidos (TER), liquidez elevada e replicação física do índice.

Como analisar a escolha de um ETF do S&P 500?

Devem ser considerados fatores como o rácio de despesas correntes (TER), o método de replicação (física ou sintética), a política de dividendos (acumulação ou distribuição), a liquidez (volume de negociação) e a solidez da entidade gestora. Pode também ser relevante avaliar o “tracking error”, que mede a proximidade da réplica em relação ao índice original.

Os ETFs do S&P 500 apresentam risco?

Sendo instrumentos de rendimento variável, estão sujeitos ao risco de mercado. No entanto, por replicarem um índice composto por 500 grandes empresas de diferentes setores, tendem a ser mais diversificados do que ações individuais. É recomendável consultar sempre o Documento de Informação Fundamental (KID) antes de tomar qualquer decisão.

Os ETFs do S&P 500 distribuem dividendos?

Depende da estrutura do ETF. Alguns distribuem dividendos diretamente aos investidores (“distribuição”), enquanto outros os reinvestem no fundo (“acumulação”). Para residentes em Portugal, os ETFs de acumulação podem apresentar vantagens fiscais, dependendo da situação individual.

Faz sentido considerar ETFs com cobertura cambial?

ETFs com cobertura cambial (hedged) procuram neutralizar o impacto das variações entre o euro e o dólar. No entanto, esta estrutura implica geralmente um custo superior. A escolha entre cobertura ou não dependerá da sensibilidade do investidor ao risco cambial e dos objetivos de longo prazo.

Onde é possível negociar ETFs do S&P 500 em Portugal?

Diversas plataformas com presença em Portugal — como a XTB, Trade Republic, Lightyear, Interactive Brokers ou Trading 212 — disponibilizam acesso à negociação de ETFs que replicam o S&P 500, comissões competitivas e acesso a mercados internacionais. Algumas disponibilizam ainda funcionalidades de investimento automático.

É necessário um valor elevado para começar a investir?

Não. Algumas corretoras permitem investir a partir de valores reduzidos (por exemplo, 10 ou 20 euros), ou mesmo adquirir frações de ETF. Isto facilita o acesso a este tipo de produto com capitais iniciais limitados.

Os ETFs do S&P 500 são adequados para horizontes de longo prazo?

O índice tem demonstrado uma trajetória de crescimento ao longo de várias décadas. Os ETFs permitem acompanhar esse desempenho de forma diversificada e com custos operacionais geralmente reduzidos, o que pode ser interessante para estratégias orientadas para o longo prazo.

Disclaimer:

RANKIA PORTUGAL: Este artigo tem caráter exclusivamente informativo e educacional. As informações aqui contidas não constituem aconselhamento financeiro, nem recomendação de compra ou venda de quaisquer instrumentos financeiros. A rentabilidade passada não garante retornos futuros. Antes de tomar decisões de investimento, recomenda-se a consulta de um profissional devidamente habilitado.

XTB:Os CFD são instrumentos complexos e apresentam um risco elevado de perda rápida de dinheiro devido à alavancagem. 69-83% das contas de pequenos investidores perdem dinheiro quando negoceiam CFDs com este fornecedor. Deve considerar se compreende o funcionamento dos CFD e se pode correr o risco elevado de perder o seu dinheiro.

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Esta informação não constitui uma sugestão de investimento. Recomendamos que obtenha mais informações antes de tomar qualquer decisão.

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