Como investir na Agricultura: fundos, ETFs, ações e futuros
Após a subida dos preços durante a presente década na maioria dos cereais essenciais para a alimentação humana, a agricultura voltou a estar no centro das atenções. No entanto, depois dos recuos registados nos últimos dois anos, será que ainda existem oportunidades no sector ou os preços dos alimentos continuarão a descer?
Do ponto de vista de um investidor, não podemos ignorar estes movimentos. Por isso, neste artigo apresento-lhe todas as formas existentes de investir na agricultura de forma indireta.
Este artigo não deve ser considerado aconselhamento de investimento. É meramente informativo e educacional.
Porque investir na agricultura?
Antes de analisarmos as diferentes possibilidades, vejamos algumas razões que explicam a importância da agricultura no desenvolvimento da economia global.
O papel da agricultura na economia mundial
A agricultura, para além de garantir o abastecimento alimentar, sustenta diversas indústrias como a pecuária, os alimentos processados, os biocombustíveis, a cosmética e até o sector farmacêutico.
Não é por acaso que representa entre 3% e 4% do PIB mundial. A sua importância real é muito maior, já que constitui a base de várias cadeias de valor que dependem, direta ou indiretamente, das colheitas.

Evolução do PIB da agricultura na economia mundial | Fonte: World Bank Group
A agricultura também desempenha um papel fundamental no emprego. Nas economias emergentes, pode representar mais de 25% do total de postos de trabalho, continuando a ser uma fonte essencial de rendimento para milhões de famílias em todo o mundo.
Em consequência, trata-se de um sector estratégico para a estabilidade global. Os preços dos alimentos influenciam a inflação, a balança comercial dos países e a segurança alimentar de milhões de pessoas. Por essa razão, os governos alocam recursos significativos a subsídios, investigação e regulamentação, com o objetivo de garantir um fornecimento estável.
Um setor defensivo e antifrágil
A agricultura é frequentemente considerada um ativo defensivo porque responde a uma necessidade básica: alimentar a população.
Independentemente do que aconteça na economia, a procura por alimentos não desaparece. Em períodos de recessão ou desaceleração económica, muitos setores cíclicos sofrem (como o luxo, a indústria automóvel ou o turismo), enquanto o consumo de produtos agrícolas tende a manter-se mais estável. Essa estabilidade confere resiliência às empresas e ativos ligados ao setor agrícola.
É por isso que as maiores crises não são apenas financeiras, mas sim alimentares. São aquelas em que, devido a guerras ou catástrofes naturais, os recursos agrícolas de regiões inteiras são destruídos. Algo semelhante aconteceu no Sri Lanka em 2021, o que levou ao deslocamento de milhões de pessoas em poucas semanas e culminou na queda do governo em 2022.
Para além disso, a agricultura tem um forte componente inflacionista. Quando os preços na economia sobem, uma parte significativa dessa inflação é frequentemente impulsionada pelos alimentos e matérias-primas agrícolas. Para o investidor, isto significa que ter exposição à agricultura (através de matérias-primas, ETFs ou empresas do setor) pode ajudar a proteger o poder de compra do portefólio. Se a inflação impulsiona o preço do trigo, do milho ou da soja, os ativos ligados a esses produtos tendem a beneficiar.
Que tipos de agricultura existem?
A agricultura pode ser classificada de várias formas. No entanto, do ponto de vista económico e de investimento, destacam-se três grandes modelos, cada um com dinâmicas produtivas e necessidades de capital bastante distintas:
- Agricultura intensiva
- Definição: Visa maximizar a produção numa área relativamente reduzida, com recurso intensivo a insumos como fertilizantes, sistemas de rega, maquinaria, pesticidas e sementes de alto rendimento.
- Exemplos típicos: Hortícolas, estufas e explorações agrícolas altamente tecnificadas.
- Relevância para o investidor: Está geralmente associada a empresas de fertilizantes, maquinaria agrícola, sementes geneticamente modificadas e produtores especializados de alto rendimento.
- Agricultura extensiva
- Definição: Assenta em grandes áreas de cultivo, com menor utilização de insumos por hectare. A produtividade por unidade de terra é inferior, mas permite uma produção mais natural e com menor custo operacional.
- Exemplos típicos: Culturas de cereais como trigo, milho ou cevada, bem como pastagens para gado.
- Relevância para o investidor: Este modelo é comum em grandes explorações agrícolas, sociedades de investimento em terrenos agrícolas (farmland REITs), matérias-primas agrícolas e empresas cerealistas.
- Agricultura tecnológica (Agrotech)
- Definição: Modelo mais recente e em forte crescimento, baseado na aplicação de tecnologia, dados e automatização à produção agrícola, com o objetivo de aumentar a eficiência e reduzir custos.
- Exemplos típicos: Agricultura de precisão, sensores, drones, biotecnologia e agricultura vertical.
- Relevância para o investidor: Relaciona-se com ETFs de Agrotech, empresas de maquinaria avançada, biotecnologia agrícola, fertilizantes inteligentes ou startups de agricultura vertical.
Qual é o principal índice e bolsa agrícola?
Ao investir em agricultura através dos mercados financeiros, um dos principais pontos de referência é o S&P Global Agribusiness Equity Index, frequentemente abreviado para S&P Global Agribusiness Index.

Este índice inclui empresas líderes a nível mundial ligadas à cadeia de valor agrícola – desde produtores de fertilizantes, sementes e maquinaria agrícola, até transformadoras e distribuidoras de alimentos. Ou seja, vai muito além do agricultor tradicional e cobre todo o ecossistema do setor agroalimentar.
Principais características:
- Método: Ponderado por capitalização bolsista modificada
- Data de lançamento: 2008
- Número de componentes: 24
- Diversificação geográfica:
- Estados Unidos: ~50–51%
- Japão: ~11–12%
- Canadá e Noruega: ~6–7% cada
Este índice pode ser replicado através de diversos ETFs agrícolas (que serão apresentados nas próximas secções).
Outros índices relevantes:
- S&P Commodity Producers Agribusiness Index NR USD: inclui 98 empresas produtoras ligadas ao setor agrícola.
Como investir na agricultura?
Nos mercados financeiros, é possível obter exposição ao setor agrícola através de diversas vias de investimento:
- Ações e ETFs
- Fundos de investimento
- Futuros de matérias-primas agrícolas
- Outros instrumentos derivados
Ações de empresas ligadas à agricultura
Se pretender investir diretamente, pode analisar empresas específicas do setor agrícola. Tomando como referência o índice S&P Global Agribusiness, estas são algumas das principais empresas incluídas no ETF que o replica:
| Empresa | ISIN | Atividade |
| John Deere (DE) | US2441991054 | Maquinaria agrícola e tecnologia de precisão (tratores, ceifeiras-debulhadoras, etc.). |
| Archer Daniels Midland (ADM) | US0394831020 | Originação, transformação e comercialização de matérias-primas agrícolas (grãos, óleos, rações). |
| Nutrien Ltd (NTR.TO) | CA67077M1086 | Produção e distribuição de fertilizantes (potássio, azoto, fosfatos) e fornecimento de insumos agrícolas. |
| Kubota Corp (6326.T) | JP3266400005 | Fabrico de maquinaria agrícola (especialização em equipamentos para arrozais e tratores). |
| Nufarm Ltd (NUF.AX) | AU000000NUF3 | Produção de produtos para proteção de culturas (herbicidas, fungicidas e inseticidas). |
| Tyson Foods Inc (TSN) | US902494BK88 | Processamento e distribuição de proteínas animais (frango, bovino, suíno) e produtos alimentares derivados. |
| CF Industries Holdings (CF) | US1252691001 | Produção de fertilizantes azotados (amónia, ureia, UAN) e soluções de nutrição para culturas agrícolas. |
Se estiver a considerar investir em ações relacionadas com a agricultura, poderá fazê-lo através de corretoras online que permitem negociar em bolsa. Existem várias plataformas disponíveis no mercado português e europeu, que dão acesso a ações internacionais, ETFs e outros produtos financeiros relacionados com o setor agrícola.
* Ao investir, o seu capital está em risco. Se ativar a opção de juros, o seu dinheiro será mantido em fundos do mercado monetário elegíveis e em bancos. Caso contrário, será mantido apenas em bancos. Os juros aplicam-se ao saldo em numerário numa conta de investimento. Aplicam-se termos e condições.
* Link patrocinado. Para receber ações fracionadas gratuitas no valor de até 100 EUR/GBP, pode abrir uma conta na Trading 212 através deste link. Aplicam-se termos e condições.
ETFs de Agricultura
Os ETFs são, provavelmente, uma das formas mais eficientes de obter exposição ao setor agrícola. Permitem reduzir a volatilidade, não exigem acompanhamento constante e são mais económicos em termos de custos comparativamente a outros instrumentos.
Um dos exemplos mais relevantes é o iShares Agribusiness UCITS ETF USD (Acc) (IE00B6R52143). Este ETF investe em empresas ligadas ao negócio agrícola: produtores de fertilizantes, empresas de comercialização de matérias-primas, fabricantes de maquinaria agrícola, transformadoras de alimentos, entre outras.
O objetivo é replicar o índice S&P Commodity Producers Agribusiness Index, que agrega as maiores empresas cotadas do setor agroalimentar em mercados desenvolvidos e emergentes.
Características do ETF
- Nome do fundo: iShares Agribusiness UCITS ETF USD (Acc)
- Rentabilidade a 3 anos: -13%
- Distribuição de dividendos: Não (fundo de acumulação)
- TER (Taxa de Despesas Totais): 0,55%
- Volatilidade (1 ano): +14,31%
Este ETF apresenta alguma concentração, dado que as 10 maiores posições (incluindo algumas das empresas mencionadas anteriormente) representam mais de 50% do peso total, embora o fundo inclua cerca de 100 ações no total.
Diversificação temática e geográfica
Este instrumento é particularmente interessante do ponto de vista da diversificação, pois cobre toda a cadeia de valor agrícola industrial – desde fertilizantes e sementes, passando por maquinaria agrícola, até ao processamento e distribuição de alimentos.
A nível geográfico, à semelhança do S&P Global Agribusiness Equity Index, os países com maior peso são:
- Estados Unidos (~50%)
- Japão (~10%)
- Noruega
Rentabilidade e contexto atual
Nos últimos 3 anos, a rentabilidade do ETF foi ligeiramente negativa, o que se explica pela queda dos preços das chamadas matérias-primas agrícolas “brandas” (como café, cacau, trigo ou milho). No entanto, dada a ciclicidade deste mercado, este poderá ser um momento favorável para considerar uma entrada.
Outras opções de ETFs agrícolas
Para além do ETF acima mencionado, existem outras opções interessantes que se focam em segmentos específicos da cadeia de valor agroalimentar.
- Rize Sustainable Future of Food (FOGB):
- ISIN: IE00BLRPQH31
- Foca-se em empresas que promovem uma produção alimentar mais sustentável e redução do impacto ambiental.
- Global X AgTech & Food Innovation (KROG)
- ISIN: IE000EBFYWX3
- Centra-se em empresas que impulsionam a inovação em maquinaria inteligente, agricultura de precisão, automação, sensores e biotecnologia.
A seguir, apresentamos duas corretoras online que permitem investir neste tipo de produtos de forma simples:
Futuros sobre produtos agrícolas
Outra forma de obter exposição ao setor agrícola é através de contratos de futuros sobre matérias-primas agrícolas brandas, como o trigo, o milho, a soja, o café ou o açúcar. Neste caso, a exposição à matéria-prima é mais “pura”, uma vez que o investimento replica de forma relativamente direta a evolução do preço do ativo agrícola no mercado.
Contudo, essa aparente vantagem traz consigo algumas particularidades. Os futuros são instrumentos alavancados, com elevada volatilidade e data de vencimento, pelo que não são adequados para investidores de perfil conservador nem para horizontes de longo prazo.
Por exemplo, ao negociar futuros (ou ETCs que os utilizam como base), entram em jogo dois conceitos importantes: contango e backwardation.
- Contango: ocorre quando os contratos de futuros com vencimento mais distante são mais caros do que o preço atual (spot). Ao “rolar” a posição de um contrato para o seguinte, pode haver perda de rentabilidade, mesmo que o preço spot se mantenha estável.
- Backwardation: o oposto. Os contratos de curto prazo são mais caros do que os de longo prazo, e o “roll” entre contratos pode beneficiar o investidor.
Dado o seu perfil de risco, os futuros agrícolas fazem mais sentido como instrumento tático ou de cobertura, especialmente para profissionais, empresas do setor ou traders experientes — e não tanto como veículo principal para investidores particulares que apenas pretendem exposição ao setor agrícola de forma passiva ou diversificada.
Futuros vs. ETCs
Caso se opte por aceder ao mercado agrícola através de contratos de futuros sobre matérias-primas, é importante ter em conta algumas diferenças operacionais face à utilização de ETCs (Exchange Traded Commodities) associados às mesmas matérias-primas.
Os contratos de futuros permitem gerir diretamente aspetos como o contango e a backwardation. Por outro lado, ao investir através de um ETC, o produto mantém geralmente uma posição longa e realiza a rolagem automática de um vencimento para outro, de acordo com a política definida pelo respetivo emitente.
Quando o mercado se encontra em contango (isto é, quando os contratos futuros com vencimentos mais longos são mais caros do que o preço spot), essa rolagem automática pode gerar um efeito conhecido como “Negative Roll”. Nestes casos, o ETC vende contratos com vencimento próximo a um preço inferior e adquire contratos mais longos a um preço superior, o que pode impactar negativamente a rendibilidade, mesmo que o preço da matéria-prima se mantenha relativamente estável.

Ao operar diretamente com contratos de futuros, é possível escolher o vencimento, decidir quando realizar a rolagem ou encerrar a posição, e selecionar os contratos cuja estrutura de preços seja mais adequada à estratégia definida. Em contextos de backwardation (em que os contratos com vencimentos mais longos são mais baratos), existe a possibilidade de captar o chamado roll yield positivo, mediante uma gestão ativa das posições, ao contrário do calendário fixo de rolagem aplicável nos ETCs.
Fundos de investimento para exposição ao setor agrícola
A primeira coisa a ter em conta é que, atualmente, não existem fundos indexados dedicados exclusivamente à agricultura. Para quem pretende seguir uma abordagem passiva ou indexada, a melhor alternativa continua a ser os ETFs agrícolas que já abordámos anteriormente.
Por outro lado, quem preferir investir através de fundos de gestão ativa, tem à disposição algumas opções que se focam especificamente no setor agroalimentar. Abaixo apresentamos alguns dos fundos disponíveis com exposição significativa ao setor agrícola:
- DWS Invest Global Agriculture
- ISIN: LU0273158872
- Gestora: DWS Investments
- Rentabilidade a 3 anos: -1,63%
- Comissão de gestão: 1,50%
- AZ Fund 1 – AZ Equity – Food & Agriculture
- ISIN: LU2240827548
- Gestora: Azimut Investments S.A.
- Rentabilidade a 3 anos: -2,95%
- Comissão de gestão: 1,80%
Nota: os dados apresentados referem-se a períodos passados e não constituem garantia de desempenho futuro. Este conteúdo tem caráter informativo e não representa uma recomendação de investimento.
DWS Invest Global Agriculture
Este fundo investe em empresas que participam e beneficiam de toda a cadeia de valor do setor alimentar e agrícola a nível global.
Evolução nos últimos 5 anos:

Principais posições:

A carteira é composta por uma ampla variedade de empresas que abrangem diferentes segmentos e estilos de investimento.
AZ Fund 1 – AZ Equity – Food & Agriculture
Este fundo tem uma estratégia de investimento global em empresas associadas aos setores da agricultura e alimentação, incluindo tanto produtores como prestadores de serviços.
Desempenho nos últimos 5 anos:

Composição da carteira:

Foco em grandes empresas, com uma abordagem de gestão mista. A carteira inclui posições diversificadas, tanto em termos geográficos como sectoriais.
Em que produtos agrícolas é possível investir?
Para compreender melhor o conceito de investimento agrícola, é importante perceber que investir em matérias-primas pode significar, entre outras coisas, investir no setor alimentar e nos produtos agrícolas. Existem diversas formas e atividades que permitem exposição ao setor da alimentação de base.
Trigo e cereais
O investimento em trigo e cereais tem estado envolvido em alguma controvérsia nos últimos anos, nomeadamente após o início do conflito na Ucrânia e os receios de escassez alimentar no norte de África, dada a importância da Ucrânia como fornecedora de cereais para a Europa.
O trigo é um dos grãos essenciais na dieta humana, fornecendo cerca de 20% das calorias consumidas globalmente. Estima-se que represente até 55% da ingestão calórica diária de cerca de 2 mil milhões de pessoas em todo o mundo.
A produção anual ronda os 428 milhões de toneladas métricas, abrangendo uma vasta gama de alimentos consumidos diariamente em todo o planeta.
Milho
O milho é outra cultura agrícola com forte presença nos mercados. É frequentemente considerado o “irmão mais velho” do trigo, embora historicamente seja mais associado à América, enquanto o trigo predominou na Europa e na Ásia.
Estima-se que cerca de 25% das calorias da dieta humana tenham origem no milho, o qual representa aproximadamente 30% da produção agrícola mundial. É usado tanto para consumo humano como animal e é o cereal mais cultivado a nível global.
O interesse em investir em milho tem aumentado à medida que crescem as preocupações com a segurança alimentar e a procura por biocombustíveis.
Soja
A soja é uma cultura extremamente versátil, com aplicações na alimentação humana, na produção de rações animais e em diversos setores industriais.
Principais utilizações da soja:
- Alimentação humana: Fonte de proteína de elevada qualidade, usada em produtos como tofu, leite de soja ou alternativas à carne.
- Alimentação animal: Componente habitual na nutrição de aves, suínos e bovinos.
- Uso industrial: Utilizada na produção de biodiesel, tintas, lápis de cor e outros produtos.
O consumo mundial de soja tem vindo a crescer de forma consistente nos últimos anos. Os maiores produtores são os Estados Unidos e o Brasil, com mais de 100 milhões de toneladas por ano cada, seguidos da Argentina.
Café
Investir em café é estar exposto a um dos principais produtos agrícolas do mundo, com impacto relevante tanto para produtores como consumidores.
A produção global situa-se entre 165 e 170 milhões de sacas de 60 kg por ano. O Brasil é responsável por cerca de um terço da produção mundial, seguido por Vietname, Colômbia e Indonésia.
Usos principais do café:
- Bebida amplamente consumida em todo o mundo
- Aromatizante alimentar (gelados, rebuçados, licores)
- Corante alimentar
- Estimulante metabólico (pela cafeína)
- Fertilizante natural
Nos mercados financeiros, investir em café tem sido uma forma de exposição indireta ao consumo global e às tendências climáticas.
Açúcar
Segundo a Organização Mundial do Comércio, a produção anual de açúcar ronda os 2 mil milhões de toneladas.
Os principais produtores são Brasil, Índia, China e Tailândia, com o Brasil a liderar com uma fatia significativa da produção mundial.
Principais utilizações:
- Indústria alimentar (confeitaria, pastelaria)
- Indústria (plásticos biodegradáveis)
- Alimentação animal
Com o aumento da procura em países em desenvolvimento, alguns agentes têm considerado investir em açúcar como uma forma de diversificar a exposição ao setor agroalimentar.
Arroz
O arroz é um alimento básico para mais de metade da população mundial.
A produção anual ultrapassa os 500 milhões de toneladas de arroz branco (e mais de 750 milhões de toneladas, incluindo o arroz com casca). China e Índia são os maiores produtores e consumidores, assegurando tanto o abastecimento interno como as exportações para outros mercados.
Usos principais:
- Alimentação humana (base da dieta em várias regiões)
- Processos industriais alimentares
- Produção de bebidas alcoólicas (como o sake ou a cerveja)
Cacau
Apesar de menos mediático, o cacau é fundamental para a indústria alimentar, especialmente na produção de chocolate.
Costa do Marfim e Gana são os principais produtores. A produção está sujeita a variabilidade elevada devido a fatores climáticos e económicos. Existe também uma procura crescente por cacau sustentável e produzido de forma ética.
Usos principais do cacau:
- Chocolate: Principal destino da produção mundial.
- Bebidas: Originalmente utilizado em forma líquida antes da popularização do chocolate sólido.
- Cosmética e farmacêutica: A manteiga de cacau é valorizada pelas propriedades hidratantes e antioxidantes, sendo utilizada em cremes, loções e outros produtos de cuidado pessoal.
A volatilidade e as características únicas do mercado levaram muitos a explorar formas de investir em cacau, com foco na sustentabilidade e na origem do produto.
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Vale a pena investir na agricultura?
Sim, pode valer a pena investir em agricultura… mas como uma componente satélite da carteira, e não como uma aposta única ou de longo prazo de forma isolada.
Por um lado, existem argumentos favoráveis com algum peso. Tal como já referido, trata-se de um setor ligado a uma necessidade básica, com um papel potencial como ativo defensivo e com correlação com a inflação. Além disso, o setor parece encontrar-se atualmente numa fase baixa do ciclo: margens pressionadas, preços de muitas empresas longe dos máximos e uma narrativa pouco atrativa. Para um investidor com visão de longo prazo, este tipo de contexto pode ser relevante, pois permite entrar num momento em que o tema está fora do radar, mas a procura estrutural por alimentos, rações, biocombustíveis, etc. deverá manter-se sólida nas próximas décadas.
Por outro lado, é importante ter uma visão realista quanto aos riscos. Um dos principais a longo prazo é o avanço tecnológico — AgTech, sementes geneticamente modificadas, técnicas de rega, análise de dados, automatização e inteligência artificial aplicada à agricultura — que poderá tornar o setor tão eficiente, que acabe por reduzir drasticamente os custos de produção. Isso poderia comprometer o poder de fixação de preços de alguns intervenientes da cadeia de valor.
Ou seja, se produzir uma tonelada adicional de cereais passar a ter um custo marginal quase nulo, o valor poderá deslocar-se para quem detém a tecnologia, os dados, as marcas ou a distribuição, e não necessariamente para o produtor tradicional.
Dito isto, a exposição ao setor agrícola poderá ser considerada como uma temática complementar, através de instrumentos como ETFs ligados ao agribusiness, ao “future of food” ou à AgTech, mantendo um peso moderado na carteira. O aproveitamento de momentos de baixa no ciclo poderá permitir uma construção gradual de posição, embora sem ocupar um peso significativo na alocação total de ativos.
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