Como comprar Bitcoin em Portugal: passo a passo

Em 2025, já vimos o Bitcoin ultrapassar duas vezes a barreira dos 100.000 USD (cotação em dólares). Um marco muito aguardado pela comunidade cripto, que alimenta o interesse crescente em saber como comprar Bitcoin de forma segura e legal.

Apesar dos alertas de recessão e da instabilidade nos mercados financeiros, a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais de novembro de 2024 continua a impulsionar o valor do Bitcoin. As suas promessas de desregulação do setor cripto e de uma postura mais favorável à inovação digital contribuíram para levar a criptomoeda a máximos históricos.

Por esse motivo, muitos continuam a considerar o Bitcoin um ativo de refúgio, apelidando-o de “ouro digital”. Ainda que seja cedo para o comparar diretamente ao ouro, um ativo com séculos de história, é inegável que a sua evolução continua a gerar interesse — seja para investir, seja apenas para acompanhar.

Neste guia, explicamos onde comprar Bitcoin em Portugal, como fazê-lo com segurança, quais são as exchanges mais utilizadas em Portugal, que carteira de criptomoedas escolher para guardar os seus ativos, e como lidar com as taxas e impostos aplicáveis ao Bitcoin em Portugal.

Este artigo é meramente informativo e educacional. As informações fornecidas aqui não podem ser consideradas como aconselhamento financeiro ou recomendação de compra / venda.

O que é o Bitcoin (BTC)?

O Bitcoin é a criptomoeda mais antiga que existe. Foi criada em 2008 por Satoshi Nakamoto, o pseudónimo de alguém cuja identidade real é desconhecida. O objectivo era criar um sistema de pagamento alternativo à moeda fiduciária ou tradicional que fosse completamente descentralizado, ou seja, não dependente de nenhum banco central.

Desta forma, a criptomoeda caracteriza-se por ser um ativo finito, com uma oferta total e inelástica que chegará aos 21.000.000 de unidades de Bitcoin, das quais cerca de 91% já foram emitidas (ou mineradas). Assim, o facto de se tratar de um ativo com oferta limitada, conhecida e inelástica é o que lhe confere valor.

E precisamente para facilitar a sua aquisição, cada Bitcoin (como unidade de conta) está subdividido em 100 milhões de satoshis — algo semelhante aos cêntimos de cada unidade de Bitcoin — o que permite comprar Bitcoin em Portugal a partir de apenas 10 ou 15 euros. Por exemplo, assumindo um preço de 100.000€/Bitcoin, com 10 euros seria possível adquirir 10.000 satoshis, ou seja, o equivalente a 0,0001 BTC.

Esta criptomoeda assenta na tecnologia blockchain, ou cadeia de blocos, que funciona como um livro-razão digital onde ficam registadas todas as transações efetuadas com Bitcoin. Quando se atinge um número determinado de transações, estas formam um bloco, que é ligado ao seguinte, garantindo assim a segurança e integridade da rede.

Mas, se o seu objetivo for mais especulativo do que de investimento a longo prazo, consulte também o nosso guia sobre trading com criptomoedas.

Como investir em Bitcoin: 4 formas possíveis

Não existe uma única forma de investir em Bitcoin. É possível obter rentabilidade com esta criptomoeda através de diversas estratégias. A partir de Portugal, as alternativas são as seguintes:

1. Comprar Bitcoin directamente

A forma mais simples e direta consiste em comprar Bitcoin e armazená-lo numa carteira de criptomoedas segura, com a expectativa de valorização ao longo do tempo.

Se se pergunta onde comprar Bitcoin em Portugal, terá de o fazer através de uma exchange. Eis alguns exemplos:

• Kraken
• Binance
• Bit2me
• Coinbase

A principal vantagem de comprar diretamente, em vez de recorrer a produtos financeiros mais complexos, é que fica com a titularidade real do ativo. Além disso, algumas plataformas permitem programar compras recorrentes de Bitcoin, o que facilita o investimento a longo prazo e a média de preço de aquisição.

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* Não constitui aconselhamento de investimentos. A compra e venda de criptomoedas é disponibilizada pela Payward Europe Solutions Limited (sob a denominação comercial Kraken), entidade regulamentada pelo Banco Central da Irlanda.

* Para mais informações e condições aplicáveis, consulte: https://www.kraken.com/legal/disclosures

2. Ações, ETPs e fundos de investimento em Bitcoin

Se prefere uma exposição indireta, sem necessidade de guardar os seus próprios ativos (evitando riscos como perdas ou roubos), pode considerar os ETPs ou os fundos de investimento em Bitcoin.

Os ETP (Exchange Traded Products) são produtos negociados em bolsa que replicam o comportamento de um ativo, como o Bitcoin. Dependendo da estrutura, podem ser denominados ETF, ETC ou ETN.

Já os fundos de investimento reúnem capital de vários investidores, sendo geridos por um profissional. Existem fundos de criptomoedas (com várias moedas digitais) e também fundos tecnológicos com exposição ao Bitcoin.

Além disso, há empresas cotadas em bolsa, como a MicroStrategy (MSTR), cujo modelo de negócio está fortemente ligado à cotação do Bitcoin. Investir nas ações dessa empresa significa, de certa forma, estar exposto ao desempenho da criptomoeda. Mas deixamos uma questão para reflexão: até que ponto faz sentido comprar ações da MicroStrategy como forma de investir em Bitcoin?

3. Mineração de Bitcoin

A mineração de Bitcoin é uma das formas mais antigas de obter retorno através desta criptomoeda, consistindo na validação de transações e geração de novos Bitcoins em troca de uma recompensa.

Para minerar, é necessário um computador de alta performance. Os chamados “nós” (nodes) são os equipamentos que mantêm a rede a funcionar e evitam falhas no sistema.

Contudo, mais de 19 milhões de Bitcoins já foram minerados (de um total previsto de 21 milhões até cerca de 2140), e atualmente as recompensas são bastante reduzidas. Os tempos de mineração lucrativa para pequenos investidores ficaram para trás. Hoje, esta atividade está praticamente limitada a duas ou três grandes empresas globais, que conseguiram reduzir custos através de escala industrial.

4. Futuros de Bitcoin

Do lado mais especulativo, os futuros são outro tipo de derivados financeiros, que consistem num acordo de compra e venda com data futura. Por exemplo, se o investidor acredita que o preço do Bitcoin vai subir nos próximos meses, pode bloquear o preço atual para executar a operação daqui a três meses.

Os futuros de Bitcoin oferecem uma forma de exposição sem necessidade de guardar o ativo, mas envolvem risco elevado, já que permitem operar com alavancagem. Por isso, são mais indicados para perfis com experiência e tolerância à volatilidade.

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Onde e como comprar Bitcoin em Portugal

Se é principiante e está prestes a fazer a sua primeira compra de Bitcoin, o mais sensato será não arriscar grandes valores antes de compreender melhor o funcionamento da criptomoeda, a sua filosofia e os seus ciclos de valorização. Num ano, o Bitcoin pode valorizar mais de 200%, mas também pode cair 60% no seguinte.

Por isso, o ideal é avançar passo a passo. Abaixo, apresentamos uma alternativa para comprar Bitcoin com pouco dinheiro, a partir de apenas 10 euros.

Trade Republic

A Trade Republic é um neobanco e fintech europeia que funciona como uma plataforma integrada de investimento. Conta com licença bancária supervisionada pelo BCE.

Além de ações, ETFs, obrigações e conta remunerada, a corretora passou a oferecer um conjunto completo de serviços ligados a criptomoedas, através da sua nova Crypto Wallet.

A grande vantagem é a simplicidade: permite comprar Bitcoin desde 10 euros em apenas três cliques, através de uma app intuitiva, com funcionalidades como:

• Filtros por categorias para navegar entre dezenas de criptomoedas
• Criação de planos de investimento recorrentes
• Acesso direto a Bitcoin real (não CFDs)

Com a nova Crypto Wallet, a Trade Republic permite enviar e receber criptomoedas, fazer staking de ativos como ETH ou SOL, e até pagar com Bitcoin ou Ethereum através do seu cartão. Ao gastar com cripto, é possível receber até 2% de retorno (Saveback), reinvestido automaticamente num plano ativo.

Características da Trade Republic

• Regulação: Licença bancária do BCE + registo no Banco de Espanha
• Bitcoin real: Sim
• Outras criptomoedas: +50 disponíveis
• Comissões: Desde 1€ por operação (atenção ao spread)
• Serviços adicionais: Ações, ETFs, obrigações, private equity, conta remunerada.

Kraken

O catálogo da Kraken inclui mais de 560 criptoativos listados (Bitcoin, Ethereum, BNB, Solana, Cardano, memecoins, entre outros). Ao contrário de algumas corretoras que apenas negociam derivados, aqui compra-se o ativo real, que pode ser transferido sem custos da wallet interna para qualquer wallet externa (software ou hardware compatível).

Como é habitual num exchange profissional, estão disponíveis várias funcionalidades:

• Interface de compra e venda simples + Kraken Pro com gráficos avançados e dezenas de indicadores técnicos
• Programas de staking com mais de 20 altcoins (até 20% APY)
• Livro de ordens com profundidade de mercado em tempo real
• Notícias e atualizações sobre os projetos listados

* Não constitui aconselhamento de investimentos. A compra e venda de criptomoedas é disponibilizada pela Payward Europe Solutions Limited (sob a denominação comercial Kraken), entidade regulamentada pelo Banco Central da Irlanda.

* Para mais informações e condições aplicáveis, consulte: https://www.kraken.com/legal/disclosures

Características da Kraken

• Regulação: Licença MiCA para operar em toda a UE. Supervisão do Banco Central da Irlanda. Auditorias Proof of Reserves trimestrais, com rácio de cobertura 1:1 dos fundos dos clientes
• Bitcoin real: Sim, com possibilidade de retirada para wallet externa
• Comissões:
  • Kraken Pro (para volumes de transações acumulados a cada 30 dias):
    • Entre 0 e 10.000 USD: 0,25% (maker) e 0,40% (taker)
    • Entre 10.001 e 50.000 USD: 0,20% (maker) e 0,35% (taker)
    • Entre 50.001 e 100.000 USD: 0,14% (maker) e 0,24% (taker)
  • Kraken standard: comissão fixa de 1% por operação
• Outras criptomoedas:
  • +560 ativos listados
  • Ações tokenizadas: +60 ações do S&P 500 disponíveis em formato tokenizado

* Não constitui aconselhamento de investimentos. A compra e venda de criptomoedas é disponibilizada pela Payward Europe Solutions Limited (sob a denominação comercial Kraken), entidade regulamentada pelo Banco Central da Irlanda.

* Para mais informações e condições aplicáveis, consulte: https://www.kraken.com/legal/disclosures

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Passo a passo para comprar Bitcoin (BTC) em 2025

Depois de escolher a plataforma onde pretende comprar Bitcoin (por exemplo, a Kraken, uma exchange regulada na UE ao abrigo da licença MiCA), o passo seguinte é realizar a sua primeira compra. Para facilitar, preparámos um guia simples com base na interface real da plataforma.

Passo 1 — Procurar “Bitcoin” na plataforma

Na área principal da Kraken, clique na barra de pesquisa e escreva “Bitcoin”.

A criptomoeda aparecerá no topo da lista.

Selecione BTC para aceder à página do ativo.

Passo 2 — Indicar o montante que pretende investir

No ecrã de compra, introduza o valor em euros (ex.: 30 €).

A Kraken mostrará automaticamente a quantidade aproximada de BTC que irá receber.

Pode escolher valores predefinidos (20 €, 50 €, 100 €) ou inserir um montante manualmente.

* Não constitui aconselhamento de investimentos. A compra e venda de criptomoedas é disponibilizada pela Payward Europe Solutions Limited (sob a denominação comercial Kraken), entidade regulamentada pelo Banco Central da Irlanda.

* Para mais informações e condições aplicáveis, consulte: https://www.kraken.com/legal/disclosures

Passo 3 — Ativar compras recorrentes (opcional)

Se pretender automatizar o investimento, pode ativar a opção “Repetir”.

Escolha a frequência:

• Diariamente
• Semanalmente
• Quinzenalmente
• Mensalmente

Esta funcionalidade ajuda a manter uma estratégia disciplinada, independentemente das oscilações do mercado.

Passo 4 — Rever a ordem antes de confirmar

A plataforma apresentará um resumo final com:

• Montante a investir
• Quantidade estimada de BTC
• Comissão aplicada
• Método de pagamento

Se estiver tudo correto, clique em “Revisar” e finalize a compra.

* Não constitui aconselhamento de investimentos. A compra e venda de criptomoedas é disponibilizada pela Payward Europe Solutions Limited (sob a denominação comercial Kraken), entidade regulamentada pelo Banco Central da Irlanda.

* Para mais informações e condições aplicáveis, consulte: https://www.kraken.com/legal/disclosures

Porquê investir em Bitcoin em 2025?

Existem diversos fatores que explicam o interesse contínuo em adquirir Bitcoin. Não é por acaso que, como já mencionámos, o valor da bitcoin subiu mais de 60% até agora este ano.

Vejamos as razões mais fundamentais:

• É escassa.
• É durável.
• É imune à inflação.
• É difícil de falsificar.
• Não está sujeita a qualquer tipo de política governamental.
• É armazenável.
• É aceite como meio de pagamento.

De facto, tem várias semelhanças com o metal amarelo, razão pela qual é interessante investir nele. De facto, a Bitcoin é chamada de “ouro digital” ou “ouro 2.0”.

E, caso esteja a ponderar entre esta criptomoeda e a sua principal concorrente, veja a análise completa no nosso próximo artigo: “Bitcoin (BTC) vs Ethereum (ETH): Qual a melhor criptomoeda?

E agora as razões mais conjunturais para este ano:

Donald Trump vence as eleições nos EUA

Vários fatores contribuíram para que o Bitcoin atingisse novos máximos, mas, se fosse necessário destacar um acima dos demais, seria a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA. Este evento atuou como um catalisador por duas razões principais:

1. Criação de um fundo estratégico de reserva em Bitcoin
   Trump propôs estabelecer um fundo soberano em Bitcoin, o que significa que o Governo Federal dos EUA passaria a adquirir diretamente esta criptomoeda. Tal movimento aumentaria de forma expressiva a procura institucional por Bitcoin, impulsionando o seu preço devido à oferta limitada. Além disso, a entrada de um participante tão relevante como o governo norte-americano reforçaria a confiança de outros investidores.
   Não são poucos os políticos republicanos que já manifestaram total apoio a esta ideia, como é o caso da senadora republicana por Wyoming, Cynthia Lummis.

Tweet em apoio à criação de um fundo soberano de Bitcoin nos EUA.

2. Atitude favorável e desregulação do setor cripto
   Trump também prometeu manter uma postura amigável em relação às criptomoedas, promovendo a desregulação do setor. Esta abordagem inclui facilitar o desenvolvimento de produtos financeiros baseados em Bitcoin e incentivar a criação de hubs cripto em determinadas regiões dos EUA, atraindo inovação e capital para o ecossistema.

Adoção institucional

Muitas grandes empresas e fundos decidiram investir em Bitcoin e mantê-la como reserva dos seus próprios activos. A aposta de dinheiro institucional na moeda digital significa que os grandes investidores apreciam o seu potencial futuro, o que a torna bastante interessante.

Algumas das grandes empresas que apostaram na criptomoeda são:

• Microstrategy: a empresa possui aproximadamente 0,54% de todo o Bitcoin, e obteve grandes lucros devido ao seu investimento inicial. O Bitcoin faz parte do seu capital, o que mostra que tem confiança na criptomoeda a longo prazo.
  • Reservas: Detém cerca de 175.000 BTCs

• Tesla: A relação de Elon Musk com as criptomoedas teve os seus altos e baixos, até porque as palavras do CEO nem sempre podem ser levadas a sério. No entanto, ele não apenas falou bem do bitcoin, mas também levantou a possibilidade de aceitá-lo como pagamento por seus veículos elétricos.
  • Reservas: A partir de hoje, ele tem cerca de 4.200 BTCs.

• Marathon Digital: É uma empresa dedicada exclusivamente à mineração de criptomoedas, o que faz com que ela disponha de cada vez mais, devido à própria recompensa por realizar a mineração. Atualmente, aumentou seus centros de mineração de dados para acumular mais bitcoins – via recompensas – antes da chegada do halving em abril de 2024.
  • Reservas: Possui reservas de 13.286 BTCs.

ETF de Bitcoin

No entanto, a adoção institucional do criptoativo foi um ponto e uma parte da adoção institucional da criptomoeda. ETFs spot de Bitcoin pelos principais gestores de fundos do mundo, onde, atualmente, a posição de liderança é da BlackRock.

Desta forma, um ETF spot seria apoiado por centenas de milhares de bitcoins reais armazenados nas reservas dos principais gestores de fundos, que drenariam bitcoins das bolsas de compra habituais, aumentando a pressão de compra e, por conseguinte, o preço do ETF.

Halving de Bitcoin

O Halving de Bitcoin é um evento programado que reduz para metade a recompensa que os mineiros recebem por validar e adicionar novas transacções à cadeia de blocos Bitcoin. Este evento ocorre aproximadamente a cada quatro anos ou após 210.000 blocos terem sido minerados. O objetivo do halving é controlar a inflação da Bitcoin, limitando a oferta de novas bitcoins que entram em circulação. Ao reduzir as recompensas para os mineiros, o halving diminui a taxa de geração de novas bitcoins, tornando a moeda mais escassa e potencialmente mais valiosa a longo prazo.

O que aconteceu à Bitcoin após cada Halving?? | Fonte: beincrypto.com

O halving tem implicações significativas tanto para os mineiros como para o mercado da Bitcoin em geral. Para os mineiros, a redução para metade pode ter impacto na rentabilidade da exploração mineira, uma vez que reduz os ganhos directos da validação de blocos. No mercado, a redução para metade é vista por muitos como um evento que pode aumentar o preço da Bitcoin devido à redução da taxa de emissão e à perceção de uma maior escassez. Historicamente, as reduções para metade precederam períodos de aumento dos preços da Bitcoin, embora o impacto exato possa variar devido a uma multiplicidade de factores económicos e de mercado. 

Maior consciência e aceitação

Há alguns anos, teria sido impensável para qualquer empresa considerar o Bitcoin como moeda de pagamento. No entanto, a aceitação social está a crescer e muitas pequenas empresas já a recebem como pagamento.

E não só elas, pois a economia das redes sociais e a criação de conteúdos também estão intimamente ligadas às criptomoedas. Muitos influencers aceitam pagamentos de campanhas desta forma, uma vez que as transacções são registadas na cadeia de blocos, dando-lhes transparência e segurança.

E apesar dos escândalos com certas exchanges, a sua ascensão deixou claro que há muitos que confiam neste activo a longo prazo.

Oferta predefinida

O Bitcoin é finito, e deixará de ser minerado quando atingir 21 milhões de unidades. Esta característica confere-lhe um grande valor, pois a sua oferta é limitada, pelo que, enquanto a procura for elevada, o preço também se manterá alto, um comportamento que se prevê semelhante ao do ouro.

Início do ciclo de descida das taxas de juro

Depois de dois anos a conviver com taxas de juro nos níveis mais elevados desde a década de 80 — entre 5,25% e 5,5% —, iniciou-se finalmente o ciclo de descidas. E com um início significativo: 100 pontos base em apenas dois meses. Melhor ainda, já se antecipam mais duas reduções de 25 pontos base ao longo de 2025, sendo que a primeira ocorreu em setembro desse ano.

No entanto, existe o risco de que esse cenário não se concretize, especialmente após a vitória de Donald Trump e as suas promessas de desencadear um novo boom económico, com medidas de desregulação e cortes fiscais que podem provocar, de forma conjuntural, novos episódios de inflação. Por isso, será essencial acompanhar de perto a próxima reunião da Reserva Federal (FED) e analisar os sinais que esta poderá dar sobre uma eventual mudança de rumo na sua política monetária.

Inflação nos EUA – Fonte: Trading Economics

Uma política de cortes de juros mais prolongada poderá, claramente, beneficiar o Bitcoin, já que o acesso a liquidez seria facilitado, permitindo aos investidores dispor de mais capital para adquirir criptomoedas. Por esse motivo, muitos estão a investir agora com a expectativa de que a procura aumente e o preço suba.

 Não constitui aconselhamento de investimentos. A compra e venda de criptomoedas é disponibilizada pela Payward Europe Solutions Limited (sob a denominação comercial Kraken), entidade regulamentada pelo Banco Central da Irlanda.

* Para mais informações e condições aplicáveis, consulte: https://www.kraken.com/legal/disclosures

O Bitcoin conseguirá manter-se acima dos 100.000 USD em 2025?

Depois de ter ultrapassado a barreira histórica dos 100.000 dólares por unidade no final de 2024, impulsionado pela vitória de Donald Trump, o Bitcoin entrou num período de incerteza. A criptomoeda atingiu o novo mínimo do ciclo atual nos 76.000 USD, movimentando-se desde então dentro de um canal lateral ao longo de grande parte de 2025:

• Suporte: cerca de 76.000 USD
• Resistência: cerca de 110.000 USD

A grande questão é: o Bitcoin conseguirá manter-se acima dos 100.000 dólares durante 2025?

É difícil prever se a criptomoeda voltará ou não aos cinco dígitos, uma vez que a cotação atual está próxima do máximo histórico de 125.000 USD registado em junho de 2025. O primeiro objetivo será, portanto, manter-se acima do patamar psicológico dos 100.000 USD.

Com base nestes três fatores, alguns analistas consideram menos provável uma queda acentuada,. A ideia de quedas de 70% ou mais, comuns em ciclos anteriores, torna-se mais difícil de imaginar na atual fase de entrada de capital institucional.

Embora um pequeno recuo abaixo dos 100.000 USD ainda possa ocorrer pontualmente, espera-se que a recuperação seja rápida. Tudo indica que os chamados “invernos cripto”, pelo menos no caso do Bitcoin, ficaram para trás.

Como guardar o seu Bitcoin com segurança

Como referimos anteriormente, o Bitcoin — por ser uma moeda digital e não física — é armazenado numa wallet ou carteira eletrónica. Esta pode ser “fria” ou “quente”, consoante esteja ligada à internet (online) ou não (offline).

Mais uma vez, é fundamental verificar cuidadosamente as informações sobre a exchange onde pretende comprar Bitcoin. Para ilustrar os riscos de utilizar uma plataforma com regulamentação pouco clara, basta recordar o caso da falência da FTX, que resultou em perdas significativas para muitos investidores.

Para evitar situações semelhantes, existem duas principais opções de armazenamento de criptomoedas:

• Hot wallets ou carteiras quentes: são carteiras online, às quais se acede com uma palavra-passe. A principal vantagem é a comodidade, permitindo o acesso a partir de qualquer dispositivo — ideal para quem faz transações frequentes. A desvantagem é que estão mais expostas a ataques informáticos.
• Cold wallets ou carteiras frias: armazenam as criptomoedas offline, ou seja, fora da internet. Podem ser dispositivos físicos (como uma pen USB), software de secretária, ou até um simples código QR impresso. São mais seguras contra hackers, mas geralmente têm um custo mais elevado do que as carteiras quentes.

Custos, taxas e impostos a considerar em Portugal

Depende do tempo durante o qual mantiveste o Bitcoin:

• Menos de 365 dias: se venderes um criptoativo que detiveste por menos de um ano, pagas imposto sobre as mais-valias — geralmente à taxa de 28%.
• Mais de 365 dias: se venderes um criptoativo após mais de um ano de detenção, o ganho fica isento de IRS, desde que a operação ocorra dentro da UE/EEE ou em países com acordo de troca de informações fiscais.
• Trocas cripto-cripto (ex.: BTC → USDC): não geram imposto imediato — o IRS só é aplicado quando converteres os ativos para euros.
• Staking, mineração ou rendimentos recebidos em cripto: são tributados no momento da receção como rendimento.

👉 Queres saber como declarar corretamente no IRS? Consulta o nosso guia completo: Como declarar criptomoedas em Portugal.

Vale a pena investir em Bitcoin? (Opiniões e riscos)

Desde o seu lançamento em 2009 até ao seu ponto mais alto, o Bitcoin acumulou uma valorização de vários milhões por cento (superior a 10.000.000% se considerarmos os primeiros preços de troca). Isso faz dele, de longe, um dos ativos mais rentáveis do século XXI.

No entanto, olhando para o futuro, é improvável que mantenha o mesmo ritmo de crescimento exponencial. Ainda assim, o facto de não poder crescer à mesma velocidade, não significa que não possa continuar a valorizar, de forma mais gradual. A sua evolução enquanto ativo de risco está particularmente ligada a dois fatores:

1. A descida das taxas de juro

Em contextos de política monetária expansionista, os investidores tendem a assumir mais risco em busca de maior rentabilidade. Aliás, basta observar os gráficos históricos para notar que, sempre que as taxas de juro começaram a descer ou a estabilizar, o Bitcoin teve um novo impulso no longo prazo.

Existe uma forte correlação inversa entre o nível das taxas de juro e a evolução do preço do Bitcoin.

2. A eventual desregulamentação do mercado cripto

Governos ou administrações, como a de Donald Trump, poderão adotar políticas mais flexíveis no setor das criptomoedas, o que poderia estimular tanto o investimento institucional como uma adoção mais generalizada do Bitcoin.

Além disso, o crescente interesse do capital institucional — incluindo fundos soberanos, como aquele que Trump prometeu criar — ajuda a reforçar a perceção de que o Bitcoin possui “valor intrínseco”, o que pode sustentar uma valorização contínua a longo prazo, ainda que mais moderada.

No fundo, o seu verdadeiro valor reside na ideia de representar uma forma de dinheiro real, fora do controlo direto dos bancos centrais e de outras entidades governamentais.

No que toca à segurança, é verdade que pode haver riscos, mas existem soluções robustas, como carteiras frias (cold wallets) ou carteiras quentes (hot wallets), desenhadas para evitar acessos indevidos ou ataques informáticos.

Por fim, como já mencionado, o Bitcoin é um ativo finito e tem demonstrado resiliência em momentos de elevada incerteza nos mercados. Por isso, não é de excluir que venha a consolidar-se como uma alternativa digital ao ouro.

Riscos a considerar

Como acontece com qualquer outro ativo — especialmente os de maior risco, como o Bitcoin — é claro que existem perigos. Os dois maiores riscos ao comprar Bitcoin são:

• Investir seguindo pseudo gurus financeiros com promessas de ganhos fáceis.
• Comprar Bitcoin através de exchanges com reputação duvidosa e pouca transparência.

Existe ainda um terceiro risco, menos provável a curto prazo, que seria uma perda generalizada de confiança na criptomoeda, o que poderia afetar severamente o seu valor.

Outro grande risco… somos nós próprios. Se olharmos para o Bitcoin como um ativo puramente especulativo de curto prazo (como fazem muitos investidores) e acabarmos por comprar durante um pico de mercado, poderemos entrar em pânico quando surgir um novo “criptoinverno” com quedas de 60% ou mais.

Sem compreender os ciclos históricos da Bitcoin — que se repetem após cada halving — é fácil vender com prejuízo por medo de “perder tudo”. Contudo, quem estuda a história do ativo sabe que estas correções fazem parte do seu comportamento natural e podem até ser oportunidades para reforçar a posição (desde que se invista com responsabilidade e visão de longo prazo).

É por isso que ver o Bitcoin como um investimento de longo prazo, tal como acontece com certos índices bolsistas, ajuda a diluir os riscos.

E por falar nisso, conheces a filosofia HODL? Descobre no artigo que te recomendamos como um erro ortográfico deu origem a um movimento que marcou o mundo das criptomoedas.

Ainda que seja difícil imaginar que o Bitcoin repita os mesmos níveis históricos de rentabilidade, a confiança crescente por parte de investidores institucionais, governos e fundos indica que poderá continuar a ser um ativo relevante numa carteira diversificada.

Claro que não está isento de riscos — por isso, é essencial informar-se bem antes de investir, e idealmente procurar aconselhamento financeiro profissional.

E tu, o que achas? Consideras o Bitcoin apenas um ativo especulativo, ou vês nele um ativo real com potencial a longo prazo?