Descobre as melhores formas de investir no S&P 500

Está a pensar investir no índice mais líquido do mundo? Nesse caso, permita-me apresentar-lhe o S&P 500, um verdadeiro barómetro de Wall Street — e, em grande medida, dos mercados bolsistas globais.
Como investir no índice S&P 500? Neste artigo, não só lhe explico o que é o índice S&P 500, como também lhe dou a conhecer as diferentes formas de investir nele e, mais importante ainda, qual tem sido o seu desempenho ao longo da história.
Este artigo não deve ser considerado aconselhamento de investimento. É meramente informativo e educacional.
O que é o índice S&P 500?
O S&P 500 é um índice bolsista que acompanha a evolução de 500 das maiores empresas cotadas nas bolsas norte-americanas (NYSE, Nasdaq e Cboe). Por ser ponderado por capitalização bolsista ajustada ao free float, as empresas com maior valor de mercado — e com mais ações disponíveis ao público — têm maior peso no cálculo do índice.

Atualmente, o S&P 500 representa cerca de 83% da capitalização total do mercado acionista dos EUA e mais de 50% da capitalização bolsista mundial, o que o torna não apenas um barómetro da economia norte-americana, mas também um reflexo da saúde dos mercados bolsistas globais.
Principais características do S&P 500
- Tipo de ponderação: Capitalização de mercado ajustada ao free float (apenas ações disponíveis para o público).
- Critérios de elegibilidade:
- Ser uma empresa sediada nos EUA
- Capitalização de tipo large-cap (o limite mínimo é revisto periodicamente)
- Mínimos exigidos de liquidez e free float
- Solidez financeira (lucros positivos)
- Representatividade setorial equilibrada
- Revisão e rebalanceamento: O Comité da S&P Dow Jones Indices reúne-se mensalmente, sendo que as alterações ao índice são geralmente implementadas de forma trimestral (março, junho, setembro e dezembro).
- Setores representados: O índice abrange 11 setores económicos. Atualmente, os setores da tecnologia e comunicação representam cerca de um terço do peso total.
- Data de criação: 4 de março de 1957 (embora o seu antecessor, com 90 empresas, remonte a 1923).
Qual tem sido a rentabilidade do S&P 500 nos últimos 10 anos?
E agora surge a grande questão: vale a pena investir no S&P 500? Para responder, basta analisar qual tem sido a sua valorização ao longo da última década.
Assim, tendo em conta a cotação do S&P 500 entre dezembro de 2014 e dezembro de 2024, teríamos os seguintes resultados:
- Retorno acumulado (apenas preço) ≈ 201,3%
- Retorno total acumulado (com dividendos) ≈ 264%
- Taxa média de crescimento anual (CAGR – retorno total) ≈ 11–12% ao ano
- CAGR ajustado pela inflação ≈ 8% ao ano
Isto significa que estaríamos, de facto, perante um investimento com uma rentabilidade bastante interessante a longo prazo. Afinal, são poucos os ativos que conseguem gerar uma rentabilidade média anual (já descontando a inflação) superior a 8%.
E qual tem sido a rentabilidade ao longo da sua história?
Embora a versão atual do índice com os 500 constituintes exista desde 1957, o S&P teve origem nos anos 1920, e passou a ser um índice composto por 90 ações em 1926. Desde então, tem registado uma rentabilidade anualizada média entre 9% e 10%.
Se considerarmos apenas o período desde 1957, quando passou a incluir 500 empresas, a rentabilidade média anualizada foi de cerca de 10%, e ajustada pela inflação, ronda os 7% ao ano.
A seguinte representação gráfica mostra a distribuição dos retornos anuais do S&P 500, agrupados por intervalos de desempenho.

Isto é especialmente útil por três motivos:
- Permite ter uma noção dos retornos mais prováveis ao longo do tempo;
- Ajuda a identificar retornos extremos — tanto positivos como negativos — que são pouco comuns, e que, por isso, têm maior probabilidade de sofrer uma reversão para a média;
- Mostra que retornos negativos moderados são relativamente frequentes, pelo que é importante não reagir de forma desproporcionada quando ocorrem.
Como investir no S&P 500 desde Portugal?
Existem três formas principais de obter exposição ao S&P 500:
- Adquirindo ações individuais das empresas que compõem o índice, tendo em conta o peso que cada uma representa no S&P 500;
- Através de fundos de investimento indexados;
- Através de ETFs (Exchange Traded Funds) que replicam o índice.
No entanto, neste artigo vamos focar-nos apenas nas alternativas disponíveis através de fundos e ETFs indexados.
Isto porque investir no S&P 500 comprando diretamente ações das empresas não é, na prática, uma opção viável. Para replicar de forma fiel a composição do índice, seria necessário adquirir ações das cerca de 500 empresas que o integram — respeitando a ponderação específica de cada uma delas.
Na realidade, este processo seria extremamente moroso e pouco eficiente, uma vez que:
- Implicaria custos significativos em comissões;
- Exigiria um acompanhamento constante das alterações na composição e ponderação do índice;
- Tornaria necessário o reajustamento frequente da carteira.
Por estas razões, os fundos e ETFs indexados surgem como soluções mais acessíveis, práticas e eficientes para quem pretende acompanhar o desempenho do S&P 500 de forma passiva.
Como investir no S&P 500 através de fundos indexados?
Abaixo apresentamos alguns dos principais fundos de investimento indexados que oferecem exposição ao S&P 500:
Amundi AE | Pictet-USA R | Amundi NA | Vanguard | Fidelity | |
ISIN | LU0996179007 | LU0474966248 | LU0389812347 | IE0032126645 | IE00BYX5MX67 |
Rent. 3 anos | 14,04% | 13,87% | 13,57% | 14,56% | 14,62% |
TER | 0,30% | 0,74% | 0,30 % | 0,10 % | 0,06 % |
Alpha* | -0,77 | -0,76 | -1,35 | -0,14 | -0,08 |
Índice Sharpe* | 0,83 | 0,83 | 0,80 | 0,87 | 0,87 |
Índice de referência | S&P 500 | S&P 500 | MSCI North America | S&P 500 | S&P 500 |
Análise detalhada: Fidelity S&P 500 Index Fund P-Acc-EUR
Um dos fundos mais relevantes da lista é o Fidelity S&P 500 Index Fund P-ACC-EUR, que oferece uma exposição direta ao S&P 500, com a comissão mais baixa disponível entre os fundos UCITS: apenas 0,06%.
Graças à utilização de réplica física completa, o fundo apresenta um tracking error muito reduzido (inferior a 0,05%), resultando num alpha praticamente neutro. Qualquer receita adicional obtida é usada para compensar parte da comissão, mantendo a divergência em relação ao índice num intervalo muito controlado (cerca de ±5 pontos base anuais).
Características principais
- Nome: Fidelity S&P 500 Index Fund P-Acc-EUR
- ISIN / Classe: IE00BYX5MX67 · P-Acc-EUR
- Índice de referência: S&P 500 (Net Total Return)
- Rentabilidade (3 anos): 14,62%
- Alpha (3 anos): –0,08
- Índice de Sharpe (3 anos): 0,87
- TER (OCF): 0,06%
- Património sob gestão: 1,68 mil milhões de euros
Desde a revisão de 2022, esta classe em euros manteve uma volatilidade entre 15% e 16%, em linha com o índice de referência, e um Sharpe de 0,87, refletindo o desempenho particularmente forte no período pós-pandemia.

O principal risco adicional do fundo é a exposição cambial ao dólar norte-americano, dado que não existe cobertura de risco cambial. Isto significa que uma valorização do euro pode reduzir os retornos em euros no curto prazo. Ainda assim, a longo prazo, estas flutuações tendem a compensar-se.
Análise detalhada: Vanguard U.S. 500 Stock Index Fund EUR Acc
Em segundo lugar surge o Vanguard U.S. 500 Stock Index Fund EUR Acc, o fundo emblemático da gestora Vanguard na Europa. Combina economias de escala significativas (com mais de 12 mil milhões de euros sob gestão) com uma política de custos competitiva — embora ligeiramente acima do fundo da Fidelity.
A estratégia de replicação adotada é de “full replication com amostragem ocasional”, ou seja, o fundo adquire praticamente todos os títulos do índice, excluindo os menos representativos, sem gerar problemas relevantes de tracking error.
Características principais
- Nome: Vanguard U.S. 500 Stock Index Fund EUR Acc
- ISIN / Classe: IE0032126645 · EUR Acc
- Índice de referência: S&P 500 (Net Total Return)
- Rentabilidade (3 anos): 14,56%
- Alpha (3 anos): –0,14
- Índice de Sharpe (3 anos): 0,87
- TER (OCF): 0,10%
- Património sob gestão: 12,34 mil milhões de euros
Historicamente, a diferença de rentabilidade face ao índice tem-se situado entre –8 e –12 pontos base por ano, atribuída quase exclusivamente ao TER. Por exemplo:
Em 2023, o fundo obteve um retorno total de +32,7%, muito próximo dos +32,8% do S&P 500;
Em 2022, registou uma queda de –13,2%, também alinhada com o desempenho do mercado.

Um dos principais riscos do fundo é a forte concentração nas empresas tecnológicas de grande capitalização, com cerca de 37% do património alocado nas 10 maiores posições. Este risco, no entanto, é transversal a todos os fundos indexados ao S&P 500.
Para investidores que valorizam a solidez da marca Vanguard, o seu modelo de governação mutualista e o seu histórico longo (desde 2002), este fundo representa uma solução robusta e amplamente distribuída. Apesar da ligeira diferença de custo face ao Fidelity (cerca de 0,04%), esta é compensada pela liquidez e acessibilidade oferecidas por um maior número de plataformas.
Análise detalhada: Amundi Index MSCI North America – AE (C)
Em terceiro lugar, encontramos o Amundi Index MSCI North America – AE (C), que comercializa uma versão “screened” do S&P 500. Este fundo exclui empresas com envolvimento em setores como tabaco, carvão térmico e armamento controverso.
Este filtro reduz o universo de investimento em apenas cerca de 3% da capitalização total, o que mantém o tracking error relativamente baixo (aproximadamente 0,20%), embora suficiente para justificar o alpha negativo de –1,35 pontos base face ao índice original.
Características principais
- Nome: Amundi Index S&P 500 AE (C)
- ISIN / Classe: LU0996179007 · AE Acc
- Índice de referência: S&P 500 ESG+
- Rentabilidade (3 anos): 13,57%
- Alpha (3 anos): –1,35
- Índice de Sharpe (3 anos): 0,80
- TER (OCF): 0,30%
- Património sob gestão: 3,59 mil milhões de euros
O fundo deixou de seguir o S&P 500 clássico e passou a replicar o S&P 500 ESG+, uma alteração que o posiciona para atrair planos de pensões e mandatos institucionais com critérios de sustentabilidade. Com um património de cerca de 3,6 mil milhões de euros e um histórico contínuo desde 2016 (após absorver o antigo “Index Equity USA”), apresenta uma liquidez mais do que adequada.

Com um TER de 0,30%, o custo deste fundo é cerca de três vezes superior ao da Fidelity e também ao da Vanguard. No entanto, parte desta despesa é compensada através da atividade de empréstimo de títulos, sendo que a gestora partilha até 60% das receitas obtidas com os participantes.
Melhores ETFs para investir no S&P 500
Segue-se uma seleção de ETFs UCITS que permitem investir no S&P 500 a partir da Europa. Todos estão denominados em euros e apresentam custos correntes (TER) bastante reduzidos, entre 0,04% e 0,07%.
Estes ETFs utilizam replicação física, o que os torna veículos passivos, de baixo custo e com elevada eficiência fiscal, especialmente adequados para o investidor europeu.
ETF | Ticker | TER | Rentabilidade (3 anos) | Volatilidade (1 ano) |
Lyxor Core Morningstar US (DR) UCITS | LCUD | 0,04% | +56,63% | 10,75 % |
JPMorgan BetaBuilders US Equity UCITS ETF | BBUS | 0,04% | +42,90% | 16,71% |
Amundi Prime USA UCITS ETF DR | PRAU | 0,05% | +48,03% | 13,10% |
iShares Core S&P 500 UCITS ETF | SXR8 | 0,07% | +41,79% | 20,96% |
Xtrackers MSCI USA Index UCITS ETF | XD9U | 0,07% | +42,45% | 21,30% |
Vanguard S&P 500 UCITS ETF | VUAA | 0,07% | +41,61% | 21,49% |
Vanguard FTSE North America UCITS ETF | VNRA | 0,10% | +42,07% | 21,45% |
SPDR Russell 2000 US Small Cap UCITS ETF | ZPRR | 0,30% | +8,03% | 25,66% |
Xtrackers Russell 2000 UCITS ETF | XRS2 | 0,30% | +8,09% | 25,68% |
iShares MSCI USA Small Cap UCITS ETF | SXRG | 0,43% | +9,39% | 24,78% |
Análise detalhada: JPMorgan BetaBuilders US Equity UCITS ETF
Começamos com o JPMorgan BetaBuilders US Equity UCITS ETF (ISIN: IE00BJK9H753), que utiliza replicação física por amostragem optimizada (sampling) para acompanhar o desempenho do índice Morningstar US Target Market Exposure. Este índice inclui as principais empresas norte-americanas de grande e média capitalização, representando cerca de 85% da capitalização bolsista dos EUA.
Este ETF tem uma política de acumulação total dos rendimentos e destaca-se por aplicar um dos TERs mais baixos do mercado europeu.
Características principais
- Nome: JPMorgan BetaBuilders US Equity UCITS ETF
- ISIN: IE00BJK9H753
- Rentabilidade (3 anos): 42,90%
- Distribuição: Não — acumulação
- TER: 0,04%
- Volatilidade (1 ano): 16,71%
O fundo detém entre 540 e 550 ativos, com uma composição setorial muito semelhante à do S&P 500:
- ≈ 34% em Tecnologia
- ≈ 11% em Finanças
- ≈ 11% em Consumo Discricionário, entre outros.
O top 10 do índice representa cerca de 35% do total, incluindo empresas como NVIDIA, Microsoft e Apple.
Com um TER de apenas 0,04%, o ETF alcançou um ganho de +43% nos últimos 3 anos e mais de +110% nos últimos 5 anos, alinhando-se com o desempenho médio do mercado norte-americano.

Fonte: justetf
A volatilidade a 1 ano foi de 16,71%, ligeiramente inferior à registada pela maioria dos ETFs focados em ações large-cap dos EUA (≈ 17–18%). Esta diferença reflete a redução da dispersão setorial após o ano de 2023.

O BetaBuilders US Equity UCITS ETF é frequentemente utilizado por investidores que procuram manter uma exposição alargada ao mercado acionista dos EUA, incluindo empresas para além das 500 maiores.
Apresenta uma estrutura de custos reduzida e é compatível com estratégias de investimento passivo e diversificado com horizonte de longo prazo.
Análise detalhada: Xtrackers MSCI USA Index UCITS ETF
O Xtrackers MSCI USA Index UCITS ETF (ISIN: IE00BJ0KDR00) é um ETF de replicação física e completa do índice MSCI USA, que abrange cerca de 600 empresas norte-americanas. Este índice representa aproximadamente 85% da capitalização bolsista dos EUA, incluindo as grandes e médias capitalizações — ou seja, cerca de 100 empresas adicionais em relação ao S&P 500.
Características principais
- Nome: Xtrackers MSCI USA Index UCITS ETF
- ISIN: IE00BJ0KDR00
- Rentabilidade (3 anos): 42,45%
- Distribuição: Não — acumulação
- TER: 0,07%
- Volatilidade (1 ano): 21,30%
Ao incluir empresas de média capitalização como Marriott, S&P Global ou CME Group, o fundo reduz ligeiramente a concentração nas megacaps, ainda que o top 10 represente cerca de 35% do ETF. A composição setorial mantém-se quase idêntica à do S&P 500:
- Tecnologia: 34%
- Consumo discricionário: 11%
- Finanças: 11%
O fundo registou um desempenho de +111% nos últimos 5 anos e +42,45% nos últimos 3 anos, em linha com o seu índice de referência e também com o S&P 500. A volatilidade de 21,3% e o tracking error inferior a 0,10% confirmam a eficácia da replicação.

Fonte: justetf
Este ETF oferece uma diversificação ligeiramente superior ao S&P 500, mantendo custos baixos.
Análise detalhada: Vanguard S&P 500 UCITS ETF
Por fim, não poderia faltar o clássico Vanguard S&P 500 UCITS ETF, um fundo que replica fisicamente o S&P 500 com política de acumulação total. Destaca-se pelo seu enorme património sob gestão (mais de 21 mil milhões de euros) e pela elevada liquidez nas principais bolsas europeias.
Características principais
- Nome: Vanguard S&P 500 UCITS ETF
- Rentabilidade (3 anos): 41,61%
- Distribuição: Não — acumulação
- TER: 0,07%
- Volatilidade (1 ano): 21,49%
Embora o TER de 0,07% seja ligeiramente superior aos 0,04% mais competitivos, a Vanguard compensa com spreads de negociação muito reduzidos (inferiores a 0,03%) e um programa de empréstimo de títulos (securities lending) que contribui para reduzir a diferença real face ao índice (tracking difference).

Com um desempenho acumulado de +112,6% em 5 anos (≈16,3% anualizado) e +41,6% em 3 anos, o ETF replica o S&P 500 quase à perfeição, com um tracking error histórico inferior a 4 pontos base. A volatilidade anual de 21,5% reflete o risco característico das ações norte-americanas de grande capitalização.
Este ETF é frequentemente procurado por investidores que valorizam a robustez operacional da Vanguard e pretende uma solução de longo prazo com consistência, especialmente se já investe noutros fundos da gestora ou utiliza plataformas com condições vantajosas para produtos Vanguard.
É possível investir no S&P 500 através da compra direta de ações?
Sim, é possível — mas na prática não é uma estratégia eficiente nem recomendável.
Imaginemos que tens 10.000 dólares disponíveis e que o teu intermediário financeiro permite a compra fracionada de ações (algo já possível na maioria das corretoras norte-americanas e em algumas europeias). Para replicares fielmente o S&P 500, terias de comprar ações de cada uma das 500 empresas que compõem o índice, respeitando exatamente o peso de cada uma no momento atual.
Empresa (ticker) | Peso no índice | Valor (USD) | Nº de ações* |
Nvidia (NVDA) | 7,52% | 752,00 | 4,26 |
Microsoft (MSFT) | 6,68% | 668,00 | 1,30 |
Apple (AAPL) | 5,53% | 553,00 | 2,61 |
Amazon (AMZN) | 4,29% | 429,00 | 1,86 |
Meta Platforms (META) | 3,11% | 311,00 | 0,44 |
Broadcom (AVGO) | 2,44% | 244,00 | 0,82 |
Alphabet A (GOOGL) | 2,12% | 212,00 | 1,09 |
Alphabet C (GOOG) | 2,01% | 201,00 | 1,03 |
Tesla (TSLA) | 1,82% | 182,00 | 0,56 |
Berkshire Hathaway (BRK.B) | 1,80% | 180,00 | 0,38 |
* Cálculo feito com base nos preços de mercado a 30 de julho de 2025. Admite arredondamento a duas casas decimais, caso o teu intermediário suporte frações de ações.
Por que não é uma solução recomendada?
Embora tecnicamente possível, este tipo de investimento apresenta várias desvantagens importantes:
- Terias de manter e rebalancear centenas de posições diferentes;
- O peso das empresas no índice muda regularmente, exigindo ajustes frequentes;
- As comissões de compra e venda associadas podem acumular-se rapidamente, afetando negativamente a rentabilidade;
É uma boa altura para investir no S&P 500?
Para responder a esta questão, é útil analisar se o índice está atualmente “caro” ou “barato” com base no rácio P/E (price-to-earnings, ou preço por lucro), que indica quantas vezes estamos a pagar pelos lucros atuais das empresas que compõem o S&P 500.
Indicador | Valor atual | Interpretação |
Rácio P/E atual | 30× | Elevado face à média histórica (19–25×) |
Média histórica (1971–2017) | 19,4× | Valor mais moderado e historicamente sustentável |
Média dos últimos 5 anos | 26× | Referência recente, mais conservadora |
Conclusão no curto prazo | Possíveis correções | Maior exposição ao risco |
Conclusão no médio-longo prazo | Potencial de recuperação | As correções tendem a reverter-se |
De facto, neste momento o índice apresenta sinais de estar valorizado em relação à sua média histórica. Com um rácio P/E em torno de 30×, encontra-se num dos níveis mais elevados das últimas décadas, o que pode indicar uma potencial correção entre 10% a 15% num horizonte de curto prazo — algo que, historicamente, não seria incomum.

Histórico do Rácio P/E do S&P 500 / Fonte: S&P Global
Apesar das possíveis oscilações de curto prazo, não existe um argumento determinante para evitar a exposição ao índice. Ao longo da história, o mercado tem demonstrado uma forte capacidade de recuperação e crescimento após períodos de correção — sobretudo quando se mantêm as tendências estruturais de crescimento, como:
- Avanços tecnológicos;
- Desenvolvimento da inteligência artificial;
- Estabilidade e recuperação da economia global.
Assim, as correções de mercado não devem ser vistas como motivo de pânico, mas sim como oportunidades para reforçar posições a preços mais baixos, caso o perfil de risco e horizonte temporal do investidor assim o permitam.
Ao associar esta abordagem com uma estratégia de investimento faseado, como o DCA (Dollar Cost Averaging) — que consiste em investir montantes regulares ao longo do tempo —, torna-se possível reduzir o impacto da volatilidade e beneficiar da acumulação a longo prazo.
Historicamente, a exposição ao S&P 500 tem sido associada a retornos positivos no longo prazo, embora não existam garantias de que tal tendência se mantenha.
Corretoras para investir no S&P 500
Antes de investir num ETF que replica o S&P 500, é essencial escolher uma corretora fiável, regulada e adequada ao teu perfil de investidor.
Atualmente, existem várias plataformas disponíveis em Portugal que permitem negociar ETFs de forma simples, com diferentes estruturas de custos e níveis de acesso aos mercados.
Abaixo encontras uma comparação indicativa de algumas corretoras com acesso a ETFs — incluindo informações sobre ativos disponíveis, entidades reguladoras e comissões aplicáveis.
Corretora | Ativos | Regulação | Comissões |
XTB | Ações, ETFs, CFDs (Forex, Matérias-Primas, Criptomoedas, Índices) | KNF, FCA, CySEC, FSC, DFSA | Comissão 0 € para ETFs e ações (0,2% para montantes superiores a 100.000 €) |
Lightyear | Ações, ETFs | FCA e EFSA | 1€ por ordem em ações Sem comissão em ETFs |
Trading 212 | Ações, ETFs | CySEC, FCA | 0€ (*outras taxas aplicáveis) |
Interactive Brokers | Ações, ETFs, Futuros, Opções, Metais, Obrigações, CFDs… | ICB, SEC, FCA, ASIC | Desde $0.005/ação (mín. $1) |
Trade Republic | Ações, ETFs, Títulos, Criptomoedas, Warrants | BaFiN, Bundesbank | 1€ por operação |
Exemplo prático: como investir no S&P 500 através da Trade Republic
Depois de escolheres uma corretora online adequada ao teu perfil e concluíres a abertura de conta, podes avançar para adquirir um ETF que acompanha o desempenho do índice S&P 500.
Na Trade Republic, o processo é simples: basta procurar o ETF, escolher se pretendes comprar por montante (frações) ou por número de unidades, rever os custos e confirmar a ordem.
Neste guia exemplificamos o processo com o iShares Core S&P 500 USD (Acc) — conhecido pelo ticker SXR8, cotado na bolsa Xetra.
Este conteúdo tem fins exclusivamente informativos e educativos, e não constitui uma recomendação de investimento. Deves sempre consultar o Documento de Informação Fundamental (KID) e as Informações de custo antes de tomar qualquer decisão.
Passo 1 — Procurar o ETF na plataforma
- Acede à app ou versão web da Trade Republic e inicia sessão.
- Na barra de pesquisa, escreve “Core S&P 500 USD (Acc)” ou “SXR8”.
- Seleciona o ETF cotado na bolsa Xetra.

Na página do fundo, poderás ver:
- Um gráfico com o desempenho do ETF;
- A composição das principais empresas (ex.: NVIDIA, Apple, Microsoft);
- Os setores representados (ex.: tecnologia, saúde, finanças);
- Informações chave como:
- ISIN, ticker, emissor (iShares) e domiciliação (Irlanda).
- TER (taxa de custos): 0,07%
- Tipo de utilização de lucros: A acumular
- Índice de referência: S&P 500
- Volume sob gestão: mais de 109 mil milhões de euros
- Intervalos de preço diário e de 52 semanas


A informação completa do ETF, incluindo o Documento de Informação Fundamental (KID), está disponível na própria página.
📌 Dica: Explora estes dados antes de investir, especialmente se pretendes comparar vários ETFs que seguem o mesmo índice.
Passo 2 — Escolher o modo de compra
Tens duas formas de investir no ETF:
🔹 Opção A — Comprar por “Ações”

Introduz o número de unidades (ex.: 1).
A plataforma apresenta o preço de mercado e o valor estimado da ordem.
🔹 Opção B — Comprar por “Montante” (frações)

Indica o valor que pretendes investir (ex.: 100 €).
A plataforma calcula automaticamente a fração correspondente (ex.: ~0,171326 unidades).
Passo 3 — Rever a ordem
Antes de confirmar, clica em “Rever ordem” e verifica:
- Tipo de ordem (neste exemplo: ordem de mercado);
- Número de ações ou frações, preço e montante total estimado;
Passo 4 — Confirmar e enviar
Se estiver tudo correto, clica em “Comprar já”.
As ordens de mercado são geralmente executadas de imediato (durante o horário de negociação).
A execução depende da liquidez e do momento em que é colocada a ordem.
Passo 5 — Acompanhar a posição na carteira
Após a execução da ordem, a posição ficará visível na tua carteira, com:
- Número de unidades (ou frações);
- Preço médio de aquisição;
- Evolução do valor investido.
Passo 6 (opcional) — Criar um plano de investimento automático (“Savings Plan”)
A Trade Republic permite criar um plano de investimento automático, também conhecido como Savings Plan.
Esta funcionalidade permite investir pequenos montantes de forma periódica (ex.: mensalmente), de forma automática e sem precisares de fazer ordens manuais todos os meses.
Este tipo de estratégia é conhecido como DCA – Dollar Cost Averaging e tem como objetivo reduzir o impacto da volatilidade no preço médio de compra ao longo do tempo. Embora não elimine o risco, pode ajudar a suavizar as variações do mercado.
Para configurar o plano:
Acede à página do ETF (ex.: SXR8) e procura a opção “Investe alguns euros regularmente…”
Clica em “Criar” e define:
- Montante a investir;
- Frequência (ex.: mensal);
- Dia de execução.
Podes alterar, pausar ou cancelar o plano a qualquer momento.
É seguro investir no S&P 500?
Tecnicamente, não existe investimento isento de risco, mas o S&P 500 reúne vários fatores que, historicamente, o tornaram uma opção relativamente sólida face a outras alternativas em bolsa:
- Diversificação imediata: exposição a 500 grandes empresas — menos risco do que investir numa única ação.
- Liquidez e regulação: negociações diárias com spreads reduzidos em mercados supervisionados.
- Histórico consistente: apesar de crises pontuais, no longo prazo tem registado uma rentabilidade real média de cerca de 7 a 8 % ao ano.
- Custos reduzidos: ETFs com comissões de gestão (TER) entre 0,03 % e 0,07 %.
Riscos principais:
- Quedas temporárias do mercado;
- Forte concentração em empresas de tecnologia de grande capitalização;
- Exposição cambial USD/EUR (para investidores europeus).
Trata-se de um dos veículos de rendimento variável global com melhor relação risco-retorno, mas não está isento de volatilidade nem garante lucros. A sua segurança assenta na diversificação, liquidez e histórico de crescimento, sendo essencial manter um horizonte de investimento de longo prazo e utilizar produtos regulados com baixos custos.
Como funciona o S&P 500?
Para integrar o S&P 500, uma empresa tem de cumprir os seguintes critérios:
- Capitalização bolsista superior a 13 mil milhões de dólares;
- Estar cotada num mercado americano regulamentado (não OTC);
- Ter a maioria das ações em circulação detidas por investidores públicos (não por insiders);
- Estar cotada há pelo menos um ano;
- Registar lucros positivos em quatro trimestres consecutivos;
- Ter, no mínimo, 50 % dos ativos fixos e das vendas nos EUA;
- A cotação da ação deve ser superior a 1 dólar.
Sectores representados e peso no índice
As empresas do S&P 500 estão distribuídas por 11 sectores:
- Serviços de comunicação
- Consumo discricionário
- Bens de consumo essenciais
- Energia
- Serviços financeiros
- Saúde
- Indústria
- Materiais
- Imobiliário
- Tecnologia
- Serviços públicos
No início dos anos 2000, as dez maiores empresas do índice representavam 23,5 % da sua composição. Alguns anos antes, esse valor era de apenas 17,7 %. É necessário recuar até 1932 para encontrar uma empresa com peso superior a 10 %, caso da AT&T com 13 % (contra os 7 % da IBM na época).
Atualmente, as dez principais empresas representam mais de 30 % do índice, um nível que não se via desde a década de 70. Só Apple e Microsoft representam, juntas, cerca de 15 % do S&P 500.
Principais empresas do S&P 500
Estas são as 10 empresas com maior peso no índice S&P 500 atualmente:
Posição | Empresa | Peso no índice |
1 | Nvidia | ≈ 7,8 % |
2 | Microsoft | ≈ 7,0 % |
3 | Apple | ≈ 5,9 % |
4 | Amazon | ≈ 4,0 % |
5 | Meta Platforms Inc. (Classe A) | ≈ 2,9 % |
6 | Broadcom Inc. | ≈ 2,5 % |
7 | Alphabet Inc. (Classe A) | ≈ 2,1 % |
8 | Alphabet Inc. (Classe C) | ≈ 1,7 % |
9 | Berkshire Hathaway Inc. (Classe B) | ≈ 1,6 % |
19 | Tesla | ≈ 1,6 % |
Nota: O setor tecnológico representa atualmente mais de 30 % da composição do S&P 500, o que reforça a sua concentração em empresas de grande capitalização tecnológica.
Distribuição geográfica do S&P 500
Como disse John Bogle, fundador da Vanguard:
“Se investires no S&P 500, já estás a investir fora dos Estados Unidos.”
Esta afirmação refere-se ao facto de que muitas empresas do índice obtêm uma parte significativa das suas receitas fora do mercado norte-americano, o que introduz alguma diversificação geográfica.
No entanto, importa destacar que essa diversificação é apenas ao nível das vendas, e não ao nível da localização das empresas.

Volatilidade do S&P 500
A volatilidade do S&P 500 pode ser avaliada através de diferentes indicadores baseados em dados históricos de preços. Os três principais são:
- VIX (Índice de Volatilidade CBOE.
- Coeficiente de Correlação Cruzada (CC.
- Computed Price Movement Index (CPI).
Assim, um dos mais importantes é o VIX, também conhecido como Índice de Volatilidade CBOE (Chicago Board Options Exchange). Este índice é utilizado para medir a expectativa de volatilidade do mercado, estando desenhado para refletir aquilo que os investidores antecipam que poderá acontecer no mercado nos próximos 30 dias.
O VIX é considerado uma ferramenta fundamental nos mercados financeiros, uma vez que fornece informação relevante sobre as expectativas de movimento do S&P 500.
O seu cálculo baseia-se numa média ponderada simples entre os preços de opções put e call sobre o S&P 500, resultando num valor numérico que indica o nível de incerteza ou confiança presente no mercado.
Caso pretendas acompanhar a situação geral dos mercados, também podes recorrer aos principais índices bolsistas mundiais, que oferecem uma visão mais ampla da evolução económica global.
Vantagens
- Volatilidade: embora o índice reaja a decisões de política monetária e a dados macroeconómicos, apresenta uma volatilidade considerada adequada para quem procura oportunidades de negociação e exposição ao mercado acionista norte-americano.
- Alta liquidez: é um dos índices mais negociados do mundo, o que permite execuções rápidas e eficientes em praticamente qualquer momento de mercado.
- Ampla gama de instrumentos disponíveis: o S&P 500 pode ser acedido através de ETFs, futuros, CFDs, opções e fundos de investimento, o que permite adaptar o investimento ao perfil e objetivo de cada investidor.
Desvantagens
- Exposição cambial (USD/EUR): para investidores europeus, qualquer variação cambial entre o dólar e o euro poderá influenciar o retorno real. Ganhos ou perdas em dólares terão de ser convertidos para euros, podendo amplificar ou atenuar o resultado final.
Considerações finais
O S&P 500 é amplamente reconhecido como o índice acionista mais influente do mundo, funcionando como referência para investidores institucionais, fundos de investimento e ETFs, e também muito popular entre investidores particulares.
A sua profundidade, liquidez e cobertura setorial tornam-no uma ferramenta versátil e eficaz para gestão de carteiras — seja para diversificação, exposição a crescimento ou construção de estratégias passivas.
A grande variedade de instrumentos disponíveis permite ajustar o nível de risco, o horizonte temporal e os custos de cada solução — sempre com a consciência de que nenhum investimento em ações está livre de volatilidade ou risco de perda de capital.
Interactive Brokers: Investir em produtos financeiros implica correr riscos.
Os seus investimentos podem aumentar ou diminuir de valor, e as perdas podem exceder o valor do seu investimento inicial.
RANKIA PORTUGAL: Este artigo tem caráter exclusivamente informativo e educacional. As informações aqui contidas não constituem aconselhamento financeiro, nem recomendação de compra ou venda de quaisquer instrumentos financeiros. A rentabilidade passada não garante retornos futuros. Antes de tomar decisões de investimento, recomenda-se a consulta de um profissional devidamente habilitado.
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