Melhores ETFs de Ouro


Neste artigo, vamos explorar como é possível investir em ouro através de ETFs — uma forma prática e acessível de obter exposição a este ativo.
Em 2025, o ouro registou uma valorização próxima dos 25%, num contexto em que muitos índices de rendimento variável apresentaram retornos negativos. Este desempenho tem renovado o interesse dos investidores pelo metal precioso, tornando pertinente analisar quais são os ETFs de ouro mais relevantes no mercado atual.
O presente artigo tem um carácter meramente informacional e não constitui um aconselhamento financeiro de investimento. Antes de tomares uma decisão deves realizar a tua própria análise e avaliar os riscos envolvidos.
Tabela comparativa dos melhores ETFs de Ouro em 2025
Se estás a considerar investir em ouro em 2025, estes são cinco dos ETFs mais destacados, tendo em conta a sua combinação de rentabilidade a 3 anos, baixa volatilidade e comissões competitivas:
ETF | TICKER | TER | Rentabilidade a 3 anos | Volatilidade a 1 ano |
iShares Physical Gold ETC | PPFB | 0,12% | 70% | 15,50% |
VanEck Gold Miners UCITS ETF | FG2X | 0,53% | 57% | 30% |
WisdomTree Physical Swiss Gold | GZUR | 0,15% | 56,90% | 16,89% |
Invesco Physical Gold A | 8PSG | 0,12% | 56,86% | 15,79% |
HANetf The Royal Mint Responsibly Sourced Physical Gold ETC | RM8U | 0,22% | 56,46% | 15,25% |
iShares Gold Producers UCITS ETF | SPGP | 0,55% | 54,80% | 29,10% |
Análise detalhada dos melhores ETFs de Ouro 2025
Este ano, os ETFs de ouro continuam a ser uma opção relevante para diversificar e proteger o portefólio num contexto económico marcado pela incerteza.
Porque esconder barras de ouro debaixo do colchão quando podes ter ouro de 24 quilates no teu portefólio com apenas um ticker? O iShares Physical Gold ETC (ticker habitual: PPFB) é um fundo que replica o preço spot do ouro, com colateral físico em barras que cumprem os critérios da LBMA Good Delivery, armazenadas em cofres segregados. Não se trata de empresas mineiras nem de contratos futuros — aqui falamos de ouro físico, puro e direto.
Características principais:
- Nome do fundo iShares Physical Gold ETC
- Rentabilidade a 5 anos: +96%
- Distribuição (dividendo): Não, é um fundo de acumulação
- TER: 0,12%
- Volatilidade (1 ano): 16,50%
Este é um dos ETFs sobre matérias-primas com custos mais reduzidos do mercado, com uma comissão de apenas 0,12% — em linha com outros produtos semelhantes da Invesco ou da Amundi.

Fonte: justetf
A sua estrutura física elimina o risco de contraparte e, por não envolver empréstimo de ativos, o tracking error é praticamente inexistente, limitando-se à comissão anual.
Como resultado, a rentabilidade tem espelhado com precisão a evolução do preço spot do ouro: um avanço de 34% em 2024 e praticamente 100% desde 2020. Naturalmente, mantém a típica volatilidade do metal, com correções moderadas em 2022 (-7%) e novos máximos históricos durante as tensões geopolíticas de 2024/25.
VanEck Gold Miners UCITS ETF
Se descobrirem uma nova mina na tua cidade… será melhor procurar ouro ou investir em pás e picaretas? Com essa lógica, o VanEck Gold Miners UCITS ETF (ticker G2X) oferece exposição direta a algumas das maiores produtoras de ouro e prata do mundo. O fundo replica o NYSE Arca Gold Miners Index através de réplica física total e reinveste os dividendos.
Características principais:
- Nome do fundo: VanEck Gold Miners UCITS ETF
- Rentabilidade a 5 anos: +68%
- Distribuição (dividendo): Não, é um fundo de acumulação
- TER: 0,53%
- Volatilidade (1 ano): 30%
Desta forma, as 10 maiores posições representam 64% da carteira do fundo, com destaque para alguns dos produtores de ouro mais reconhecidos a nível mundial, como Agnico Eagle (11,7%), Newmont (11,6%), Wheaton Precious Metals (7,5%) e Barrick Gold (7,2%). Em termos geográficos, o Canadá concentra a maior fatia da alocação com 52%, seguido pelos Estados Unidos (16%) e Austrália (11%).
No que respeita a custos, é verdade que este não é o ETF mais económico. Com uma comissão de gestão (TER) de 0,53%, posiciona-se na faixa média do segmento: mais elevado do que os ETFs de ouro físico (com TER de 0,12%), mas alinhado com outros fundos setoriais especializados.

Fonte: Investing
Quanto à rentabilidade, seguiu-se o padrão típico das matérias-primas: primeiro valorizam-se os ativos físicos, e só depois as empresas que os produzem. Apesar de o ouro estar em tendência ascendente há cerca de cinco anos, foi apenas nos últimos três que as ações das empresas mineiras começaram a refletir essa valorização, com ganhos acumulados próximos dos 60% nesse período.
No geral, trata-se de um ETF com potencial de valorização adicional, uma vez que, embora a evolução do preço do ouro seja incerta no longo prazo (ainda que haja espaço para novas subidas), as empresas mineiras ainda estão a começar a incorporar os lucros extraordinários gerados pela valorização do metal nos seus balanços e demonstrações de resultados.
WisdomTree Physical Swiss Gold
O WisdomTree Physical Swiss Gold é um ETC que replica o desempenho do índice subjacente através de uma obrigação colateralizada com reservas físicas de ouro. Não oferece cobertura cambial e está domiciliado na ilha de Jersey.
Características do ETF:
- Nome do fundo: WisdomTree Physical Swiss Gold
- Rentabilidade a 5 anos: +95%
- Distribuição de rendimentos: Não distribui dividendos (fundo de acumulação)
- Comissão anual (TER): 0,15%
- Volatilidade a 1 ano: 17%
Este ETF é especialmente pensado para investidores que valorizam a custódia do ouro físico na Suíça, ainda que isso implique uma comissão ligeiramente superior a outras opções disponíveis. Ainda assim, o custo mantém-se competitivo no mercado. Tal como outros produtos semelhantes, trata-se de uma estrutura colateralizada com base em ouro físico.

Fonte: justetf
Invesco Physical Gold A
O Invesco Physical Gold A é um ETC que replica o desempenho do índice subjacente através de uma obrigação colateralizada, respaldada por reservas físicas de ouro. Está domiciliado na Irlanda, e o metal precioso encontra-se armazenado em câmaras de segurança aprovadas pela London Bullion Market Association (LBMA).
Características do ETF:
- Nome do fundo: Invesco Physical Gold A
- Rentabilidade a 5 anos: +96%
- Distribuição de rendimentos: Não, é um fundo de acumulação
- Comissão anual (TER): 0,12%
- Volatilidade a 1 ano: 16,50%
Este é o ETF com maior histórico de desempenho entre os disponíveis na Europa e ocupa o segundo lugar em ativos sob gestão (AUM). Tal como os anteriores, trata-se de uma estrutura colateralizada com ouro físico.

Fonte: justetf
HANetf The Royal Mint Responsibly Sourced Physical Gold ETC
Este ETC replica o preço spot do ouro em USD através de uma obrigação colateralizada com reservas físicas do metal precioso. Está domiciliado na Irlanda e não possui cobertura cambial.
Características do ETF:
- Nome do fundo: HANetf The Royal Mint Responsibly Sourced Physical Gold ETC
- Ticker: RM8U
- Rentabilidade a 3 anos: 56,46%
- Volatilidade a 3 anos: 15,25%
Este é o primeiro produto financeiro patrocinado pela The Royal Mint. Tal como os restantes ETCs de ouro físico, é uma dívida colateralizada com reservas reais, mas apresenta uma característica única: os investidores podem, mediante certas condições, converter as suas unidades em lingotes ou moedas físicas de ouro, armazenados no cofre da The Royal Mint em Llantrisant, no País de Gales.

Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, todos os lingotes com origem russa foram excluídos da carteira deste fundo. No entanto, apresenta o TER mais elevado entre os produtos desta categoria.
Este ETF oferece exposição directa a produtoras de ouro globais ao seguir fisicamente o índice S&P Commodity Producers Gold, com 69 empresas.
Características do ETF:
- Nome do fundo: iShares Gold Producers UCITS ETF
- Ticker: SPGP
- Rentabilidade a 3 anos: 54,80%
- Volatilidade a 3 anos: 29,10%
- Distribuição de rendimentos: Não, é um fundo de acumulação
- Comissão anual (TER): 0,55%

Fonte: Lightyear
Tem um TER de 0,55 % e reinveste dividendos. Em julho de 2025, o seu património ronda os USD 2,7 mil M, com ganhos acumulados de cerca de +60 % no ano até julho. Contudo, apresenta maior volatilidade (~29 % de desvio padrão em 3 anos), refletindo o comportamento mais dinâmico das ações de mineradoras relativamente ao ouro físico.
Como comprar um ETF de ouro na prática: exemplo real na Lightyear
Apesar de a oferta de ETFs de ouro na Lightyear ainda ser algo limitada — atualmente só estão disponíveis 2 ou 3 opções, como o iShares Gold Producers ($IAUP) — a plataforma tem vindo a expandir o seu catálogo gradualmente. Para quem procura exposição ao setor mineiro do ouro de forma prática e direta, esta já é uma alternativa viável.
Nota: As capturas de ecrã utilizadas nesta explicação foram feitas diretamente na minha conta pessoal na Lightyear. O objetivo é apenas ilustrar, de forma real e prática, como funciona o processo — não se trata de qualquer sugestão ou recomendação de investimento.
A seguir explicamos como comprar este ETF, passo a passo:
Passo 1: Procurar o ETF
Na app da Lightyear, vai ao campo de pesquisa (ícone da lupa) e escreve:
- ishares gold producers
Entre os resultados, vais encontrar:
- iShares Gold Producers ($IAUP) — este é o ETF que replica empresas produtoras de ouro. Clica para abrir.


Passo 2: Consultar as informações do fundo
Antes de investires, é essencial consultar as informações principais do ETF — e a Lightyear apresenta esses dados de forma simples e acessível.
Entre as informações disponíveis, vais encontrar:
- Ticker: $IAUP
- Comissão (TER): 0,55%
- Rentabilidade a 5 anos: +8,98%
- Tamanho do fundo: 2,7 mil milhões USD
- Gestora: BlackRock
- Índice seguido: S&P Commodity Producers Gold
- Distribuição: acumulativa (reinveste dividendos)
Para além destes dados quantitativos, também podes consultar:
- A descrição do objetivo do fundo, que explica a estratégia de investimento e o tipo de ativos incluídos.
- A composição da carteira, com destaque para as maiores participações, como Newmont, Agnico Eagle, Wheaton Precious Metals, Barrick Gold, entre outras.
- O nível de risco, o ISIN, a moeda base e os documentos legais (como o KID e o ficheiro de custos).
- O gráfico de evolução histórica do preço do ETF — útil para avaliar o desempenho em diferentes horizontes temporais (1 mês, 1 ano, 5 anos, etc.).


Passo 3: Verificar saldo e definir a ordem de compra
Certifica-te de que tens saldo suficiente em USD (ou em euros, que depois serão convertidos).
No momento da captura, o preço por unidade era $24,55.
Na Lightyear, apenas são permitidas ordens limitadas para este ETF. Deves indicar:
- Preço limite (exemplo: $24.55)
- Número de ações que pretendes comprar
Clica em “Pré-visualizar compra limitada” para continuar.

Passo 4: Confirmar e seguir o ETF
Depois de confirmada a ordem, o ETF será adicionado à tua carteira. Podes também ativar alertas ou seguir o ativo para acompanhar a sua evolução.
- A Lightyear não cobra comissões de execução nem de custódia, o que representa uma vantagem competitiva para muitos investidores.
- Contudo, é aplicada uma taxa de câmbio de 0,35% sempre que compras ETFs denominados numa moeda diferente da tua conta (por exemplo, ETFs em USD numa conta em EUR).
- A oferta de ETFs disponíveis varia consoante a moeda base e o mercado selecionado (EUR, GBP ou USD).
Este conteúdo tem um carácter meramente informativo e educativo. Não constitui qualquer tipo de recomendação de investimento. Antes de investires, deves fazer a tua própria análise e considerar o teu perfil de risco e os teus objetivos financeiros.
Outras corretoras para investir em ETFs
Se procuras alternativas à Lightyear para investir em ETFs, há outras plataformas disponíveis:
Que tipos de ETFs de ouro existem?
Existem vários tipos de ETFs de ouro, cada um com características distintas, oferecendo diferentes formas de exposição a este metal precioso. Abaixo apresentamos os principais:
- ETFs de ouro físico: Estes fundos cotados investem diretamente em ouro físico armazenado em cofres de segurança. Cada unidade do ETF representa uma fração do ouro detido pelo fundo. São populares porque seguem de forma direta o preço do ouro físico.
- ETFs de dívida colateralizada com ouro: Com base numa estrutura legal exigida pela regulação europeia, estes produtos combinam elementos de obrigações estruturadas com a exposição ao ouro físico. O investidor não adquire ouro diretamente, mas sim uma obrigação emitida por uma entidade financeira respaldada por reservas de ouro.
- ETFs de futuros de ouro: Estes ETFs investem em contratos futuros de ouro em vez do metal físico. Por essa razão, podem não refletir exatamente o preço spot do ouro, devido a custos de rollover e outras complexidades associadas ao mercado de derivados.
- ETFs de empresas mineiras de ouro: Este tipo de ETF investe em ações de empresas dedicadas à exploração, extração e produção de ouro. O seu desempenho depende não só do preço do ouro, mas também de fatores específicos das empresas, como a eficiência operacional, custos de produção, reservas e fatores geopolíticos.
- ETFs de ouro com cobertura cambial: Estes ETFs oferecem proteção contra variações cambiais, o que pode ser relevante quando o ouro está cotado numa moeda diferente da utilizada pelo investidor (por exemplo, USD vs. EUR).
- ETFs alavancados e inversos de ouro: Criados para investidores mais experientes, estes ETFs procuram multiplicar o retorno diário do ouro (por exemplo, 2x ou 3x) ou gerar um retorno inverso (negativo). Utilizam instrumentos derivados e são adequados apenas para estratégias de curto prazo e elevada tolerância ao risco.
Quais são as vantagens de investir em ETFs de ouro?
Investir em ETFs de ouro oferece diversas vantagens face a outras formas de exposição ao metal precioso:
- Acesso facilitado ao ouro: Ao contrário da compra de ouro físico, os ETFs permitem obter exposição ao metal sem necessidade de armazenamento ou transporte.
- Liquidez: Sendo negociados em bolsa, os ETFs de ouro podem ser comprados e vendidos facilmente durante o horário de mercado — ao contrário do ouro físico, cuja venda pode ser mais demorada.
- Spread reduzido: A diferença entre o preço de compra e de venda (bid/ask) tende a ser mais baixa nos ETFs do que no mercado de ouro físico.
- Transparência de preços: O valor de um ETF de ouro está diretamente indexado ao preço spot do ouro nos mercados internacionais, garantindo preços atualizados em tempo real e maior transparência.
- Maior diversidade de opções: Como instrumentos financeiros, os ETFs permitem criar soluções ajustadas a diferentes perfis e objetivos — como ETFs com cobertura cambial, alavancagem ou estratégias específicas — algo difícil de replicar com ouro físico ou mesmo com fundos de investimento tradicionais.
Estará o ouro a entrar num novo ciclo?
O desempenho recente do ouro tem chamado a atenção dos mercados. Em 2024 — e também nos primeiros meses de 2025 — superou o índice S&P 500, voltando assim ao centro das atenções. O interesse foi tal que, nos Estados Unidos, a cadeia Costco começou a vender barras de ouro de 1 onça… e esgotaram rapidamente.
O gráfico seguinte mostra o desempenho do ouro, representado pelo ETF Invesco Physical Gold A, em comparação com o Invesco S&P 500 UCITS.

Alguns fatores podem estar por detrás desta valorização, nomeadamente o aumento das tarifas comerciais — que poderá trazer mais inflação — e um clima de maior incerteza global.
É aqui que a ideia de um novo “ciclo do ouro” ganha força. Entre 2008 e 2012, durante um período marcado por crise e elevada instabilidade, os retornos móveis do ouro (via ETF GLD) superaram de forma consistente os do S&P 500.

Historicamente, o ouro tende a ter melhor desempenho em fases de turbulência económica — quando a confiança está em baixo e as perspetivas para os mercados acionistas são negativas.
O gráfico abaixo mostra como, em contextos de maior pessimismo económico, o ouro tende a superar os restantes ativos.

Dito isto, a valorização recente levanta uma questão importante:
Que tipo de incerteza está o mercado a antecipar neste momento? Ou que riscos vê no horizonte que possam justificar esta procura por ouro?
Que modelos de carteiras indexadas incluem ouro?
Na tabela abaixo, apresentamos alguns dos modelos de carteiras mais conhecidos que incluem alguma exposição ao ouro.

Nenhuma destas carteiras teve, nos últimos 70 anos, rentabilidades nominais de dois dígitos de forma consistente. No entanto, apresentam geralmente menor volatilidade e quedas máximas menos acentuadas (Max Drawdown). Esta característica pode não estar relacionada exclusivamente com a presença de ouro, mas também com a alocação relevante a ativos como liquidez e obrigações. É o caso, por exemplo, das carteiras Risk Parity, Permanente e Permanente Global.
Estes dados sugerem que o ouro é incluído nestas carteiras como um ativo de proteção (refúgio). Ainda assim, convém ter em conta que a sua volatilidade é superior à das obrigações soberanas de curto e longo prazo. Nos últimos 10 anos, o ouro apresentou uma volatilidade (desvio padrão) de 16,97%, enquanto a dívida pública norte-americana de curto prazo teve 1,72% e a de longo prazo 13,52%.
No mesmo período, a queda máxima do ouro foi de 41,55%. Para a dívida de curto prazo foi de apenas 6,16% e para a de longo prazo, 44,73%. Ou seja, continua a ser mais instável do que os Treasuries de curto prazo.
Mas se analisarmos o Sharpe Ratio — uma métrica que relaciona rentabilidade com risco — percebemos melhor a lógica por detrás da inclusão do ouro. O Sharpe Ratio do ouro foi de 0,49, enquanto o da dívida soberana de curto prazo foi de 0,30 e o da de longo prazo de 0,21. Em resumo, embora o ouro seja mais volátil e possa sofrer quedas acentuadas, tende a recuperar de forma mais eficaz do que as obrigações.
Do ponto de vista de comportamento de mercado, o ouro tende a valorizar-se quando a incerteza é elevada — quase como se os investidores estivessem a antecipar um cenário extremo.
Por outro lado, o ouro nem sempre cumpre a função de cobertura contra a inflação. Mesmo quando esta subiu de forma significativa, como em 2021, o ouro não respondeu como seria esperado. A imagem abaixo mostra essa relação nos EUA, mas o comportamento foi semelhante na Europa e noutros países.

Vale a pena investir em ouro através de ETFs? | A opinião do Gaspar
Na Europa, os únicos instrumentos disponíveis para ter exposição ao ouro são os ETCs com estrutura legal de dívida colateralizada. Isto mostra o quão atrasada está a regulamentação europeia neste tema.
O investidor não é proprietário direto do metal, mas sim credor de uma obrigação do emissor. Se o emissor ou o custodiante se tornarem insolventes e o ouro não estiver devidamente segregado, o investidor pode não recuperar o valor total do seu investimento. Além disso, parte do ouro pode estar temporariamente em contas não atribuídas (unallocated), o que representa um risco adicional em caso de falência, roubo ou fraude — uma vez que esse ouro não está identificado individualmente.
Esta estrutura é usada sobretudo devido à legislação europeia, mas também por oferecer um acesso mais eficiente e líquido ao mercado de ouro físico, sem os custos e a logística associados à compra, transporte e segurança de lingotes.
Embora o marketing destes produtos muitas vezes sublinhe que são suportados por ouro físico guardado em cofres de renome, a realidade legal é que o investidor tem um direito financeiro, e não a posse direta do metal. Por isso, é essencial acompanhar de forma periódica:
- O nível de alocação do ouro (allocated vs unallocated);
- A solidez financeira do custodiante e do emissor;
- Os relatórios de auditoria do ouro armazenado.
Não se trata de alarmismo, mas sim de explicar com clareza o que estamos realmente a comprar.
FAQs
Para quem prefere simplicidade e liquidez, os ETFs são uma solução prática. Outros preferem o ouro físico — o que pode fazer sentido para valores mais baixos. O problema surge quando se trata de montantes mais elevados ou quando o ouro é guardado por terceiros: surgem questões de confiança, acesso, custos e liquidez em momentos críticos.
Depende do método escolhido. Ter ouro físico em casa pode ser arriscado ou não, consoante o contexto. Já os ETFs oferecem uma boa proteção legal, mas tal como em qualquer ativo, o risco nunca é zero — nem em termos de custódia, nem de valorização.
Nos ETFs, não há limite. Para ouro físico, em muitos países da Europa, o limite de compra sem identificação é de 2.500 euros.
Lightyear: Capital em risco.
RANKIA PORTUGAL: Este artigo tem caráter exclusivamente informativo e educacional. As informações aqui contidas não constituem aconselhamento financeiro, nem recomendação de compra ou venda de quaisquer instrumentos financeiros. A rentabilidade passada não garante retornos futuros. Antes de tomar decisões de investimento, recomenda-se a consulta de um profissional devidamente habilitado.
Trading 212: Quando investe, o seu capital está em risco e poderá receber menos do que o montante investido. O desempenho passado não garante resultados futuros. Esta informação não constitui aconselhamento de investimento. Faça a sua própria pesquisa. Link patrocinado. Para receber ações fracionadas gratuitas no valor de até 100 EUR/GBP, pode abrir uma conta na Trading 212 através deste link. Aplicam-se termos e condições.
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