Comprar ações em Portugal: aprende a investir do zero


Investir em ações é uma prática comum nos mercados financeiros e continua a atrair o interesse de quem procura valorizar o seu património ao longo do tempo. No entanto, para muitos, o funcionamento da bolsa e o processo de compra de ações continuam a suscitar dúvidas. O que são ações? Como se realiza uma compra? Que critérios devem ser considerados na escolha de uma corretora? E que riscos e responsabilidades estão envolvidos?
Este guia foi concebido para apresentar, de forma clara e estruturada, os principais aspetos relacionados com o investimento em ações — desde os conceitos fundamentais até às estratégias utilizadas por investidores mais experientes.
O que são ações e como funcionam?
Uma ação representa uma pequena parte do capital de uma empresa. Ao comprares uma ação, estás a adquirir uma fração dessa empresa e, por isso, tornas-te um dos seus proprietários — um acionista. Isso significa que passas a ter direito a participar nos lucros da empresa, assim como em determinadas decisões, consoante o número de ações que detenhas.
As empresas recorrem à emissão de ações quando necessitam de financiamento. Em vez de contraírem um empréstimo bancário, podem optar por abrir o capital ao público — ou seja, “vender” partes da empresa sob a forma de ações. Em troca, os investidores esperam obter um retorno financeiro, seja através da valorização do preço das ações no mercado, seja pelo pagamento de dividendos, que consistem na distribuição periódica dos lucros aos acionistas.
Ser acionista de uma empresa cotada em bolsa pode trazer benefícios, mas também implica riscos e responsabilidades. Por um lado, tens o direito de receber dividendos (quando distribuídos), de votar nas assembleias de acionistas e de vender as tuas ações a qualquer momento, beneficiando de uma eventual valorização. Por outro, o valor das ações oscila em função da situação financeira da empresa, do contexto económico e até do sentimento dos mercados. Se a empresa apresentar maus resultados ou o setor entrar em crise, o valor das tuas ações pode diminuir significativamente.
Pensa numa empresa como se fosse uma tarte: cada ação corresponde a uma fatia dessa tarte. Quanto mais ações tiveres, maior é a tua parte e maior é o teu poder de decisão. No entanto, também maior será a tua exposição ao risco — se a empresa tiver prejuízos ou o mercado desvalorizar, a tua fatia perderá valor.
O que precisas antes de começar a investir?
Antes de realizares a tua primeira compra de ações, é essencial fazer uma reflexão cuidada. Investir nos mercados financeiros envolve riscos e exige preparação. Estes são os principais aspetos a considerar antes de dares os primeiros passos:
Formação: conhecimento antes da ação
Tal como em qualquer área especializada, investir sem formação é comparável a conduzir sem visibilidade: podes ter sorte inicialmente, mas os riscos acumulam-se rapidamente. Por isso, antes de pensares em rendimentos ou estratégias, dedica algum tempo à aprendizagem. Lê livros sobre investimentos, frequenta cursos introdutórios, acompanha fontes credíveis e evita conteúdos com promessas de lucros rápidos.
Podes começar por consultar os nossos eBooks gratuitos sobre investimento — uma forma prática e acessível de adquirir bases sólidas antes de investires capital real.
Investir é uma competência que se desenvolve com estudo, prática e disciplina. Começa pelo essencial: o que são ações, como funcionam os mercados, qual a importância da diversificação e de que forma o risco influencia o desempenho. Quanto mais sólida for a tua base, mais informadas serão as tuas decisões.
Define o teu perfil de risco e os teus objetivos
Não existe um único modelo de investidor. Tudo depende da tua tolerância ao risco, horizonte temporal e objetivos financeiros. Algumas perguntas úteis nesta fase:
- Quanta volatilidade estou disposto a aceitar?
- Prefiro segurança ou procuro potencial de valorização?
- Invisto com objetivos de curto ou longo prazo?
As respostas ajudar-te-ão a identificar o teu perfil:
- Conservador: dá prioridade à estabilidade e à preservação do capital.
- Moderado: aceita alguma flutuação em troca de rentabilidades superiores.
- Agressivo: procura valorização elevada, mesmo com maior risco.
Este autoconhecimento é essencial para adequar a tua carteira ao teu perfil. Investir sem clareza sobre os teus próprios limites pode levar a decisões precipitadas.
Cria primeiro um fundo de emergência
Antes de aplicares qualquer montante em ações, é fundamental assegurares um fundo de emergência. Este serve como proteção em caso de imprevistos (como desemprego ou despesas inesperadas) e permite manter os investimentos intactos mesmo em momentos de crise.
Idealmente, este fundo deve cobrir entre 3 a 6 meses de despesas essenciais, e estar aplicado em instrumentos de baixo risco e alta liquidez.
Investe com base numa estratégia, não em impulsos
Um erro frequente entre investidores iniciantes é tomar decisões com base em boatos, modas ou comportamentos de outros. Embora seguir tendências não seja, por si só, errado, deve sempre existir um plano por detrás.
Define a tua abordagem:
- Vais investir de forma periódica (DCA)?
- Procuras ações com dividendos?
- Pretendes construir uma carteira de longo prazo?
A melhor estratégia é aquela que compreendes, consegues aplicar de forma consistente e que se ajusta ao teu perfil. A ausência de um plano pode levar a decisões emocionais e, consequentemente, a perdas.
A psicologia tem um peso significativo
Saber analisar empresas é importante, mas manter o controlo emocional pode ser ainda mais determinante. O comportamento dos mercados está frequentemente marcado pelo medo e pela ganância. A capacidade de manter a calma nas quedas — e a racionalidade nas subidas — é uma vantagem clara.
Seguir o teu plano com disciplina, mesmo quando o ruído externo é intenso, é fundamental. Notícias alarmantes, modas passageiras ou opiniões nas redes sociais não devem ditar as tuas decisões. Como afirmou Warren Buffett: “O mercado é um mecanismo de transferência de riqueza dos impacientes para os pacientes.”
Escolhe uma corretora que te ofereça confiança
A tua experiência como investidor será também influenciada pela corretora que escolheres. Este será o intermediário para executar ordens, aceder a ferramentas e monitorizar a tua carteira.
Ao escolher uma corretora, considera:
- Regulação por entidades como a CMVM ou outro organismo europeu;
- Estrutura de comissões competitivas;
- Uma plataforma intuitiva e fiável;
- Reputação positiva junto de outros utilizadores.
Passo a passo para comprar ações em 2025
A plataforma utilizada como exemplo é a XTB, uma corretora online regulada e com presença em Portugal. A XTB permite o investimento em ações reais (sem alavancagem) com uma vantagem relevante: não cobra comissões de transação até um volume mensal de 100.000€. Contudo, ao investir em ações cotadas noutra moeda (por exemplo, no caso da Nike, cotada em USD), aplica-se uma comissão de conversão cambial de 0,5% por operação.
De seguida, apresenta-se o processo detalhado para comprar ações na plataforma da XTB, incluindo imagens reais do ecrã.
Este exemplo usa a ação da Nike (NKE), mas o processo é exatamente o mesmo para qualquer outra empresa cotada nos EUA, Europa ou noutra bolsa internacional.
Este conteúdo tem um caráter meramente informativo e educativo. Não constitui uma recomendação ou aconselhamento de investimento, nem deve ser interpretado como tal. Antes de tomar qualquer decisão financeira, os leitores devem considerar cuidadosamente os seus objetivos, perfil de risco e, se necessário, consultar um profissional qualificado. A negociação de instrumentos financeiros envolve riscos, incluindo a possibilidade de perda de capital.
Passo 1: Aceder à plataforma XTB e iniciar sessão
Para começar, acede ao site oficial da XTB Portugal e entra na tua conta real através da plataforma xStation 5, disponível para navegador, computador (desktop) ou aplicação móvel (iOS e Android).

Caso ainda não tenhas conta, podes registar-te gratuitamente em poucos minutos. A plataforma disponibiliza também uma conta demo gratuita, ideal para testar todas as funcionalidades sem risco, utilizando dinheiro virtual — perfeita para quem está a iniciar ou pretende familiarizar-se com a interface.
A xStation 5 é uma plataforma intuitiva e moderna, que integra gráficos em tempo real, calendário económico, análise técnica e outras ferramentas úteis para investidores de todos os níveis.
Leia ainda ➡️ Como abrir conta na XTB: real e demo
Passo 2: Procurar a ação que pretendes adquirir
Depois de iniciares sessão, dirige-te à barra de pesquisa no topo do painel — designada Janela de Mercado — e escreve “Nike”.

À medida que começas a digitar, a plataforma apresentará várias opções relacionadas com esse nome. No nosso caso, surgem duas entradas principais:
- NIKE AÇÃO: corresponde à ação real da empresa Nike Inc. (ticker: NKE), sem alavancagem;
- NIKE CFD: corresponde a um contrato por diferença (CFD), com alavancagem e características mais orientadas para trading ativo.
➡️ Como este guia se foca no investimento em ações reais, sem alavancagem, deves selecionar a primeira opção: NIKE AÇÃO.
Passo 3: Analisar a cotação e definir a quantidade
Após selecionares a ação da Nike (NKE), será apresentada uma janela com os dados da operação em tempo real.
Para iniciares a compra, basta clicares no botão verde “BUY”. Conforme se pode observar na imagem:
- Preço de compra: 61,91 USD
- Preço de venda: 61,89 USD
A diferença de 0,02 USD entre ambos é designada por spread, e representa o custo implícito da operação — ou seja, uma parte das receitas da corretora.


Neste exemplo, optámos por comprar 2 ações completas da Nike, em vez de uma fração. Esta abordagem permite visualizar de forma clara todos os valores envolvidos:
- Ações a adquirir: 2 unidades
- Preço por ação (USD): 61,91
- Taxa de câmbio (exemplo): 0,8694 (com 0,5% de margem)
- Total em EUR ≈ 107,69 €
- Comissão de transação 0,00 € (dentro do limite mensal de 100.000€)
A XTB permite também a aquisição de ações fracionadas (por exemplo, 0,5 unidades), o que pode ser vantajoso para quem pretende investir montantes mais reduzidos e ajustar o investimento ao seu portefólio. No entanto, neste exemplo foi utilizada uma ordem de compra completa de 2 ações, para ilustrar todos os cálculos de forma transparente.
Passo 4: Rever os dados da ordem antes de confirmar
Após clicares no botão “BUY”, a plataforma apresenta uma nova janela com o resumo completo da ordem de compra.



Neste ecrã, podes verificar todos os dados antes de finalizares a transação:
- Ativo: Nike (NKE.US) – ação real, cotada em USD
- Volume: 2 ações
- Preço atual: 61.91 USD
- Taxa de câmbio: 0,8693 (com margem de 0,5% incluída)
- Valor em EUR ≈ 107,69 €
- Comissão 0,00 € (isento até 100.000€/mês)
- Tipo de ordem: Ordem de mercado (executada ao preço atual de mercado)
A taxa de câmbio apresentada já inclui a margem de 0,5% aplicada pela XTB, por se tratar de um ativo cotado em dólares norte-americanos. Este custo é calculado automaticamente e visível antes da conclusão da ordem.
É possível, adicionalmente, configurar outros tipos de ordens, como ordens limitadas ou com stop, que permitem definir condições específicas de entrada ou saída. No entanto, como neste exemplo o mercado estava encerrado no momento da simulação, optámos por uma ordem de mercado, que será executada automaticamente ao melhor preço disponível assim que o mercado abrir.
Queres ver o processo em vídeo? Temos também um tutorial completo que mostra como comprar ações passo a passo.
Onde comprar ações em Portugal?
Se estás a considerar investir em ações, o primeiro passo é escolher a plataforma mais adequada. Em Portugal, existem duas grandes opções: bancos tradicionais e corretoras online. Ambas apresentam vantagens e desvantagens, e a escolha ideal dependerá do teu perfil, orçamento e nível de experiência.
Bancos tradicionais
Vários bancos portugueses disponibilizam serviços de corretagem, permitindo comprar e vender ações diretamente a partir da tua conta bancária. Esta opção pode ser interessante para quem prefere ter todos os produtos financeiros centralizados numa única instituição.
Entre os mais utilizados encontram-se a Caixa Geral de Depósitos, o ActivoBank e o Banco Carregosa — entidades que costumam figurar nas listas de bancos mais procurados para investir.
No entanto, é importante ter atenção às comissões, que tendem a ser superiores às praticadas pelas plataformas digitais. Além disso, os serviços de investimento nem sempre são o foco principal dos bancos, o que pode traduzir-se em menos funcionalidades ou em ferramentas de análise mais limitadas.
Corretoras online
As corretoras digitais tornaram-se, nos últimos anos, a escolha preferida da maioria dos investidores particulares, sobretudo devido às comissões mais baixas e à facilidade de utilização das suas plataformas. Entidades como a XTB, Trading 212, Lightyear ou Trade Republic têm vindo a ganhar terreno no mercado português, oferecendo soluções acessíveis e adaptadas a diferentes perfis de investidor.
Para quem valoriza simplicidade, baixos custos e acesso a mercados internacionais, poderá ser útil consultar a nossa seleção atualizada de corretoras para investir.
Estas plataformas estão geralmente registadas junto de autoridades europeias como a CMVM (Portugal) ou a BaFin (Alemanha), e disponibilizam acesso a milhares de ações, ETFs, fundos e outros ativos. Algumas permitem ainda investir com montantes reduzidos, através de ações fracionadas ou planos automáticos de investimento.
⚠️ Independentemente da plataforma escolhida, é fundamental assegurar que está regulada por uma entidade oficial e que oferece transparência total nas comissões, taxas de câmbio e custos de manutenção. Podes verificar a legalidade e supervisão no Portal do Investidor da CMVM.
Como escolher boas ações para investir?
Depois de aprenderes a comprar ações e selecionares uma corretora, o passo seguinte é decidir em que empresas investir. Esta é uma etapa mais estratégica, já que existem milhares de ações cotadas nas bolsas internacionais. A escolha adequada dependerá do teu perfil, objetivos e grau de conhecimento.
Investe em empresas que compreendas
A primeira regra é simples: investe apenas em negócios que consigas compreender. Se não és capaz de explicar, de forma clara, como uma empresa gera receitas, talvez não seja a melhor opção para incluir na tua carteira.
Compreender o modelo de negócio permite avaliar melhor os riscos, a sustentabilidade e o potencial de crescimento.
Analisa os fundamentos
A análise fundamental é uma das ferramentas mais utilizadas para avaliar se uma ação está sobrevalorizada ou subvalorizada. Alguns dos principais indicadores a considerar incluem:
- Lucros e receitas da empresa;
- Margens de lucro e nível de endividamento;
- Crescimento previsto nos próximos trimestres ou anos;
- Histórico de pagamento de dividendos;
- Setor de atividade e posição no mercado.
Plataformas como o Yahoo Finance, Simply Wall Street ou até a área de análise da tua corretora oferecem estes dados de forma acessível.
E a análise técnica?
A análise técnica é outra abordagem bastante utilizada, sobretudo por investidores que acompanham o mercado com maior frequência. Em vez de analisar os dados financeiros da empresa, esta técnica baseia-se em gráficos de preços, volumes e padrões históricos, com o objetivo de antecipar movimentos futuros do mercado.
Indicadores como médias móveis, RSI ou suportes e resistências são comuns entre traders mais ativos. Embora não substitua a análise fundamental, a análise técnica pode ser útil para decidir o momento de entrada ou saída de uma posição, especialmente em horizontes de curto ou médio prazo.
Escolhe o tipo de ações conforme o teu perfil
Nem todas as ações são iguais. Aqui estão algumas categorias que deves conhecer:
- Ações value (de valor): empresas sólidas, com bons fundamentos, que podem estar temporariamente subvalorizadas. Indicadas para quem procura estabilidade e valorização a médio/longo prazo.
- Ações growth (de crescimento): empresas jovens, muitas vezes tecnológicas, com forte potencial de expansão. São mais voláteis, mas oferecem oportunidades de valorização superiores.
- Ações cíclicas: ligadas à evolução da economia (ex.: turismo, automóvel, bens de luxo). Tendem a valorizar em períodos de crescimento económico, mas sofrem mais em fases recessivas.
- Ações defensivas: pertencem a setores como saúde, alimentação ou energia. Costumam manter-se mais estáveis mesmo em períodos de crise.
Podes saber mais sobre estas categorias no nosso artigo sobre os diferentes tipo de ações.
Estratégias de investimento em ações
Abaixo apresentamos algumas das estratégias mais utilizadas, especialmente por quem está a iniciar no investimento em ações:
Buy & Hold (Comprar e manter)
Esta é uma das abordagens mais simples e amplamente adotadas: consiste em adquirir ações de empresas sólidas e mantê-las por vários anos. O objetivo é beneficiar do crescimento da empresa ao longo do tempo e, em alguns casos, do pagamento regular de dividendos.
É uma estratégia típica de investidores de longo prazo, especialmente os que seguem o estilo de “value investing”. Funciona bem com empresas que apresentam lucros consistentes, posição consolidada no mercado e uma gestão eficiente. Exige paciência, mas reduz o stress associado à monitorização constante do mercado.
DCA – Dollar Cost Averaging (investimento periódico)
Nesta estratégia, o investidor aplica um montante fixo em intervalos regulares — por exemplo, mensalmente — independentemente do preço da ação no momento.
A grande vantagem do DCA é que dilui o risco ao longo do tempo, evitando a necessidade (ou pressão) de acertar o “momento ideal” para investir. É também uma forma eficaz de criar disciplina financeira e fomentar o hábito de investir de forma consistente.
Investimento em dividendos
Outra abordagem bastante comum é investir em empresas que distribuem dividendos com regularidade, permitindo gerar rendimento passivo. Muitos investidores optam por reinvestir os dividendos, o que potencia o crescimento da carteira com base no efeito dos juros compostos.
Esta estratégia é especialmente popular entre investidores que procuram estabilidade e rendimento periódico.
Investimento em crescimento (Growth Investing)
Aqui, o foco está em identificar empresas com forte potencial de valorização futura, mesmo que ainda apresentem lucros reduzidos ou inconsistentes. São frequentemente empresas inovadoras, em fase de expansão, com modelos de negócio escaláveis — muitas delas nos setores tecnológico ou digital.
Embora possa proporcionar retornos significativos, esta abordagem também envolve maior volatilidade e risco, sendo mais adequada a perfis agressivos com horizonte de longo prazo.
Erros comuns ao comprar ações (e como evitá-los)
Investir em ações pode ser recompensador, mas também é fácil cometer erros — especialmente nos primeiros passos. Muitos investidores iniciantes entusiasmam-se com o potencial de lucro e tomam decisões sem uma base sólida. Abaixo destacamos alguns dos erros mais frequentes, e como podes evitá-los:
Deixar-se levar pelas emoções
Medo, ganância, impaciência ou entusiasmo excessivo são emoções que podem levar a decisões impulsivas. Comprar porque “está a subir” ou vender em pânico numa queda são reações típicas de quem não segue uma estratégia.
Como evitar: Define um plano de investimento e mantém-te fiel a ele, independentemente das oscilações do mercado. A disciplina e a racionalidade são os teus melhores aliados.
Querer enriquecer rapidamente
A bolsa não é um casino. Esperar duplicar o capital em pouco tempo é uma ilusão que pode sair cara. O investimento em ações deve ser encarado como uma maratona — não como um sprint.
Como evitar: Estabelece expectativas realistas. Resultados consistentes exigem tempo, paciência e uma abordagem sustentada. Desconfia de promessas de lucros rápidos ou garantidos.
Investir sem estudar
Começar a investir sem entender o funcionamento básico das ações ou sem comparar diferentes corretoras pode levar a decisões mal informadas, custos desnecessários e riscos não calculados.
Como evitar: Investe tempo em formação antes de colocares dinheiro no mercado. Conhece os instrumentos financeiros, estuda o mercado e compreende os custos associados a cada operação.
Falta de estratégia
Entrar no mercado sem plano definido é um dos erros mais comuns — e também dos mais perigosos. Comprar ações com base em conteúdos nas redes sociais ou fóruns, sem uma análise própria, raramente corre bem.
Como evitar: Define uma metodologia clara: porque estás a comprar, qual o objetivo, quando pretendes vender. Mantém coerência na tua abordagem, independentemente do “hype” do momento.
Ignorar o stop loss (ou não aceitar perdas)
Ninguém gosta de perder, mas ignorar essa possibilidade não a elimina. Um stop loss funciona como um limite pré-definido de perda numa operação — e pode evitar danos maiores.
Como evitar: Estabelece previamente o valor máximo que estás disposto a perder em cada posição. Assumir uma pequena perda a tempo é melhor do que assistir à deterioração progressiva da tua carteira.
Impostos e declaração de ganhos sobre ações
Investir em ações pode gerar lucros — e, em Portugal, esses lucros estão sujeitos a tributação. Por isso, é essencial compreender como declarar corretamente no IRS e evitar problemas com a Autoridade Tributária.
Se procuras uma explicação detalhada, recomendamos a leitura do artigo “Imposto sobre Ações Portugal – Como Declarar no IRS?”, onde encontras informação atualizada com exemplos práticos. Abaixo, deixamos um resumo dos principais pontos:
Como são tributados os ganhos com ações?
Quando vendes ações com lucro (isto é, por um valor superior ao da compra), geras uma mais-valia. Este ganho é tributado à taxa liberatória de 28%, após dedução das comissões associadas à transação (como taxas de corretagem).
Onde declarar no IRS?
Depende da corretora utilizada:
Corretoras com sede ou sucursal em Portugal (ex.: XTB):
Os dados costumam surgir automaticamente no Anexo G, Quadro 9, código G01. Ainda assim, deves verificar os valores declarados.
Corretoras estrangeiras (ex.: DEGIRO, Interactive Brokers):
Deves preencher o Anexo J, Quadro 9.2A, também com o código G01.
Posso compensar perdas?
Sim. Caso tenhas tido prejuízos com ações, podes utilizá-los para compensar lucros futuros — durante um período de até 5 anos. Esta regra permite reduzir a carga fiscal em anos seguintes.
Por isso, é importante manter o registo completo das transações e guardar comprovativos, como faturas da corretora e relatórios anuais.
FAQs
São necessários três elementos essenciais:
Conhecimento básico sobre o funcionamento dos mercados financeiros;
Conta numa corretora ou banco que permita negociar ações;
Capital disponível que não precises no curto prazo.
É também recomendável que constituas um fundo de emergência antes de iniciares qualquer investimento, de forma a cobrir imprevistos sem teres de recorrer à venda das tuas posições.
Depende da corretora. Algumas plataformas permitem começar com 10€ ou menos, graças à possibilidade de adquirir ações fracionadas. Outras podem exigir montantes superiores.
O mais importante é começares com um valor que te deixe confortável e, à medida que ganhares confiança e experiência, aumentares gradualmente o montante investido.
Para investidores iniciantes, os ETFs são uma boa opção, pois permitem obter diversificação automática com um único produto. No entanto, as ações individuais oferecem maior controlo e potencial de valorização — embora com risco acrescido.
Uma estratégia combinada, que inclua ambos, pode ser uma forma equilibrada de começar.
Existem duas formas principais de obter rendimento com ações:
Valorização do preço – comprar a um valor inferior e vender mais caro;
Dividendos – distribuição de lucros pelas empresas aos seus acionistas.
Idealmente, deves procurar ações que combinem potencial de valorização com um histórico consistente de dividendos.
Sim. Os impostos aplicam-se no momento da venda com lucro (mais-valias), independentemente de levantares ou reinvestires o valor. Os dividendos também são tributados no momento em que são pagos, mesmo que permaneçam na conta da corretora.
Opta por uma entidade regulada pela CMVM (ou por outra autoridade europeia), que ofereça:
Comissões competitivas;
Boa reputação entre os utilizadores;
Plataforma intuitiva e fiável;
Acesso aos mercados que pretendes explorar.
Podes começar por consultar a nossa lista atualizada de corretoras disponíveis em Portugal.
Lightyear: Capital em risco.
RANKIA PORTUGAL: Este artigo tem caráter exclusivamente informativo e educacional. As informações aqui contidas não constituem aconselhamento financeiro, nem recomendação de compra ou venda de quaisquer instrumentos financeiros. A rentabilidade passada não garante retornos futuros. Antes de tomar decisões de investimento, recomenda-se a consulta de um profissional devidamente habilitado.
Trading 212: Quando investe, o seu capital está em risco e poderá receber menos do que o montante investido. O desempenho passado não garante resultados futuros. Esta informação não constitui aconselhamento de investimento. Faça a sua própria pesquisa. Link patrocinado. Para receber ações fracionadas gratuitas no valor de até 100 EUR/GBP, pode abrir uma conta na Trading 212 através deste link. Aplicam-se termos e condições.
XTB:Os CFD são instrumentos complexos e apresentam um risco elevado de perda rápida de dinheiro devido à alavancagem. 69-83% das contas de pequenos investidores perdem dinheiro quando negoceiam CFDs com este fornecedor. Deve considerar se compreende o funcionamento dos CFD e se pode correr o risco elevado de perder o seu dinheiro.
Esta informação não constitui uma sugestão de investimento. Recomendamos que obtenha mais informações antes de tomar qualquer decisão
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Eu até investia, mas sou contra as comissões cobradas pelos intermediários, logo invisto fora da bolsa